Ponto um, já em operação: adequar a margem de lucro. A lógica da AMD é simples: se não vender chips mais baratos, inviabiliza o negócio dos fabricantes de PCs (principalmente os menores, que têm mais dificuldade de negociar descontos). Inviabilizando o negócio dos parceiros, no longo prazo, corre o risco de sumir também.
Ponto dois: investir em novos produtos e parceiros em 2012. Produtos? Sim, mais finos (olha os ultrabooks aí, gente!) e com melhor bateria, “mas na faixa de preço que o consumidor quer pagar”, afirma Miranda. Parceiros? Desde que assumiu a AMD, a fabricante retomou antigos parceiros e clientes (como Philco, Positivo, Samsung, Lenovo, Asus, Megaware, por exemplo) e volta a ter um programa de canais para treinar, certificar e gerar conteúdo para o parceiro, que leva essa informação para o comprador na loja.
“Decidimos não ser mais seguidores da Intel, e sim antagonistas. Oferecer produtos de alta tecnologia, mas sem seguir o modelos dos últimos 40 anos”, afirmou Miranda. Sobre o crescimento, diz que “comecei o ano com 7% de market share em portáteis, cheguei a 20% e nossa meta era de 15%. Como os fabricantes me conhecem há 20 anos, acabaram me dando um crédito, uma abertura, muito antes do que eu imaginava. Em desktops, continuamos girando em torno dos 23%. Meu foco inicial era crescer mesmo em notebooks, porque a gente estava muito para trás.”
Henrique comenta: A “culpa” pelo crescimento da AMD no Brasil também é da plataforma Vision. Percebemos que o aumento de mercado em notebooks se deve ao bom custo/benefício das APUs AMD (como o Sony Vaio Y e o Lenovo G475) – isso é o consumidor que diz – e a certa lentidão da concorrência em entender que diabos é uma APU e por que ela pode ser interessante para o comprador (isso são nossas fontes de mercado que comentam).
E o PC, como fica? “O PC continua sendo o mercado principal, porque todas as projeções que a gente tem é que ele continua muito forte, principalmente nos mercados emergentes, a demanda ainda é enorme, tanto do consumidor final quanto de pequenos e médios negócios”, explicou Miranda.
“Só que os devices alternativos estão ai, por isso temos a humildade de enxergar o que o usuário quer comprar. Embora nosso foco seja no mercado de PC, queremos estar abertos para,se o usuário quiser alguma coisa diferente, a gente poder oferecer. Ao contrário do discurso do passado.”
Na sequência, Miranda faz um comentário bastante interessante: “A única empresa do mundo que pode ficar brincando hoje com x86, ARM, é a AMD“. Como assim ARM? (sim, já tínhamos visto a ARM negando qualquer relação com AMD recentemente) – chute nosso: Windows 8 + tablets com ARM em 2012. Mas é só um chute.
Nagano comenta: Curiosamente, Miranda foi bastante aberto sobre a relação da sua empresa com a ARM. Ele disse que é tudo uma questão de demanda do mercado e caso eles vislumbrem uma oportunidade, nada os impede de assinar uma licença e lançar uma solução (um Fusion com ARM?) no mês seguinte.
Segundo ele, sua empresa é uma das únicas no mercado com essa flexibilidade, já que a NVidia não pode desenvolver produtos baseados em x86 porque não tem a licença e a Intel não irá produzir ARM por uma questão estratégica (chamada Atom).
“E se um dia resolvermos criar um chip com x86 + ARM + GPU Radeon na mesma pastilha de silício — sem problema! E essa é a grande vantagem de ser uma empresa fabless (sem fábrica de chips)”, explicou o executivo.
Ainda sobre o mercado do computador pessoal: “O PC ainda tem muitos anos de vida, é nossa vaca leiteira, e muitos parceiros dependem da gente para seguir nesse mercado. Eu não empurro mais CPU de 200 dólares pra ninguém, eu tenho esse produto mas é um nicho. É isso que o mercado não precisa mais: de alguém que fica empurrando um chip que ninguém (ou muito pouca gente) quer pagar.”
“Eu posso fazer isso porque eu não tenho 40 fábricas pra sustentar. É lógico que eu queria só vender CPUs de 200 dólares, como a HP, a Dell, querem só vender máquinas de R$ 5 mil. Mas quem quer pagar? É por isso que a gente acordou. Não queremos ser uma empresa como a Nokia que tomou um choque, a gente se deu esse choque antes de algo ruim acontecer. Eu sai de 7% para 20% porque eu ofereci aos fabricantes a oportunidade de vender máquina de R$ 999 e ainda ter lucro. A margem obviamente não é a mesma de uma máquina de três mil, mas eles não precisam mais tirar dinheiro do bolso para vender essas máquinas.”
A conclusão: “E não podemos esquecer que estamos cheios de primeiros compradores no mercado. E o que a indústria faz é esquecer que essa pessoa vai comprar uma nova máquina depois. É como a história do carro 1.0 — tem muita gente que tem uma experiência ruim com a máquina de entrada e depois nunca mais quer saber da marca. A minha vantagem é que tenho um produto que, além de bom, ainda é barato!”
Legal né?
Legal a matéria.. penso em dar uma chance aos Vision num note pequeno…
o pessoal de Santa Clara teria sérios problemas se AMD e ARM se unissem na Guerra dos Tablets, pois por mais q a Intel ja venha desenvolvendo seu Atom para eles, não teriam como competir com um Vision sem atrasar ainda mais seu desenvolvimento por conta de suas fracas GMA.
Vida longa à AMD. C/ exceção desse netbook no qual escrevo agora, todos os meus PCs são AMD, e todos FORAM AMD (c/ exceção desse e do netbook anterior). Q bom q eles perceberam o mercado, estão sensíveis e aprendendo a serví-lo e n se impor a eles.
E q venha um ARM + Radeon, pq aí a coisa vai ficar muito interessante!
PS: O próximo notebook já está comprado e lá em casa, é um Toshiba c/ um A6-3400M… da AMD. Só n pude prepará-lo p/ o uso diário ainda (leia-se: falta de tempo).
Minha mulher e minha filha estão felizes com seus respectivos Sonys Y de 11", com AMD-E-350. Bateria dura quase 5 horas, têm boa performance e atende às necessidade de ambas: Internet, e-Books, BR-Office e só. Pra quê um monstro quad-core consumidor de recursos e caro? Detalhe: aqui em Manaus/Am, cada um deles custou R$ 1.100,00.
Parabéns à AMD pelas APUs. Chega de Atoms, cuja performance é realmente atômica (no tamanho!).
O meu Asus 1215B também foi R$ 1.100,00 em Manaus. Alias todos os computadores de casa são AMD devido ao ótimo custo/benefício e a placa de vídeo.
Estão se esquecendo dos notes HP DM1, com o Fusion Bobcat E-350 e concorrentes diretos dos Sony Vaio Y. Estão fazeno um super sucesso, eu mesmo tenho 1.
Adoraria saber quando chega um notebook llano por aqui. Ou será que nesse ritmo vai chegar junto com o trinity, alguem tem uma ideia ja?
Tenho um Sony Vaio com chip AMD Fusion e estou achando ótimo. A bateria dura bastante e dá para ver filmes em full hd sem nenhum engasgo.
Esse cara tem muita visão de mercado, parabéns! E realmente notei uma participação maior da AMD no mercado nacional.
Comprei recentemente um HP DM1 3250BR e é excelente. Boa autonomia de bateria, ótimo pra assistir vídeos.
Eu o adquiri pensando apenas em utilizar pra navegar, mas acabei utilizando para trabalhar também.
Utilizo Linux e Windows7 nele confortavelmente.
AMD me surpreendeu com esta APU.
Era um fan-boy da intel pela necessidade em pesquisa – eles são mais rápidos em calculos matemáticos (potência bruta).
Depois que terminei meus estudos, e hoje ministrando aula e pesquisando, levo um Sony Vaio YB com a bateria carregada e ministro aula a manhã toda com ele ligado a um projetor.
No almoço, recarrego um pouco e volto para a aula a tarde sem precisar levar carregador!!!
Foi a melhor coisa não ter que levar mais peso para um colunável como eu (com hérnia de disco na lombar)
Em casa, é só espetar a HDMI na TV (o cabo já fica esperando) para rodar alguns 1080p 3D do youtube…
Só falta um notebook gamer com bom “custo x beneficio” (abaixo dos $4k)