“The Social Network” (no Brasil, “A Rede Social”), de David Fincher, só não é para mim o filme do ano porque a Pixar lançou Toy Story 3. Mas comparar uma obra com a outra é comparar bananas com maçãs (ops), e o diretor David Fincher acertou no alvo por dois motivos.
1) “A Rede Social” não é o típico filme estereotipado de nerd – talvez a única menção ao “nerdstyle” clássico é a palestra de Bill Gates (o estereótipo ambulante) na universidade. Foge do esquema “garoto anti-social que usa computadores para se esconder do mundo” e vira “garoto que cria rede social para se vingar da ex-namorada ” (uma coisa meio Kurt Cobain, o moleque que apanhava dos grandões na escola e se vingou fazendo barulho e dinheiro).
E, poxa vida, “A Rede Social” é um filme sobre algo recente. História contemporânea pura. A dupla Sergei Brin/Larry Page deve estar se remoendo de inveja.
2) Jesse Eisemberg é Mark Zuckerberg. Só faltam as regras de “Zumbilândia” para sobrevivência, mas o cara é Zucherberg escrito. O papel de Zuckerberg no filme se alterna entre herói (pra galera de Harvard) e vilão (pro ex-colega brasileiro Eduardo Saverin e os gêmeos Winklevoss, que representam o bem padrão mauricinho do aluno-chique-e-elegante-esportista da universidade americana).
Além disso, pra quem gosta, “A Rede Social” é um quase-filme de tribunal, e você torce pra algum dos lados em algum momento. É pop o suficiente para atrair quem não tem um perfil no Facebook e mostra muitas das sacanagens que o mundo corporativo (e do venture capital) faz para “sacanear-sem-sacanear” seus parceiro. Quem já trabalhou (em ou com) qualquer grande multinacional no Brasil sabe bem do que estou falando. Eduardo Savarin foi sacaneado? Sem dúvida. Mas Zuckerberg realmente sabia disso?
O ponto negativo do filme, pra mim, foi o papel desempenhado por Justin Timberlake, como Sean Parker, co-fundador do Napster e responsável (pelo menos segundo o roteiro) pelo encontro do Facebook com seu primeiro angel investor. Timberlake, ótimo em “Alpha Dog”, infelizmente, não é nerd o suficiente para Parker (não confundir com o outro co-fundador do Napster, Shawn Fanning, que não tem nada a ver com o Facebook).
Timberlake, como Parker, é como se a Globo fizesse uma novela sobre internet no Brasil e colocasse o Tony Ramos pra interpretar, digamos, o Alexandre Hohagen, do Google. Não combina pela idade, não convence pela atuação.
E eu vou ver “A Rede Social” de novo quando estrear no Brasil em dezembro. E você, que pode achar que é “nada a ver” um filme sobre o Facebook, vai se surpreender. E, vale lembrar, a trilha é de Trent Reznor, sombria na medida certa.
o trailer oficial:
Adorei a ressalva sobre Tony Ramos interpretar Hohagen. Hahaha, genial! 😀
Humm me deixou curioso para assistir 🙂
tb fiquei curioso.
Vou assistir quando passar na Sessão da Tarde e eu estiver de férias
[…] do Twitter (sim!) e leva o conceito do “social graph” popularizado pela turma de Zuckerberg para o universo ultraconectado do Google. Pode ser legal, no fim das contas.Considerações sobre o […]