A Ferrari, campeã da F-1 2007, tem na AMD seu braço forte em tecnologia. Conversei agora com o Roberto Brandão, gerente de produto da AMD Brasil, e ele me contou um pouco mais sobre o relacionamento entre as duas empresas.
“A Ferrari, como qualquer outra construtora, é uma escrava da tecnologia. Hoje em dia não se faz mais carro sem simulações e estudos de dinâmica de fluidos”, diz Brandão. Em resumo, a Ferrari usa a tecnologia em dois grandes processos: o desenvolvimento do carro e do motor e a própria corrida, quando TI é usada para telemetria e refinar os ajustes do carro.
Em Maranello, na Itália, a Ferrari mantém um datacenter (o Centro de Dados Ferrari) com um cluster de 800 processadores Opteron dual core. Lá, além dos carros da F-1, são projetadas as Ferraris “comuns”. Durante as corridas, esse centro de dados fica ligado ao mini-datacenter montado nos boxes, e os engenheiros usam notebooks Acer Ferrari 4000 equipados com o chip Turion 64.
Alguns números enormes:
- Uma corrida, do início ao fim, gera 1 GB de dados de telemetria.
- Cada Ferrari tem ao menos 500 pontos de medição de dados para a telemetria, monitorados 100% do tempo.
- Um grande prêmio de F-1, do começo ao fim, consegue gerar até 1 terabyte de dados.
Como explica Brandão, é uma parceria tecnológica e altamente sigilosa. Se a Ferrari ganha alto poder de processamento, a AMD ganha visibilidade nas corridas e, principalmente, um apoio enorme no desenvolvimento de aplicações de ponta que envolvem alta performance no cluster. “O resultado não pode falhar nunca”.
E como a Ferrari usa um cluster ainda com Opterons da antiga geração, os novos chips Opteron quadcore (Barcelona) já estão em avaliação em um cluster “pequeno”, segundo Brandão. “Os testes estão ainda orientados í dinâmica de fluidos”, completa. O quadcore ainda em fase de preparação e otimização para melhor performance, o que indica que em breve esse grande cluster da Ferrari na Itália migre de tecnologia.
(e chega de F-1 em 2007).