Review: Moto G60

A Motorola lançou uma linha grande de aparelhos Moto G neste ano: G10, G20, G30, G60 e G100. O Moto G60 é o que você deve comprar: tem uma bateria gigante, ótimo desempenho e uma câmera muito boa. Mas é grande demais, o que leva a alguns incômodos.

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Tela é o que importa

O concorrente direto do Moto G60 são os intermediários Galaxy A52 – que é um pouco mais barato – e Galaxy A72, com duas configurações melhores: a tela com atualização de 120 Hz e a bateria de 6.000 mAH, que dura mais de um dia. A câmera traseira traz mais megapixels também que os modelos da Samsung (108 no G60 contra 64 nos Galaxy). OK, a tecnologia usada na tela não é a AMOLED, mais colorida, mas adotar um painel do tipo IPS ajuda a reduzir o preço final – concessões, afinal, feitas pelo fabricante.

Mas a tela de 6,8” é o grande destaque mesmo – por trazer um recurso de gente grande (alô Galaxy S21) a um aparelho que não custa tão caro. Vamos ser honestos, o Moto G60 não é o único com uma tela dessas – crédito ao Realme 7 5G, também recém-lançado por aqui.

O design é bonito, com um cinza (azulado) na traseira e azul mais claro na área da câmera. Vale notar que o Moto G60 vem com uma capa protetora de plástico e, como seu irmão maior Moto G100, foi borrifado com o novo “motoperfume” criado para ser assinatura da marca nos smartphones de 2021. Eu guardei a capa na caixa, pois o perfume (de novo) me deu rinite.

A lista técnica oficial: display Max Vision IPS de 6,8″ Full HD+ (1080 x 2460) com 120Hz e HDR10, Android 11, chipset Qualcomm Snapdragon 732G, 6GB de RAM, 128 GB internos (expansíveis com microSD de até 512 GB), bateria de 6.000 mAH com carga rápida (carregador de 20W na caixa), sensor de digitais na traseira e o clássico botão de Google Assistente, agora junto ao botão de volume e liga-desliga na lateral direita, para confundir quem usa.

E tem um conector para fones de ouvido convencionais, algo que se torna mais raro a cada geração de smartphones:

A câmera importa também

A Motorola diz que a câmera do Moto G60 usa o mesmo sensor do topo-de-linha de 2020 Moto Edge+ de 108 megapixels (um sensor muito bom, por sinal). Tem ainda uma grande-angular e um sensor macro, para fotos muito de perto.

Aqui, porém, mora o detalhe: a primeira lente de cima para baixo é a grande angular, e a Motorola deixou pouco espaço em cima dela, apesar do pequeno calombo da área da câmera.

E a chance de segurar o telefone com o dedo na lente é grande, deixando uma pequena borda de dedo na sua foto. Mas, como disse, detalhe.

No geral, as fotos são muito boas – o modo noturno requer um pouco mais de processamento, mas gostei muito do resultado. A lente macro, como sempre, é o quebra-galho e funciona, mas não é algo que faz falta para mim.

Moto G60 em resumo

• O Moto G60 é rápido e não trava (e isso é importante saber). Processador veloz (mas não o topo de linha), 6GB de RAM seguram a onda.
• Bateria de 6.000 mAH aguentou mais de um dia de uso. No teste que uso para avaliar bateria, o Moto G60 levou 13h48 para chegar a 20% da carga total do aparelho, com a tela a 80% de brilho (o Moto G9 Power, também com a mesma capacidade, chegou a 33h com a tela a 50% – e imagino que o G60 atingiria o mesmo com esse brilho na tela);
• Prós: tela de 120Hz, câmera boa, bateria de longa duração
• Contras: tela de 6,8” deixa o Moto G60 com quase 17cm de altura – eu que tenho mãos grandes achei um pouco exagerado. E a questão do dedo na lente grande angular, que pode ser um problema ocasional.
• O Moto G60 se encaixa no ponto perfeito de preço (R$ 2.699, mas já dá para encontrar mais barato no varejo online) e bom desempenho geral. Se eu precisar de um intermediário em 2021, o Moto G60 é minha escolha.