Review: Positivo DigiTV
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Review: Positivo DigiTV

Positivo DigiTV

Finalmente chegou o dia: começam hoje, í s 20:30 no horário de Brasí­lia, as transmissões oficiais de TV Digital no Brasil, inicialmente na cidade de São Paulo. Este Zumo acompanha esta saga faz tempo: estivemos presentes í  primeira demonstração pública, em Junho, í  primeira demonstração dos decodificadores (muitos deles ainda protótipos) e observamos o anúncio dos primeiros produtos (fora o que já escrevemos e falamos em publicações do passado para as quais colaboramos).

Agora, com o iní­cio das transmissões, finalmente temos a chance de observar a TV Digital em seu habitat natural: em vez das vitrines decoradas e TVs de plasma absurdamente grandes dos showrooms, a vemos ligada a uma TV de tubo em um canto da sala, com uma antena interna baratinha. Exatamente como será usada, nos próximos anos, por milhões de brasileiros.

O foco de nosso primeiro teste é o DigiTV, sintonizador de TV Digital da Positivo. Disponí­vel em dois modelos – um para TVs de definição padrão e o DigiTV HD para telas de alta definição) – ele tem a distinção de ser o decodificador mais barato no mercado neste iní­cio das transmissões. Sua lista de recursos é bem simples: ele não tem guia de programação, nem reproduz ví­deo, fotos e música armazenados em pendrives como alguns outros modelos. Ele é projetado para uma única função: captar o sinal de TV Digital e repassá-lo para sua TV. E isso ele faz bem, com algumas ressalvas.


Conexões traseiras no DigiTV. Note a porta USB, para atualização do firmwareA instalação do DigiTV foi bastante simples: bastou ligá-lo í  tomada, í  TV (usando o cabo de ví­deo composto incluso na embalagem) e í  antena. A Positivo faz questão de lembrar a você de que a antena é necessária: enquanto desempacotava o produto, encontrei três adesivos alertando para isso. Qualquer antena UHF serve, você não precisa de nenhuma “antena digital” mágica. Para testar esta afirmação usei a antena interna mais barata que encontrei, aquele clássico par de varetas telescópicas, encontradas por R$ 100 na lojinha de bugigangas do bairro. Se você estiver em uma área com pouca cobertura do sinal, ou quiser máxima intensidade, pode usar uma antena externa: se a antena coletiva de seu prédio já for UHF, você não precisa mudar nada: é só plugar o cabo ao DigiTV.

Assim que foi ligado, o DigiTV automaticamente procurou os canais disponí­veis, num processo que demorou cerca de dois minutos. Em casa, na região da Aclimação em SP, encontrei quatro emissoras e um total de oito canais. Explico: a MixTV transmite dois canais, a programação em alta definição no canal 150, e a programação em definição padrão no 151. A Globo transmite sua programação no “canal virtual” 5.1 e a transmissão móvel em 1seg no 5.2, tirando proveito do conceito de “multi-programação”: em uma mesma freqí¼ência, uma emissora pode transmitir até 4 programas. A Record faz o mesmo, com programação em alta definição no 7.1 e 1seg no 7.2. O sinal principal da Band foi o mais instável, provavelmente pelo fato de que a emissora ainda estava fazendo ajustes em seus transmissores: consegui desde transmissão perfeita a imagem sem som, som sem imagem ou, na maior parte do tempo, nada. O sinal 1seg funcionou bem.

É estranho um decodificador “de mesa” captar os sinais 1seg, para dispositivos móveis. Não faz muito sentido, ainda mais quando você observa a “qualidade” de imagem: a resolução é de no máximo 320×240 pixels, redimensionada para ocupar toda a tela da TV, e taxa de quadros é muito baixa, apenas 15 fps. É o suficiente em um celular, console ou TV portátil, mas praticamente impossí­vel de assistir em uma TV comum.

E que história é essa de “canal virtual”? Nas transmissões digitais, as emissoras ocupam “canais” com números muito mais altos do que os tradicionais. A Globo, por exemplo, está no 200. O problema é que as pessoas já estão acostumadas aos números de canal tradicionais, dos quais as emissoras se recusaram a abrir mão. Para resolver o problema foi criado um sistema de canais virtuais, que remapeia os números antigos nos canais novos. Por isso é possí­vel ver a Globo no 5 quando na verdade ela está no canal 200.

Indicador de intensidade de sinal na Positivo DigiTVFora a sintonia de canais, não há muito o que ajustar no DigiTV. Um toque no botão “menu” abre uma tela com o logo da Positivo e três opções: Ajuda, Canais e Configuração. O menu Ajuda tem três opções: Avisos, Sinal e Suporte. Avisos contém informações sobre a licença do codec MPEG-4 usado no aparelho, um FAQ básico sobre TV digital e informações sobre a versão do software. Sinal indica a qualidade e potência do sinal (de 0 a 100%), útil na hora de orientar uma antena durante a instalação, ou para diagnosticar problemas de recepção. E suporte tem informações sobre o suporte técnico: endereços de e-mail e telefones de contato.

Controle remoto do Positivo DigiTVO menu Canais contém uma simples lista de canais. E em Configuração há opções para sintonia automática de canais, seleção do sistema de cores na saí­da do sinal (PAL-M, NTSC), seleção do formato de tela: forçar 4:3 ou 16:9, seguir o formato original da emissora ou ampliar a imagem para ocupar toda a tela. Segundo o manual, vários botões do controle remoto estão reservados para “funções que podem ser implementadas no futuro através de atualização de software”, entre eles quatro botões coloridos (vermelho, verde, amarelo, azul), um botão chamado “serviço”, três botões chamados A, B e C e um chamado EPG, que provavelmente será usado para um guia eletrônico de programação (Electronic Programming Guide, em inglês). A atualização será feita usando a porta USB traseira e um pen drive.

Recepção de canal em alta definição no Positivo DigiTVO modelo do DigiTV que testamos é para TVs de definição padrão, como as atuais TVs “de tubo”. Portanto, a resolução de imagem é limitada a 480i (também chamada SD, Standard Definition). Dado sinal forte o suficiente, a qualidade de imagem é tão boa quanto a de um DVD, embora pareça um pouco “suave”, como se faltasse um pouco de nitidez (o que pode ser compensado com o ajuste da TV). Também notamos “dot crawl” considerável em áreas de transição de cores intensas (como amarelo ou vermelho vivos): o problema poderia ser eliminado usando uma conexão S-Video ou ví­deo componente, mas estas opções não estão disponí­veis neste modelo do DigiTV. O som no geral é bom, mas em alguns momentos notamos “quebra”, metalização, estalos ou eco, resultantes de variações na qualidade do sinal, mas nada grave e ainda assim anos luz í  frente do que é possí­vel na mesma TV, com a mesma antena e sinal analógico.

Ao contrário da imagem passada ao público, a transmissão digital não é binária, ou seja, não funciona na base do “você tem imagem, ou não tem”. O próprio manual do DigiTV informa do ní­vel de sinal necessário para uma boa recepção: de 80% a 100% você tem qualidade total, de 61% a 79% a imagem terá falhas, e com menos de 60% não há recepção. O ví­deo a seguir mostra o que pode acontecer quando a intensidade do sinal cai abaixo de 80%.

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O DigiTV tem alguns probleminhas: o primeiro é o cabo de força, que é curto demais e limita os lugares possí­veis para colocá-lo no rack. O botão frontal, que serve para ligar o aparelho e também como seletor de canais, é bambo. E o sistema de seleção de canais é temperamental: nas vezes em que mandei o aparelho refazer a sintonia (em busca de novos canais), ele se esqueceu dos canais que já tinha encontrado e acabou não encontrando nenhum novo. Resultado: ele agia como se não houvesse nenhum canal disponí­vel. Foi necessário deixar o aparelho fora da tomada por alguns minutos para que ele esquecesse a programação original e refizesse a sintonia automaticamente.

Se você quer entrar na onda da TV Digital gastando o mí­nimo possí­vel, o DigiTV é sua melhor opção. Mesmo sem todos os recursos de alguns concorrentes, ele permite que você aproveite a principal vantagem do novo sistema: a qualidade de som e imagem muito superior. Esperamos que a Positivo cumpra a promessa de “atualizações futuras” e implemente os recursos que faltam (como o guia de programação, presente no modelo da Semp Toshiba), bem como ajuste os problemas de instabilidade na sintonia. Mas eles são parte do preço que um “early adopter” de uma tecnologia complexa como nosso sistema de TV Digital tem de pagar pelo privilégio de estar na primeira fila.

Resumo: Positivo DigiTV
O que é isso? – Sintonizador para o sistema brasileiro de TV Digital.
O que é legal? – Instalação muito simples, boa qualidade de som e imagem.
O que é imoral? – Várias “funções reservadas para atualizações futuras” dão a impressão de que o aparelho foi lançado í s pressas. Cabo de força curto demais.
O que mais? – É o sintonizador mais barato atualmente no mercado.
Avaliação: 4,0 (de 5).
Preço sugerido: R$ 500.
Onde encontrar: www.positivoinformatica.com.br

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5 comentários
  • Alguem teve problema na captação de sinal no dia de hoje (04/12/2007)??

    O digitv de um amigo estava funcionando até ontem, hoje parou de funcionar, o suporte da Positivo disse que é problema com a emissão do sinal.

  • Comprei um conversor positivo para tvs analogicas, ficou otimo a imagem dos canais e o som, mas fiquei chateado com uma coisa, meu positivo só achou cinco canais que são: Rede Globo, SBT, MTV, bandeirantes e Record, mas cadê os canais Cultura, Gazeta e Rede Tv. Já mandei o conversor procurar os canais varias vezes e só acha os citados acima. Tentei mudar a antena de posição uma vez, ai mandei o conversor procurar canais de novo, blz ai achei os canais Gazeta, Rede TV e Cultura, mas ai sumiram os canais da Record e Band.
    Oque será que está acontecendo. Só pra saberem eu estou usando uma antena UHF amplificada.

  • olá,tenho um mobo e ele so tem uma saida vga para liga-lo a tv. na tv lcd, funciona bem comcabo vga, mas tentei com cabo video componentes, (azul, verde e vermelho), mas só aparece cores e na tv analógica ficou na mesma ´so cores. gostaria muito de assistir meus filmes na tv analogica.
    Agradeço.