Estou tentando salvar um arquivo de um CD com problema sérios de leitura. Antes de jogar o disco fora, tenho como costume tentar a cópia nos vários micros da casa. Notei, por exemplo, que o disco que dá erros de leitura em um drive í s vezes é lido sem problemas pelo drive que o gravou[1].
Como o disco foi gravado no notebook, ele é a primeira cobaia. O sistema operacional é um Windows XP SP2, e a máquina tem um Celeron de 1,4 GHz e 512 MB de RAM. Começo a cópia, o Windows atinge a parte com erros de leitura e… para. O sistema inteiro simplesmente para, enquanto o drive fica tentanto inúmeros “retries” consecutivos para extrair os dados do CD.
OK, toca pro Mac Mini. PowerPC G4 de 1,25 GHz, também com 512 MB de RAM, rodando o Mac OS X 10.4.10. A cópia começa, o sistema atinge a parte com erros de leitura e… olhe só! O desempenho do sistema continua intacto. A única coisa que para é o processo de cópia em si, sem afetar nenhum outro programa. Alguns minutos depois o Finder desiste e exibe uma mensagem que basicamente diz: “Desculpe, não consegui ler seu CD”.
E depois tem gente que não consegue entender porque gosto do Mac OS X.
PS: Não fiz o teste no Linux. O pinguim tirou férias aqui de casa (do notebook, pra ser mais preciso) até pelo menos a próxima versão, ou até aprender a brincar direito com o meu hardware. Hardware, aliás, que funcionava perfeitamente, até algum espertinho resolver reescrever um driver de rede do zero e tirar o antigo de circulação, deixando os usuários órfãos (e ilhados) até a nova versão ficar pronta.
[1] Isso me lembra os primeiros floppies da Shugart, na década de 70. Problemas com alinhamento das cabeças de leitura e gravação causavam a desconfortável situação em que muitas vezes era impossível ler um disco gravado em um drive “A” em outro “B” idêntico.
Há alguns anos eu escrevi um artigo na falecida Revista do Linux onde eu comentava que talvez o maior problema que o Linux tinha de resolver era a falta de um plano efetivo de compatibilidade entre versões.
Não há desculpa para alguém reescrever um driver e enviá-lo para o upstream sem que ele mantenha ao menos o mesmo nÃvel de funcionalidade do driver antigo. Quer reescrever? ótimo, mas só envie quando estiver ok.
Ok, podem jogar as pedras agora.