[Computex 2015] A indústria de tecnologia tenta se antecipar (sempre) a novas ideias e conceitos (que nem sempre dão certo). O Oculus Rift, que nem saiu ainda, é o mantra favorito de quem fala de computação visual aqui na Computex – mais notadamente NVidia e AMD.
No lado da NVidia, o anúncio da nova placa de vídeo topo de linha GeForce GTX980Ti (que é voltada a donos de placas de duas ou três gerações anteriores que não migraram ainda para uma arquitetura nova, pra entender quão específica é essa placa – algo em torno de 20 milhões de unidades no mundo; como bônus, mais de 350 milhões de possíveis usuários de Windows 10) veio com a informação de que, bem, ela está pronta pra deixar a realidade virtual ainda mais virtual ainda.
(inclua aí nos números enormes 6GB de memória, compatibilidade com games em 4K, suporte a Microsoft DirectX12. Se você tem dinheiro sobrando – algo em torno de US$ 650 nos EUA – e ainda usa um desktop para jogar/trabalhar, é mais que suficiente)
Mas voltando à Realidade Virtual (no Oculus): a resolução, diz a NVidia, é de 2160 x 1200 a 90 quadros por segundo – por olho (sim, 2x), mais memória de vídeo, processamento de imagem, compressão de vídeo em alta resolução etc. etc. etc. VR demanda poder (a própria Oculus/Facebook já disse que uma GeForce GTX970, a versão do ano passado, é suficiente para rodar seus mundos virtuais).
Aí fui ao GeForce VR Experience, espaço da NVidia num hotel aqui de Taipei para demonstrar sua nova GeForce com o Oculus. Já tinha tido experiências com o BeeNoculus e com o Samsung Gear VR, mas nunca com o Oculus ele mesmo (motivos: filas na CES 2014 e 2015, em resumo!). Pô, vale cada segundo de hype. A demo era um título da Epic Games (assustador e muito imersivo) rodando no modelo Crescent Bay, da Oculus.
Por outro lado, a AMD não falou de novas placas de vídeo superpoderosas – seu anúncio está marcado para 16 de junho, durante a E3 em Los angeles -, mas também comentou sobre a próxima geração de gráficos demandando mais poder de processamento, incluindo realidade aumentada.
Na prática, o esforço atual de NVidia e AMD em dizer que estão prontas pra Oculus e realidade virtual significa uma coisa: daqui uns três anos, quando (e se) isso for mesmo uma realidade, a tecnologia atual de 2015 já terá se popularizado e seguido para modelos mais baratos (de placas VGA e também de GPU para notebooks) – e aí sim a coisa vai ser mais divertida (e é esse o propósito da tecnologia, não?)