Números enormes: câmera Nikon 1 J1 no Brasil
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Números enormes: câmera Nikon 1 J1 no Brasil

RESUMO

A câmera acima é a Nikon J1, modelo de terceira geração que a fabricante japonesa lançou sem nenhum alarde no mercado brasileiro no final do ano passado.

Por ser um modelo com preço médio sugerido nos Estados Unidos de US$ 650 (e já dá para achar mais barato), qual o valor, com impostos de importação, lucro da fabricante e do varejista e o tal “lucro Brasil” que você acha que J1 custa no nosso varejo?

A câmera acima é a Nikon J1, modelo de terceira geração que a fabricante japonesa lançou sem nenhum alarde no mercado brasileiro.

Por ser um modelo com preço médio sugerido nos Estados Unidos de US$ 650 (e já dá para achar mais barato), qual o valor, com impostos de importação, lucro da fabricante e do varejista e o tal “lucro Brasil” que você acha que J1 custa no nosso varejo?

Primeiro, o preço na Amazon.com norte-americana, na configuração básica: câmera Nikon 1 J1 com lente 10-30 mm: US$ 649, com desconto de 10%: US$ 580,99, aproximadamente R$ 1.051.

Agora, o preço no varejo brasileiro (na Fnac do MorumbiShopping em São Paulo, ontem à noite), na mesma configuração:

(note a cara de “é né… fazer o quê?” do cara de chapéu ai em cima)

Nagano comenta:  3.499 Dilmas?  Uia! Uia! E o pessoal que achava o iPhone 4 GS nacional desbloqueado de 64 GB era caro na loja da Apple. E olha que a J1 não faz ligações, não baixa apps,  nem acessa a Internet. 🙁

By the way, a J1 não é a câmera mais cara dessa linha por aqui. A Nikon 1 V1 também chegou por aqui pelo preço sugerido de R$ 5.999 e está sendo vendido pela bagatela de R$ 4.849 nas Americanas.com, R$ 4.949,10 no Extra.com e R$ 5.224 no Pontofrio.com.

Pelas minhas contas, se dividir esses R$ 5.228 por 1,8 (cotação média do real em US$) chegamos a um valor de ~ 2.904 Obamas, o que dá quaaase pra comprar um corpo de Nikon D800 de 36,3 MP (sem lente) por US$ 2.999 no Amazon.com.

Se considerarmos o preço sugerido pela Nikon Brasil (R$ 5.999) isso equivale a ~ 3.333 Obamas, o que dá pra comprar um corpo de Nikon D800 FX (também sem lente) que a mesma Amazon.com vende por US$ 3.299 e ainda sobra troco pra comprar um cartão de memória de 8 GB.

eeeeba!!!

Uma pesquisa rápida em lojas online oficiais da Nikon no Brasil mostra um resultado similar, com algumas opções oferecendo um pouco de desconto:

Fazendo a conta reversa, R$ 3.499 equivale, em dólar (cotação a R$ 1,80), a US$ 1.932 ou 2,9 vezes a mais que o preço nos EUA. Por que tão caro? É a pergunta que não quer calar – seja para iPhones ou câmeras digitais importadas ou videogames.

A única similar da Nikon 1 J1, que tem componentes made in China, à venda por aqui é a Sony NEX-C3 (fabricada no Brasil, com preço sugerido de R$ 1.999). Suas antecessoras importadas (NEX-3 e NEX-5, já fora de linha, custaram no máximo R$ 2.500 por aqui, com preços similares em dólar ao da Nikon 1 J1).

O que dá para suspeitar, no caso da Nikon 1 J1 – que nem é o modelo topo de linha dos japoneses – o cálculo do preço final inclui impostos e muito lucro em cima do equipamento, seja por parte do varejo e da própria Nikon Brasil.  Não basta culpar apenas os impostos.

Vendo esse preço local, não é à toa que a Nikon Brasil não divulgou o lançamento da câmera por aqui. Quer dizer, saiu uma nota apenas, pelo que consegui encontrar. Minha recomendação para qualquer caso desses de preço abusivo: não compre, a não ser que seja milionário ou vencedor da Mega Sena.

(recado ao povo da agência de comunicação da Nikon: lembrem que o erro no lançamento da D800 foi de vocês, não nosso, ok? Ainda queremos testar a Nikon 1 e outras câmeras da Nikon, independente do preço).

Escrito por
Henrique Martin
15 comentários
  • Lembro-me do dia em que li aqui no ZTOP, que a Nikon iria vir de vez aqui para a terrinha. Desde lá, depois de frequentes vai-e-vem no site da empresa, perdi a esperança na iniciativa. Os preços exorbitantes continuam a aparecer, além disso os lançamentos são demorados 🙁 Outra coisa, onde está a loja oficial, principalmente para acessórios? "Lojas parceiras" é sinônimo de descaso para mim.

    Ainda quero ver o dia onde uma multinacional vai entrar no mercado brasileiro pra mostrar como isso deve ser feito.

  • O problema é que vai ter sempre uma galera pra pagar esse valor ABUSIVO e só então eles vão baixar 20% e dizer que já estão cortando a própria carne pra vender mais barato.

  • parabéns pela menção explícita ao parágrafo que fala dos impostos.

  • Tentei também conferir o preço no site amazon.com, mas não podia ser enviado ao meu endereço no Brasil. Quando algum produto pode ser enviado, geralmente com taxas+transporte o preço inicial se multiplica por 2,5 EM DÓLARES.

  • Muito boa a matéria! Bastante elucidativa e bem escrita.

    Além do repudiante fator "LUCRO BRASIL" (pelo qual as grandes marcas de produtos estrangeiros encarecem seus produtos só pelo fato de que no Brasil os consumidores aceitam pagar preços bem acima do que seria normal), tem a questão de que os "inteligentes e modernos" homens de marketing e vendas dessas empresas, definem o preço sugerido de venda para o Brasil baseados no preço de varejo (o preço para o consumidor) do país de origem – quando o justo, ético e correto seria fazer os cálculos pelo preço de fábrica de lá. Uai! Mas até agora ainda não vi ninguém comentando essa questão – nem economista, nem jornalista especializado.
    Se todos nós fôssemos menos tolerantes e mais responsáveis, a gordura paga nesses produtos ficaria no Brasil (no nosso bolso ou mesmo que na forma de impostos) e não no bolso dos mercenários gringos, que depois fazem demagógicas propagandas de "responsabilidade social, de comprometimento ecológico, etc."
    GRINGOS, ESSA FARRA VAI ACABAR E MUITOS DE VOCÊS VÃO SE DAR MAL.

    Se alguém cobra exageradamente mais do que vale um produto, pra mim isso é apropriação indébita, pois abusa da falta de informação de quem está comprando. Essas empresas não sabem o que é ética!?

  • pior de tudo é que lucro abusivo é crime aqui no brasil ! esta no CDC

  • Pessoal, com todo respeito, mas não tem nada mais desistimulante, improdutivo, menos original e enfadonho do que ouvir um brasileiro falando mal de brasileiro, com expressões do tipo "brasileiro é bu_ro mesmo", "isso é normal nesta terrinha de idi_tas"…
    Procurem ser um pouco mais originais, usar um pouco mais de bom-senso antes de escrever – tenho certeza que todos conseguem.
    O Brasil precisa de quem o admire, de quem o valorize, de quem o ame, de gente que pensa além. Isso não quer dizer que não podemos fazer críticas – mas críticas construtivas, claro. O que é bom para o Brasil, é bom para cada um de nós e todos nós!
    Comentários depreciativos não esclarecem nada, e só contribuem pra situação ficar pior.

    Quem tem essa mania, devia ouvir essa história:
    “Um viajante tinha uma égua bem velha e tentou vendê-la, mas acabou tendo que doá-la, pois ninguém a queria, já que era um animal velho, que não conseguia carregar peso, empacava e vivia doente. Dias depois, o ex-dono encontrou-se com o novo proprietário e perguntou sobre a égua, ao qual ele respondeu: eu a vendi!
    Mas como você conseguiu vender aquele infeliz animal!?
    É simples, eu disse que era um animal manso, experiente, inteligente, e que bastava dar-lhe carinho que ela seria capaz de fazer coisas inimagináveis!”
    Moral da história: você não vai longe se fala mal do que é ou do que possui.

  • Cara, to arrasado com essa notícia. Comprei recentemente a S95, usada. Mas minha esperança era mesmo adquirir a J1. Por esse preço, nem se fosse rico como Silvio Santos. Ridículo!

  • @LenadroZart
    rico q é rico da valor ao seu dinheiro, mas graças a economia crescente do Brasil, quem compra dessa maneira são os famosos ''emergentes brasileiros'' que vivem para se mostar!!!

  • […] de terceira geração (ou sem espelhos), a Nikon 1 J2, evolução da J1 lançada no ano passado e vendida a peso de ouro no mercado brasileiro. O novo modelo traz alguns aprimoramentos em relação à versão inicial e […]