Ainda em beta, o Ikwa é a primeira empresa brasileira de Web 2.0 a receber um aporte de capital (não, eles não falam o valor).
Na verdade, a questão de ser a primeira ou não é uma bobagem; o dinheiro da Monashees Capital veio em novembro de 2006, mas só foi anunciado agora – o que a torna a terceira, teoricamente. Enquanto isso, Boo-Box e Via6 receberam sua parte.
O Boo-Box, por sinal, recebeu investimentos da mesma Monashees. O que interessa é que tem empresa de tecnologia no Brasil fazendo direito a lição de casa e dando exemplo para outras. Mas que diabos é Ikwa?
É uma rede social + portal de conteúdo voltado a profissões e carreira, em resumo. “Não é um Facebook nem um Linkedin porque esses sites não produzem seu conteúdo, são apenas ferramentas”, diz Mauricio Schonenberger, CEO da Ikwa (=do dialeto africano sotho, “estar consciente, escutar a si mesmo”).
Os estudantes do ensino médio se cadastram para descobrir sobre profissões – há informações sobre universidades, cursos e, o mais legal, clipes com depoimentos de gente que já trabalha com aquilo, chamados “bioclipes”. Já são mais de 150 depoimentos no ar, com o ritmo de 20 novos por semana. Cada um tem cerca de 8 minutos e pode ser visto na íntegra ou em partes curtas que mais interessam ao espectador (dicas, problemas da profissão etc.).
Universitários se cadastram para descobrir para qual área podem seguir dentro da sua especialização, e um segundo passo será conectar empresas aos seus potenciais futuros funcionários. Os usuários participam de comunidades e poderão fazer upload de vídeos falando de suas experiências profissionais.
Os planos do Ikwa não são substituir um Orkut, visto como uma comunidade para entretenimento e consumo, mas sim complementar. Participar de mais de uma rede social é visto como normal para os empreendedores do site, e eles acreditam que o Ikwa será, sim, a segunda ou terceira comunidade que o público vai participar. Público que eles estimam em pelo menos 6 milhões de estudantes de ensino médio (2º e 3º anos), mais os universitários.
Na universidade, o Ikwa pretende ser uma ‘central de carreiras’, comuns nos campus norte-americanos, que ajudam a encaminhar os alunos para estágios e programas de trainee e acompanhá-los. Networking digital, na prática.
E como eles vão ganhar dinheiro com isso? Assinaturas para escolas e universidades. 60% do conteúdo será aberto e gratuito, o demais será pago pelas entidades acadêmicas, e, em um segundo passo, a atuação como site de empregos – diga-se, de passagem, num modelo que promete ser bem diferente dos sites de empregos convencionais. Quatro escolas estão fazendo, desde meados de julho/agosto, um teste beta com o Ikwa, com 200 alunos cadastrados.
Para participar, é preciso de convite, por enquanto.