Ontem vindo pra Barcelona, antes de embarcar, vi que o Twitter estava em polvorosa por causa do recém-anunciado HP Slate 7. Resolvi esperar um dia e ver de perto o tablet econômico e descobri que a HP economizou também na inovação com esse produto. Deu a impressão de que alguém lá dentro berrou “precisamos lançar um tablet Android” e ligaram pro primeiro OEM chinês que produz equipamentos de baixo custo.
O HP Slate 7 é um tablet leve (368 gramas) com uma tela de 7 polegadas que promete boa visualização com iluminação forte. Pense em um Nexus 7, deixe-o um pouquinho mais espesso e coloque uma tela de resolução pior: é o tablet que será vendido a partir de abril nos EUA pelo preço sugerido de US$ 169 (apenas US$ 30 a menos que o modelo da Asus).
As especificações técnicas do Slate 7 incluem ainda um processador A9 dual-core de 1,6 GHz e uma câmera impressionante de 3 megapixels de resolução, mais uma VGA frontal para videochamadas. Se tem algo que o diferencia é o uso de Beats Audio para melhorar o som (e que faz alguma diferença se você tem fones de ouvido razoavelmente bons).
Mas é o software – ou melhor, a falta dele – que me deixou com a impressão errada sobre o Slate 7. Se outros fabricantes investem em interfaces especiais para Android e diversos apps que aproveitam melhor os recursos do sistema do Google, o Slate 7 não tem… nada. O comunicado oficial diz que o tablet vem com a solução HP ePrint, para imprimir direto do tablet em modelos compatíveis da fabricante, e um representante da HP me disse, no estande, “que é um produto para consumo de mídia” (mas daonde? da loja da HP? da loja do Google?)
O press release diz ainda que “o HP Slate 7 se une ao recém-anunciado HP Chromebook como parte da iniciativa da HP em fornecer acesso à experiência Google”. E é isso que o usuário vai ter: só o básico do Google, sem a marca e o suporte de um Nexus, sem apps adicionais ou serviços que diferenciem esse tablet barato de qualquer outro tablet genérico à venda no mercado hoje.
É uma pena ver a HP chegar nesse ponto: eles falam em retomada do mercado de hardware de consumo, sem grandes lançamentos faz muito tempo, e lançam um produto que não se diferencia em nada da concorrência (e eu já disse aqui para outro fabricante: para fazer qualquer coisa, é melhor não fazer). Pelo jeito, o desespero bateu na garagem da turma de Palo Alto.
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