A Philips demonstrando a sua linha de massageadores íntimos para casais? Como assim?
Confesso que essa foi a minha reação (nada pudica, deixo claro) ao descobrir que a até então tradicionalíssima empresa holandesa havia montado no evento em Sintra um ambiente exclusivo para os produtos Relationship Care (Cuidados de Relacionamento) – aliás, que nome ótimo: gerou várias piadinhas inspiradas no melhor estilo Casseta e Planeta. Será que eles iriam querer que déssemos nossas impressões, pensei, como nos ambientes de Hair Care e What’s Cooking?
Não, não queriam. Pelo menos, não a nossa. O tal ambiente não era para nós, brasileiros. Mesmo assim, curiosíssimos, eu e meu companheiro de viagem Fábio Sabba (do Gizmodo Brasil, aquele que não fez a sessão de cabeleireiro) pedimos para invadir a sessão realizada com os blogueiros franceses e descobrir o que levou a Philips a investir nesse mercado, que lá é dominado pela Durex.
Pausa para explicação: com mais de 60 anos de mercado, a Durex não tem nada a ver com fitas auto-adesivas, e sim com preservativos e apetrechos que você encontra em qualquer loja de departamentos de respeito na Europa a preços bem acessíveis (tinha uma gôndola só dela no El Corte Inglez de Lisboa).
A Philips foi motivada por uma razão simples: a abertura e franqueza dos europeus com relação a determinados temas, entre eles o sexo. Já que o assunto é tão natural, por que não faturar com isso? Claro, partindo da premissa de manter a imagem da empresa saudável, por isso a aposta em produtos discretos e, por que não dizer, bonitos. Gravei dois videozinhos (um não é tão inho assim, é verdade) nos quais o executivo para essa nova área conta como surgiu a ideia. Está em inglês, mas é no mínimo curioso.
Resumindo, a Philips tem uma incubadora para novos projetos, onde o conceito surgiu dois anos e meio atrás. Foi difícil convencer os diretores, mas a nova divisão ganhou corpo com pesquisas com o público-alvo. Descobriram que, no Reino Unido, 40% das pessoas usam estimuladores sexuais e que apenas 2% abominam a ideia de vir a utilizá-los.
Descobriram centenas de casais querendo aprimorar de forma saudável seus relacionamentos. A partir daí, a empresa quis fugir do mercado tradicional de sex toys e do estigma de que esse tipo de produto só é feito pensando no prazer da mulher ou dos gays; era necessário pensar em casais. Marketing, engenheiros e designers estudaram a fundo (sem piadinhas!) o que existia por aí para criar algo que fosse mais suave (no toque) e sutil a ponto de ser vendido em farmácias e magazines, fugindo dos sex shops. E voilà!
Você pode ler mais sobre os produtos (versão para mulher, versão para homem, versão unissex e versão com velas eletrônicas) lá no post que o Sabba escreveu para o Giz.
E, ah: os massageadores íntimos só são vendidos, por enquanto, na Espanha e na Inglaterra. Nada de planos para o Brasil – e nem mesmo para os Estados Unidos, inclusive.
Mais fotos e projetos/rascunhos dos produtos:
>>>Veja a cobertura completa do evento da Philips em Portugal
Renata Mesquita viajou a Sintra, Portugal, a convite da Philips do Brasil.
o formato é bem estranho, mas gostei da noticia, mesmo que por aqui nao vá chegar tao cedo…. e ah, a Europa fica tão à nossa frente nesse quesito, não? mas essa é outra discussão….
@ lalai, acho que não (fácil falar isso logo após o carnaval, né?). Mas também aqui tem um povo que adora dar uma de “defensor da família, tradição e dos bons costumes”. Imagina vender esse tipo de produto no supermercado, como acontece lá? Ia ter gente mandando fechar o Carrefour e o Pão de Açúcar! Hahaha
Hahaha! Sensacional!! Muito bom o texto!
Como que usa isso?
não será vendido nos estados unidos por conta da cultura de lá, não pegaria bem para a empresa. No Brasil não sei, existe muito pudor ainda com relação a isso.
No brasil qualquer carne que aparece o povo já fica assediando, fazendo caras e comentários sem vergonha. Na europa é normal no parque tirar a blusa e pegar um sol, até um topless dependendo da região. Aqui falta respeito e cada um cuidar do seu nariz.
eu devo estar ficando velho… pra mim, vibrador sempre foi um p*nt* de borracha com um motorzinho dentro. esse ai deve ser algum tipo de vibrador geek :o|
agora… a vida tá boa ai na zumolândia, né? quando não tão experimentando gravidade zero no “cometa do vômito”, tão testando o vibrador dos jetsons.
e eu sei que a inveja é uma merda (não quanto ao “testando o vibrador”) ;o)
@rogerio 🙂 perai que o vibrador não foi testado! (pergunta pro cara do gizmodo se ele testou!)
Gentem, quero deixar BEM claro que, até onde eu sei, os únicos participantes do evento que testaram os vibradores foram os blogueiros ingleses. E mesmo assim porque eles ganharam um cada um. 🙂
Parabéns pela Reportagem!
Foi muito esclarecedora. Sempre vi piadas sobre essa nova linha de negócios da Philips. Eu sempre adorei essa estória deles.
Um abraço,
Marcones.