Da série “A volta dos mortos-vivos”, parte 8564: a Transmeta ainda vive – mas não por muito tempo. Ontem à noite a fabricante de chips, que ganhou certa notoriedade por ter Linus Torvalds em sua equipe, publicou dois comunicados oficiais dizendo que está procurando comprador e, sim, vai licenciar algumas tecnologias para a até então inimiga Intel.
Com Intel, são dois acordos: um novo que fornece determinadas tecnologias computacionais para a Intel de uso não-exclusivo, e um que complementa outro de 31 de dezembro de 2007 que dá também à Intel uma licença perpétua (sem exclusividade) de uso de patentes e aplicativos da Transmeta existentes de hoje até 31 de dezembro de 2017 (!!!) – e que vai fazer a Intel pagar US$ 20 milhões de dólares para a Transmeta todo ano, de 2009 a 2013.
Com os dois acordos, a Transmeta espera receber da Intel cerca de 91,5 milhões de dólares até o fim do ano fiscal atual, que termina no próximo dia 30. A Transmeta Corporation conta com uma consultoria da Piper Jaffray para vender a companhia, que ganha um bom dinheiro graças aos novos acordos com a Intel. Pelo menos estão abrindo o jogo e jogando a toalha, em um mercado que a Transmeta prometia demais, mas nunca deu certo. Espero que a AMD não seja a próxima da lista…
Nagano comenta: o curioso (para não dizer trágico) é que não é a primeira vez que a Transmeta vende algumas jóias da família para a concorrência. No último mês de agosto, a empresa licensiou sua tecnologia de economia de energia LongRun e LongRun2 para a NVidia pela bagatela de US$ 25 milhões à vista e sem choro. Isso na época atiçou ainda mais os rumores de que a NVidia estaria desenvolvendo seu próprio processador x86. Informação que foi negada mais de uma vez pelo CEO da empresa, Jen-Hsun Huang durante o NVision 2008.