(feliz ano novo depois de um breve recesso)
Na CES 2015, mais de 20 mil produtos serão anunciados/lançados. O que é quente e o que não é? Uma apresentação hoje feita pela Consumer Electronics Association em Las Vegas dá algumas dicas.
1) Espaços físicos digitalizados
Desde 2007, com a inserção de acelerômetros no iPhone e no WiiMote, sensores começaram a se popularizar. Hoje é possível encontrar mictórios (!) com sensores, roupas para bebês (com sensor de movimento e microfone) e, por que não, os inúmeros sensores encontrados nos smartphones.
O pessoal da CEA chama isso de “digitalização do espaço físico”, que acaba gerando um ciclo maluco: itens “reais”são digitalizados (e, num certo modo, democratizando a tecnologia) e reenviados para o mundo real. Produtos como sensores de iluminação/movimento passam a ser parte cada vez maior dos eletrônicos de consumo, e todo mundo ganha. Grande questão: “tudo pode ser feito, mas o que é significativo e como deve ser digitalizado”, de acordo com Shawn DuBravac, economista-chefe da CEA. “Tudo depende de como vai mudar o cenário de uso”, afirmou na apresentação.
Tantos sensores levam a o que DuBravac chama de microcostumização: exemplos de produtos já anunciados na CES não faltam, como um “Nap Time”, uma pulseira para pais de recém-nascidos administrarem turnos de trocas de fraldas do bebê, ou até mesmo as impressoras 3D, que são o caso de estudo real do “físico vira digital que vira de novo físico”.
Falando em digitalização do mundo, a CEA acredita que drones são um produto essencial em 2015. E quem fabrica isso terá muitos lucros em alta durante o ano. O mesmo vale para fabricantes de TVs 4K: expectativa de venda de 14 milhões de unidades só nos EUA até 2018.
Finalmente, esse ciclo “digital”se completa com os wearables, outro mercado em alta. “Mas faz sentido levar recursos da internet para o pulso?”, questiona o executivo.
2) Permeação da Lógica
Aqui o foco é em como os humanos se comunicavam com máquinas e isso está evoluindo. Nos computadores da pré-história (lá por 1940), cartões perfurados faziam com que máquinas entendessem o homem – e foi assim por bastante tempo. “Aos poucos, a interação evoluiu para modos naturais de comunicação, com teclados, mouse e gestos. Agora, temos a voz”, explica.
E voz é item essencial em novos e futuristas produtos – como carros autônomos.
O uso de dados – mesmo que você, consumidor, não saiba – também é um item de customização. Vide as listas da Neflix “ou mesmo receber ofertas personalizadas por gênero no Twitter, só que você nunca diz qual é seu gênero ao se cadastrar lá. Seus dados redefinem a experiência”, disse DuBravac.
3) A Internet do Eu
Também tem a ver com os sensores e tudo conectado, ou a tal internet das coisas. A CEA prevê “ao longo do tempo” 50 bilhões de dispositivos conectados – de wearables a roupinhas para bebês com sensores. “É um terceiro estágio em que a internet migrou do browser para os apps e muda o modo que tudo é usado”. Exemplo: escovas elétricas com Bluetooth que notificam o consumidor sobre o uso (verei uma de perto essa semana). Ou itens de realidade virtual (como Oculus Rift), mas que eu particularmente acho produtos de nicho.
4) Fragmentação da inovação
Esse ano completo seis coberturas de CES (2007, 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015). Desde, sei lá, 2012, penso “nossa, falta inovação na CES”. Não é isso: a inovação está fragmentada. Itens grandes vieram do mundo analógico para o digital – como TVs e celulares, coisa que todo mundo tem. Agora, essa inovação se quebra em itens menores – como chupetas de bebê conectadas (sim, isso existe) a panelas de pressão com apps. E aí a inovação se dilui, dando a ideia de que desapareceu no meio de 20 mil produtos. É coisa demais, não?
Em tempo: o slideshow da apresentação de DuBravac está online e tem imagens bem interessantes.
Disclaimer: Henrique viajou a Las Vegas a convite da Consumer Electronics Association e tem uma agenda bem apertada pelos próximos três dias, então vai ver e falar só de coisas que gosta e acha muito legais.
Crédito da foto que abre o post: Divulgação/CES
Estou no aguardo de uma cobertura igual a de 2013 e 2012… Desculpa a crítica heheheeh
2013 e 2012 tinha eu e nagano… esse ano, tô sozinho e fico menos tempo!
Henrique, feliz ano novo à equipe e sucesso ao site.
Além da excelente cobertura – que é redundância falar, peço mais. Uma comparação da CES 2007 e 2014, um verdadeiro tunel do tempo. São apenas 7 anos, mas verdadeiros anos-luz qdo se fala em tecnologia.
Henrique, parabens pela cobertura, voce bem que poderia dar uma investigada se o o WEBOS da LG vai atualizar para as tvs atuais