Depois que o Kinect colocou o reconhecimento ótico de movimento e profundidade nas salas de estar de milhões, faltava o PC receber um periférico do mesmo tipo. E a Asus fez isso com o Xtion (a pronúncia é éxtion,como em action, não xítion), lançado mês passado no Brasil.
Até chegou a sair a uma versão do Kinect para PC, mas não passou de uma gambiarra para que o acessório do videogame funcionasse com PC. O que a Asus fez foi aproveitar a tecnologia de detecção infravermelha da PrimeSense (que vende a solução tanto para a Microsoft quanto para a Asus) e repensar completamente o design do sensor.
E funcionou: o Xtion é muito menor que o Kinect e menos dengoso na hora de reconhecer movimento.
Na caixa, temos o sensor, uma extensão USB e três games, mais um pacote de apps. Para o Xtion funcionar, é só seguir os passos de CD de instalação e espetar o aparelho em alguma porta USB. Foi um pouco complicado fazê-lo funcionar de primeira: os drivers têm problemas com USB 3.0 na versão que vem na caixa, mas um update de firmware resolve isso.
Depois de instalado, o Xtion demanda tempo de treinamento e aprendizado para ser utilizado – e isso é bom. Diferente do Kinect, que tem uma gama limitada e intuitiva de movimentos reconhecidos, o Xtion é bastante detalhado. Tem comandos para clique direito, clique esquerdo, arrastar e até alternar entre modos de utilização, como o de jogos – exemplos no vídeo abaixo de divulgação.
[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=_q4uKdntuNQ]Dá para perder fácil meia hora aprendendo os comandos, mas quando você pega o jeito, a experiência parece um pouco com a do filme Minority Report, só que mais devagar e contida.
A qualidade da câmera do Xtion é notavelmente superior à do Kinect. A ausência do motor de inclinação (que no Kinect corrige o ângulo da câmera) acabou por ser positiva, pois depois que o Xtion está ajustado, não sai mais do lugar. Para o teste, usamos um notebook AMD A8 com 8 GB de RAM ligado a uma TV de 47 polegadas. O sistema funcionou direito, sem lags.
O pacote de softwares do Xtion dá uma boa ideia do que ele é capaz. O navegador de internet Kylo é bastante trabalhoso, mas funciona. Os games (Beatbooster e DanceWall) têm o mesmo jeitão dos do Xbox 360 compatíveis com Kinect, mas nada que mereça grande destaque. Há também um aplicativo de exercícios físicos (MayaFit), mas ele não rodou no Windows 7 64 bits.
O Xtion tem uma lojinha de apps, ainda em fase de crescimento. Segundo a Asus, títulos como SEGA Virtua Tennis 4, Need for Speed: Hot Pursuit, Street Fighter 4, Fruit Ninja e Angry Birds funcionam com o Xtion.
O lance com o Xtion é a versão PRO, que permite que desenvolvedores façam aplicações para ele. Como o hardware é melhor, mais leve e compacto que o Kinect, dá para escondê-lo s em totens e instalações comerciais, para ações de marketing e interatividade. Mas essa versão não está disponível no Brasil, de acordo com a Asus.
Bem feito mas restrito à entusiastas, o Xtion é mais um experimento para o futuro. A PrimeSense já anunciou uma versão de seu sensor do tamanho de uma webcam integrada à moldura do monitor de notebooks atuais. Não será nenhum espanto se a Asus for uma das primeiras a usar a tecnologia, uma vez que saiu na frente com o Xtion.
O Asus Xtion está à venda no Brasil pelo preço sugerido de R$ 599.
Nagano comenta: Não é só a Asus que está explorando dessa nova maneira de interação entre o PC e o usuário. Desde o ano passado, a Intel em parceria com a Creative Labs criou um produto semelhante chamado Interactive Gesture Câmera que, na época, nem era um produto e sim um SDK (System Development Kit)…
… voltado para desenvolvedores criarem aplicações criativas/inovadoras baseadas em gestos:
Só que ao contrário do Xtion e até mesmo o Kinetic, a idéia por trás desse sensor é de trabalhar a distâncias menores, monitorando coisas como as expressões do rosto, voz, movimento das mãos, dedos, olhos, etc.
Interessante notar que esse dispositivo foi anunciado como produto durante a última Computex como Creative Senz3D Peripheral Camera mas a idéia é que, como as webcams no passado, essa tecnologia seja embutida nas telas dos notebooks/ultrabooks até meados de 2015: