Como se monta a infraestrutura para transmitir quarenta shows pela internet, ao vivo, em resolução 4K? Fui ver de perto em um dos eventos de abertura do SXSW Music, no dia 17, o que a Dell e seus parceiros prepararam para as festas da revista The FADER em Austin.
Em resumo, é isso aqui (clique para ampliar):
Mas, antes de tudo, é preciso ter um show no palco principal (no caso, Passion Pit):
Que é capturado por câmeras RED Epic e Scarlet equipadas com módulos de transmissão RED 4K e sensores 6K (!).
De lá, via fibra óptica conectada (via adaptador Nipros LS-750 GTS) nas câmeras, o material segue em tempo real para um contêiner (que também serve como área VIP para ver os shows do alto – sem contar em drinks que brilham no escuro).
Dentro do contêiner, uma central de fibra óptica (Nipros LS-850) recebe o sinal e envia para um transmissor de sinal Blackmagic Multiplex e para o switcher Blackmagic ATEM 2ME 4K, controlado por um painel high-tech da Sharp (abaixo)…
E por duas workstations portátil Dell Precision M3800, usadas também para editar vídeos em 4K com Adobe Premiere, assim como inserir vinhetas e publicidade no stream. O áudio vem direto da mesa de som em um canal separado.
A partir do switcher, o sinal em 4K segue para monitores Dell UltraSharp e TVs Sharp via HDMI espalhados pelo local do evento e para uma workstation Dell Precision Tower 7810 (com processadores Intel Xeon), que faz o encoding do vídeo e envia para a internet a 6Mbps para uma rede de distribuição de conteúdo (CDN) e de lá para o site do Fader.com e sua audiência global (transmissões ao vivo vão até amanhã, dia 21). Uma segunda workstation Dell Precision Tower 7810 serve para edições offline.
Lá no evento, falei com Scott Hamilton, um dos estrategistas da área de workstations da Dell, e ele explicou que, apesar de a transmissão principal ser em 4K, o sinal para a CDN sai em quatro formatos distintos (640 x 480, 1280 x 720, 1920 x 1080 e 3840 x 2160) – e o streaming se adapta direto à sua resolução de tela do computador (no meu caso agora, 1280 x 720).
E a latência? “É quase zero, mesmo com os quatro streams simultâneos”, explica. De qualquer modo, o link de 6Mbps é garantido por um backup de 100Mbps.
E o que a Dell tem a ver com o SXSW?
Com suas três verticais – Interactive, Film e Music -, a companhia de Round Rock, ao lado de Austin – quer encontrar suas audiências principais: durante o Interactive, falar com empreendedores e startups, no Music, mostrar suas tecnologias para o consumidor final que visita a área criada em parceria com a The Fader/Converse, e, no Film, falar das suas soluções de hardware para produção de filmes.
“É um bom modo que encontramos para falar com o consumidor final de uma forma diferente, demonstrando nossos produtos e soluções no Fort Fader”, comentou Bryan E. Jones, vice-presidente de marketing da Dell para América do Norte.
Pausa para uma explicação técnica:
O SXSW Interactive é muito descentralizado (e eu achava a CES uma zona). Não é um evento de produtos (como a CES e o MWC), mas sim de troca de ideias.
São centenas de palestras por dia em diversas áreas – Centro de Convenções de Austin, hotéis como o Hyatt e o JW Marriott – e inúmeros eventos paralelos criados por marcas que estão (ou não) participando de palestras. E toda noite tem um monte de festas. É impossível acompanhar tudo.
É melhor pensar no ponto de vista de que a vida é feita de escolhas e você vai na que achar mais interessante (acertei nas minhas opções em quase tudo, só errei no último dia quando troquei um painel sobre futuro da saúde por um marqueteiro – pelo menos foi engraçado)
Como o centro histórico de Austin (a “capital mundial da música ao vivo”) é lotado de bares e restaurantes, fica fácil para marcas montarem seu acampamento temporário em um deles e encontrar parceiros, clientes, curiosos e participantes do SXSW.
Exemplos: na sexta (13) quando cheguei a Austin, a 3M tinha uma tenda enorme montada num terreno na frente do Centro de Convenções. Três dias depois, a tenda sumiu e, na terça-feira (17), já tinha um palco de outra marca para o SXSW Music.
Ou a Samsung, que fechou um restaurante ao lado da Casa Brasil: no térreo, demonstrações de produtos, sala pra blogueiros e um monte de brindes (camisetas e sacolas, no geral). No andar de cima, um espaço para shows. Fora marcas desconhecidas que fazem guerrilha na rua e te dão camisetas, sacolas, bobagens em geral.
A Dell também tem seu espaço – fora do Centro de Convenções (e ao lado da incrível Spotify House). Enquanto montavam a estrutura de palco e barraquinhas de comida e parceiros (Converse, DJI, Vitamin Water etc) do Fort Fader (onde foi o show que eu fui), visitei no dia 15 um lounge cheio de produtos e soluções Dell que servia de palco para conversas sobre empreendedorismo, incluindo uma competição de startups (abaixo) e e-health.
Além disso, a Dell participou de palestras oficiais do SXSW em temas como uso de tecnologias para produção de filmes e pela maior participação de mulheres no empreendedorismo. No lounge, produtos como o incrível novo XPS 13, tablets para usuário final e corporativo e soluções de ecologia e sustentabilidade.
ZTOP participou do SXSW Interactive 2015 a convite da Dell.
A gente acha que é tudo bonitinho, aí vai ver os bastidores e tem coisas empilhadas, fios pra todo lado haha. Mas, incrivelmente tudo funciona (não digo pela bagunça, mas pela transmissão em 4k)
Sempre funciona. E tô esperando pra ver se a Dell (o tal do Scott) vai me dizer os dados pós-evento!
“Para um criativo, toda bagunça é organizada 🙂 “
Coisa da engenharia, se funcionou, não precisa ficar bonito…
😛
Post interessante.
Apresentou o patrocinador mostrando qualidades, não apenas com descrições.
Será que vão disponibilizar pra download aqui, pqnpq streaming não rola.