O HP Envy X2 é uma tentativa da turma de Palo Alto de responder ao crescente mercado de híbridos (notebook + tablet) com ótimo design e acabamento, só que com configurações que não compensam o preço cobrado pelo produto. Pense no “netbook híbrido” e esse é o Envy X2.
O desenho industrial do Envy X2 segue o padrão de “tablet destacável”. É um conceito que vimos dois anos atrás com o Asus Transformer e que se tornou um dos referenciais mais simples para modelos híbridos: um tablet com uma base com teclado, mais bateria e portas de conexão.
O modelo enviado pela HP é o ENVY x2 11-g050br, com uma boa tela de 11,6″ (1366 x 768) e um lindo acabamento em alumínio escovado em todas as partes externas do produto (tirando o selo horrível da Anatel que foi colado no lugar errado).
Aqui, no modo tablet separado da base. A HP promete duração de bateria de 7 horas para o tablet e mais 5h30 para a base, totalizando 12h30 de uso – algo bem interessante se tratando de um notebook com Intel Atom (mais sobre isso no final do texto) e Windows 8.
O notebook ao ser aberto fica com uma parte suspensa na base, graças a um apoio na traseira dela: Ajuda na ventilação e na ergonomia do teclado.
O teclado destacado: note no centro um conector proprietário que serve para recarregar a bateria e trocar dados com o tablet. Um encaixe desses (fêmea) está na lateral dessa base para conexão à fonte de alimentação. Se perder a fonte, tem que comprar outra por causa desse conector proprietário. O tablet tem NFC também (para sincronizar com caixas de som? smartphones?).
Se você tem aflição de superfícies que causam atrito, fuja do trackpad do Envy X2. Ele tem uma leve textura (que me parece concêntrica com pequenos sulcos)…
E que ao ser tocado com um pouco mais de rapidez, pode gerar um ruído daqueles de arrepiar até os fios de cabelo. Mostrei isso pra patroa (notória pessoa que detesta sacola de feira porque “dá arrepio” ) e a reação foi “credo, tira isso daqui”. Num produto tão bonito, é uma tentativa de sofisticar que pode deixar o consumidor traumatizado. Viva a tela sensível ao toque nessa hora.
Outra questão importante de engenharia: por que não colocar portas USB 3.0, muito mais rápidas e padrão na maioria das máquinas que se propõem a ser high-end como o Envy X2, em vez de duas USB 2.0. No lado direito, vemos uma USB 2.0, uma HDMI para saída de vídeo e um conector para fone/microfone padrão 3,5 mm…
Do outro, um leitor de cartões padrão SD, a outra USB 2.0 e o conector para a fonte de alimentação.
A parte “tablet” tem ainda um leitor de cartões microSD…
O botão de liga-desliga…
O controle de volume…
E uma câmera externa de 8 megapixels (e uma webcam interna HD).
Vendo o tablet por baixo, o leitor de microSD, os apoios da tela e o conector da fonte/base. O SSD interno tem 64 GB de armazenamento, com quase metade tomada pelo sistema operacional e aplicativos pré-instalados (e por isso o slot microSD para expansão nele).
O detalhe da trava do tablet:
Outro item de destaque do Envy X2 é o uso de alto-falantes estéreo Beats Audio (ficam bem discretos na base da tela e levam um grande lembrete no topo da tela). Só que não existe um aplicativo Beats Audio para controle do som à vista do consumidor. Tem apenas um painel de controle geral (resultado aparece na busca do sistema) para ativar/desativar o recurso de equalização. Som incrível? Sim, mas não é algo que tenha tanta influência no fator de compra.
Falando em aplicativos, nada também de muito destaque embarcado no Envy X2, e isso é bom (menos bloatware para apagar depois). Kindle e Netflix padrão, uma loja de indicação de apps (HP+)…
…E o que me pareceu mais útil foi esse PageLift, para fotografar documentos e endireitar a imagem na hora – como um scanner.
No começo do texto, disse que o HP Envy X2 traz configurações que não compensam o preço cobrado pelo produto.
É uma questão de custo/benefício mesmo. O modelo, com processador Intel Atom de 1,8 GHz, 2 GB de RAM, tela de 11,6″ sensível ao toque e 64 GB de armazenamento, tem preço sugerido de R$ 3.999.
Seu concorrente mais direto hoje é o LG SlidePad, que tem configurações similares e preço na faixa dos R$ 2,5 mil. Nagano está com um modelo corporativo da Dell nesse mesmo estilo e vai trazer números de benchmarks que mostram que máquinas com Intel Atom significa entretenimento e diversão, mas não fazem muito para produtividade e desempenho do consumidor.
Com mais investimento, dá para comprar híbridos da Lenovo, como o Thinkpad Helix, e da Asus (Taichi 21) que já vêm com telas touch e processadores Intel Core i5, mas ficam na faixa de preço sugerido de R$ 5.999.
Com esse valor gasto no Envy X2 em mãos, eu compraria um MacBook Air de 11″ (preço sugerido: R$ 4.199 na sua versão mais básica, já com processador Intel Core de 4a. geração “Haswell”). Só não tem tela sensível ao toque, mas não preciso disso hoje.
Apesar da configuração equivocada, o design é um grande acerto do HP Envy X2. E só. Espero ver isso repetido em máquinas melhores no futuro – como a HP sempre soube fazer.