Pós-MWC 2019 – Após todo o hype da espera pelos smartphones dobráveis, eles se materializaram (de longe) em Barcelona esta semana na forma do Huawei Mate X, do Samsung Galaxy Fold e dos protótipos da TCL. Dá para classificá-los como status pendente ainda.
Pendente? sim. São produtos em construção. Por isso que pouca gente (ou nenhuma, no caso do Samsung Galaxy Fold) teve acesso aos smartphones/tablets.
Mas o mais interessante disso tudo foi ver que, por ser uma categoria de produto em nascimento, cada empresa tem uma filosofia diferente.
Huawei Mate X
A Huawei adotou no Mate X um conceito que mais tem a ver em um tablet que se transforma em smartphone, com uma tela grande de 8 polegadas que se dobra ao meio para dentro.
Com o aparelho fechado/dobrado, ele tem duas telas menores operacionais – uma frontal de 6,6 polegadas que pode ser considerada a principal e uma traseira de 6,4 polegadas (que fica junto às câmeras com lentes Leica do Mate X).
Dei uma sorte danada ao ver o Mate X no stand da Huawei no segundo dia de MWC com a tela ligada no Android, e não no vídeo padrão que estava sendo reproduzido no dia do anúncio. Um pouco depois voltou ao que estava.
Alguns sites gringos tiveram acesso ao Mate X, o que me leva a pensar que é um produto que já está razoavelmente bem acabado (tem até diretor de marketing de operadora postando foto no LinkedIn, por sinal – não fica claro se ele assinou um acordo de não-divulgação ou não para publicar algo sobre o Mate X).
De qualquer modo, é um aparelho que a Huawei não deve lançar no Brasil tão cedo (já que eles prometem uma chegada local para “breve”) pelo simples motivo de ser um dispositivo 5G – algo que teremos por aqui, com sorte, depois de 2020.
A Huawei disse que o Mate X será lançado pelo preço de 2.299 euros, provavelmente na metade do ano – em mercados com 5G, claro.
Samsung Galaxy Fold
Já a Samsung, que apenas mostrou no palco o Galaxy Fold em San Francisco durante o anúncio do Galaxy S10, colocou o smartphone em um pedestal envidraçado, iluminado até demais e muito difícil de fotografar.
O conceito do Galaxy Fold, ao meu ver, é contrário ao do Mate X: é um smartphone fechado com uma tela externa de 4,6 polegadas que, ao ser aberto como um livro ou carteira, se transforma em um tablet de 7,3 polegadas (e desativando a tela externa, porém continuando o trabalho que estava sendo feito nela).
O Galaxy Fold será lançado aqui em algum momento deste semestre, segundo fontes do mercado informam a este ZTOP+ZUMO.
Deve seguir a estratégia de super luxo que a Samsung está criando para o Fold no exterior (onde vai custar a partir de US$ 1.980 no final de abril, onde deve ser mostrado em um evento específico). O vídeo abaixo (estranhamente sem som) dá uma ideia de como ele vai funcionar.
TCL, Royole, outros
Da TCL vieram protótipos conceituais – mais de tela (uma especialidade da casa) do que produtos propriamente ditos. Eu gosto do aparelho “menor” da foto abaixo – ele só precisa ficar um pouco mais fino para ser usável.
A Royole já vende o dela, o já famoso FlexPai, desde o ano passado. Minha sensação sobre essa empresa de telas dobráveis é que ela tem uma solução – telas dobráveis! – para um problema: quem quiser comprá-las. E quem quer?
Grande ausência flexível do MWC: o aparelho da Xiaomi, que se dobra em três (!).
E teve um dobrável da Energizer que passou batido por causa do barulho causado pelo monstrengo com bateria de 18.000 mAH e meio quilo de peso (o smartphone mais inviável da história da humanidade, criado apenas para aparecer na mídia).
A pré-história dos dobráveis
Repito aqui: estamos vivendo a pré-história dos dispositivos móveis dobráveis. Por enquanto, são aparelhos muito caros que não sabemos se:
- como o Android se comporta neles (apesar da promessa do Google de compatibilidade com flexíveis)
- se tem um vinco visível no meio da tela (o FlexPai tem) – não consegui perceber se o Mate X tem algum sinal disso, mas a apresentação da Samsung em San Francisco (com aquele telão gigante) deu ideia de que o Galaxy Fold não está (agora) 100% pronto
- se vai ter tração por parte do consumidor – uma coisa é a Samsung (ou a Apple) lançar um aparelho de US$ 1.000 e a operadora subsidiar parte do valor em troca de um plano. Outra é a Samsung ou a Huawei lançarem aparelhos de US$ 2.000+ e alguém querer realmente comprar.
- acho que todo mundo com um projeto desses na manga – Motorola, Xiaomi e os china-inovadores (Oppo, Vivo) – está esperando pra ver como o Fold e o Mate X serão recebidos para seguir com seus projetos.
- Cadê a killer app que, de tão bacana, vai convencer os consumidores a comprar um dobrável só para usá-lo?
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