Timing é tudo na vida, e o Zenfone 7 sofre com isso.
No final de 2019, a Qualcomm anunciou o Snapdragon 865, chipset para smartphones topo de linha a serem lançados em 2020. Virou o ano, diversos fabricantes (Samsung, Xiaomi, LG, Vivo, Motorola e até mesmo a Asus com o ROG Phone 3, que chegou ao Brasil faz pouco tempo também).
Ontem, 10 de dezembro de 2020, com o sucessor do Snapdragon 865 já anunciado (é o Snapdragon 888), a Asus Brasil anunciou o lançamento local do Zenfone 7, seu modelo topo de linha. Com Snapdragon 865, 6 GB de RAM, bateria de 5.000 mAH e a divertida câmera traseira tripla que gira para a frente para tirar selfies.
É um baita aparelho, com tela grande de 6,67″ quase sem bordas e taxa de atualização de 90Hz (que nem a do Moto Edge+), e a Asus adora se gabar dos sensores Sony presentes nas câmeras (não que o consumidor vá para a loja pensar “nossa hoje vou comprar um smartphone com sensor X, Y ou Z, mas a Asus acha que isso é importante) – com 64 megapixels de resolução na lente principal, 12 megapixels na ultra-grande-angular e 8 megapixels no zoom óptico de 3x. Aperte um botão, a câmera gira para a frente para tirar selfies. Ou gravar vídeo-selfies em resolução 8K.
Mas alguns recursos premium presentes em aparelhos topo de linha da concorrência – como o leitor de digitais integrado à tela, por exemplo, ou a taxa de atualização de tela de 120Hz – não aparecem no Zenfone 7. As cores são bonitas – um preto azulado e um branco furtacor (meio 2019, mas OK).
Repito: o Zenfone 7 é um aparelho que parece ser incrível. Mas chegou na data errada – sim, por conta da crise, da pandemia, temos dólar alto. E, neste momento, com a concorrência preparando a linha 2021 (Samsung deve anunciar o Galaxy S21 em janeiro com Snapdragon 888), é um tanto injustificável pagar caro em um smartphone dito premium.
Acontece, infelizmente. Tem concorrentes igualmente poderosos nas especificações (como o Galaxy S20 FE), já com preço menor no varejo.
O Zenfone 7 segue a estratégia da Asus em reestruturar seu negócio de smartphones para um mercado de nicho – gamers, no caso dos ROG Phones, e profissionais criativos, para o Zenfone. Para uma linha de aparelhos que já fez barulho demais por oferecer “luxo acessível“, o preço sugerido de R$ 5.399 à vista (ou R$ 5.999 parcelado) mostra que a Asus seguiu para um caminho diferente mesmo – e talvez a guinada para os nichos tenha dado certo. Mas isso eles não vão contar ou confirmar para a gente.
[Asus]