É estranho fazer compras pela primeira vez na loja Memove, no Mooca Plaza Shopping, em São Paulo: você escolhe suas roupas e, bem, não precisa lidar com um humano na hora de pagar. Claro que dá para pedir ajuda para algum vendedor ou ir ao posto central da loja e pagar com intervenção humana.
O conceito de lojas com o uso de tecnologia para pagamento é comum no exterior: já vi um supermercado Tesco no subúrbio de Londres (que testa isso desde 2003 e já tem lojas sem caixas humanos) e algumas lojas da farmácia-mercado CVS em San Francisco com postos de auto-atendimento. Ali, o consumidor passa as compras no leitor de código de barras, bota na sacola, passa o cartão de crédito (ou insere o dinheiro na máquina) e vai para casa.
É ótimo para quem compra pouca coisa e está com pressa ou preguiça de entrar na fila (popular esporte britânico) dos caixas “reais”.
No exterior, existe uma confiança do lojista no cliente, que deve ser correto e não deixar escapar nada “por acidente” entrar no pacote que vai para casa. De qualquer modo, câmeras de vigilância e um segurança ali na frente reforçam a mensagem do “não roubarás”.
Na Memove, a solução é mais tecnológica: cada peça vendida tem uma etiqueta com RFID. Ao chegar no caixa, coloque as peças no cesto de leitura e o computador faz o resto na máquina de “fast checkout”.
Em resumo, parece um sistema de ponto de venda convencional, virado para o lado do consumidor, com o adicional do cesto de leitura de RFID. A linguagem utilizada no processo de comunicação com o cliente é simples e direta.
Ao lado do cesto de leitura de produtos, uma tela sensível ao toque guia passo a passo o comprador: depois de colocar as peças, insira o número de peças compradas e vá clicando em “próximo” para seguir o processo.
E funciona mesmo:
A clássica pergunta paulistana:
Se o cliente já for cadastrado, o nome aparece na tela.
E a impressora começa a cuspir o cupom fiscal.
O total aparece, assim como as opções de pagamento: cartões de crédito ou débito. Nada de dinheiro.
Mas dá para parcelar em várias vezes e praticar o velho e bom “parcelas a perder de vista”. Insira o cartão na leitora…
O único processo que me deixou em dúvida é a pergunta de engenheiro que surge (que diabos, para um consumidor comum, é “parcelado pelo estabelecimento”?).
O leitor de cartões é igual a todas as outras lojas do mercado
Com o cartão aprovado (vai que você não pagou a fatura…), é hora de ir embora: pegue suas tralhas, coloque nas sacolinhas disponíveis ali ao lado e tchau. O legal da história é que não fica nenhum vendedor te secando pra ver se você fez tudo certo (imagino que a loja tenha boas câmeras de segurança no local). Pode soar estranho, como disse no começo, pela primeira vez. Depois você se acostuma e começa a procurar caixas automáticos em outras lojas.
E não se esqueça da nota fiscal. O sistema, presumo, desativa sozinho o sistema de segurança para não apitar na hora de sair da loja.
E se você, como eu, é um marido entediado no shopping center enquanto sua mulher se perde lá dentro, a Memove (que tem roupas masculinas também, por sinal) oferece sofás e Wi-Fi grátis. Lista de lojas no site oficial.