Como testar direito um smartphone ou tablet? Não basta apenas a simples avaliação rápida de “oh, isso é bonito” (comum a diversos sites mundo afora que mal pegam o produto e publicam “reviews”): é preciso ter algum parâmetro para isso, e os benchmarks – aplicativos que usam diversos recursos do processador, da GPU e do sistema como um todo – são um bom começo.
Mas qual deles é o certo?
A Qualcomm também deixou claro hoje, em um workshop sobre benchmarks em San Francisco, de que também não sabe direito qual é o caminho certo nos benchmarks para indicar para um consumidor qual produto comprar – e isso é bastante interessante, tanto para quem fabrica o processador
(como a Qualcomm, a Texas Instruments ou a Nvidia, por exemplo) quanto para quem escreve sobre o tema (eu, no caso) – e olha que estamos falando aqui de UM sistema operacional (Android), nem entraram no mérito de Windows Phone (ou RT).
Resumo da história? Tem um monte de benchmarks para Android de fontes duvidosas (gente que não responde nem e-mail, para dar uma ideia) e, bem, o mundo ideal – pelo menos para a Qualcomm – é misturar experiências de uso real, como avaliar a bateria no dia-a-dia de uso de um novo smartphone, com aplicativos que conseguem também medir resultados cotidianos, como navegação na web, dar zoom em imagens, tempo para carregar um site e, claro, mensurar dados do feijão com arroz do mundo do hardware: desempenho de CPU, GPU e funções matemáticas.
Dito isso – e aproveitando a deixa dos números enormes – a turma da Qualcomm deixou a gente brincar por um bom tempo considerável com um protótipo de tablet com Android que será vendido apenas para desenvolvedores.
As configurações de hardware são impressionantes: processador Qualcomm Snapdragon S4 Pro (APQ8064) quad-core de 1,5 GHz, GPU Adreno 320, 2 GB de RAM, 32 GB de armazenamento, tela de 10,1 polegadas WXGA multitoque e diversos sensores/adicionais (7 microfones, som surround, giroscópio 3D, sensor de proximidade/ambiente, entre outros). Ainda está com Android 4.0, mas um update para 4.1 “Jelly Bean” é previsto pela fabricante para breve.
Para desenvolvedores de apps Android, o tablet será vendido pelo preço sugerido de US$ 1.299 direto pela Bsquare (fabricante do produto e parceira da Qualcomm no projeto).
Por ser um projeto que não chega às mãos do consumidor – mas serve de referência para os fabricantes de hardware também -, o desempenho do modelo da Qualcomm/Bsquare impressiona. Rodei alguns benchmarks padrão (Quadrant Standard, Antutu, Vellamo) e outros que nunca tinha usado (como Electopia, um game 3D, Basemark – que é a coisa mais próxima do que é feito para testar PCs – e GLBenchmark).
Os números são gigantes no resultado – mas não têm comparação com nenhum produto atual do mercado: a Qualcomm diz que seu quad-core consegue lidar com 4 pacotes de instruções por core, contra dois pacotes de instrução por core nos produtos da concorrência (leia-se Nvidia Tegra 3 ou o Exynos usado pela Samsung no Galaxy S III).
Veja o gráfico de alguns dos benchmarks e tire suas conclusões (clique nas fotos para ampliar):
Em vídeo, o desempenho gráfico (60 frames por segundo ou mais) – os benchmarks rodam… sem som!
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