Anunciado no exterior em maio do ano passado, o HP SlateBook X2 faz o papel de netbook e tablet rodando Android. É bom, é rápido e é um produto de nicho.
O design do HP SlateBook X2 se inspira no padrão criado anos atrás pela Asus com o Transformer TF101, um dos primeiros tablets Android do mercado com uma base de expansão destacável. A própria Asus, junto com outros fabricantes de hardware, acabou levando esse design para os híbridos com Windows 8 e até mesmo com Windows e Android ao mesmo tempo.
Em resumo, o SlateBook X2 é uma boa tela Full HD que se destaca da base e vira um tablet de verdade (não aquela coisa chamada Slate 7).
Pela presença do teclado (estou há quatro dias usando o aparelho e ainda tenho 40% de bateria no tablet) e aplicativos específicos instalados para produtividade (Kingston Office, Splashtop e outros da própria HP), dá para considerar esse tipo de produto como um netbook Android, para um público certo (vendedores? advogados? jornalistas?).
O problema é no formato. Reza a lenda que o sr. Google, dono do Android, não quer ver mais esse formato de netbook à venda rodando Jelly Bean, Kit Kat ou o que mais for. Para ser produtivo e conectado, existe algo chamado Chrome OS. Na visão do Google, Android é para smartphone e tablet, Chrome OS é para notebook/netbook. Híbridos com Android não são muito bem-vistos, então, mas nada impede os fabricantes de hardware de vendê-los.
Aqui, no formato notebook, com um bom teclado (ainda que não em português padrão ABNT) e touchpad…
…e basta destravar o botão central…
…para ter um grande tablet de 10,1″ em suas mãos. Eu particularmente não gosto de tablets grandes (algo entre 7″-8″ para mim é o ideal), mas para ver filmes essa tela grande (e 1920 x 1128 pixels) é bem boa (e leve seu paninho de microfibra, porque ela pega marca de dedos muito muito fácil)
A base do SlateBook X2 traz uma bateria interna adicional, que recarrega e alimenta a bateria do tablet. Do lado direito do portátil, vemos (da direita para a esquerda) uma saída de vídeo HDMI, o conector do carregador da bateria (em um padrão proprietário da HP) e, quase invisível na ponta esquerda, um leitor de cartões SD.
Do lado esquerdo, apenas uma porta USB 2.0.
O acabamento do SlateBook X2 é todo em plástico. Na tampa/tablet, temos o botão de volume…
…uma câmera de 2 megapixels…
… e o botão de liga-desliga.
Embaixo do teclado temos apenas as indicações das portas da base.
Ao remover o tablet, o encaixe na base é similar ao da fonte de energia.
Na base do tablet, vemos os dois encaixes nas pontas para sustentação, um slot adicional microSD para armazenamento extra e o conector do teclado/fonte de energia.
Como tablet, é um produto bem fino. O conjunto da obra (2,05 cm de espessura com o teclado) é bem pesado (1,26 kg).
As teclas da base são do estilo chiclet, com 91% do tamanho de um teclado de notebook – leia-se “oooh, é um netbook mesmo!”.
E tem um monte de teclas dedicadas, incluindo controle de volume, brilho na tela, buscas e a sempre necessária captura de tela.
A configuração de hardware do SlateBook X2 traz algo diferente (para não dizer único) no mercado brasileiro: um processador Nvidia Tegra 4 (quad-core, 1,8 GHz) com 2 GB de RAM.
Nos benchmarks, os resultados são bons (estou com outros 2 tablets Android aqui e não rodei os testes ainda para comparação – se quiser ver os números de smartphones recentes, estão aqui)
Apesar dos números altos e da alta taxa de quadros por segundo (59,9 fps nos Nenamark) e estourar o limite no 3DMark Ice Storm, o SlateBook X2 foi o primeiro dispositivo Android que testo a ser classificado como “dispositivo removido da lista” no 3DMark Ice Storm Unlimited.
Tem a ver com algum truque do fabricante para tentar enganar o aplicativo de testes ou simplesmente a HP (ou a Nvidia) não fez algum processo de homologação do produto com o desenvolvedor do benchmark.
A HP mexeu pouco no visual do Android (4.3) instalado no SlateBook X2…
Com notificações e controles no topo da tela e zero frescuras visuais estilo TouchWiz (yay!)
Nas configurações, apenas adições de controle do HDMI e algo curioso chamado HP Cool Control Setting (que, só de abrir Shadowgun já deu para perceber que o tablet esquentou, mesmo com esse controle ativado).
E, nos controles de energia, gerenciar o balanceamento entre desempenho e economia de bateria.
Nos aplicativos adicionais, poucas e boas novidades inseridas pela HP. Controle de impressão sem fios (óbvio), Box (para armazenamento na nuvem), gerenciador de arquivos, media player e pacote Kingston Office (com equivalentes a Word, Excel e PowerPoint).
Só esqueceram de avisar que no Brasil se fala português brasileiro, não de Portugal. Ficheiros? Grelha? Actualizar? ô pá! 🙂
O tal Kingston Office faz o básico. Usei para tomar notas na coletiva da Amazon e mais xinguei o teclado (por não ter acentuação nativa, só com atalhos) durante o período.
O que mais? O reprodutor de vídeo roda arquivos em HD sem muito esforço (mas o MKV de testes saiu sem som…).
A câmera de tablet, bem, é uma câmera de tablet.
E eu gostei mesmo do Splashtop, um app de virtualização que permite controlar seu PC ou Mac de qualquer lugar (desde que o computador tenha o programa instalado). E é rápido quando conectado. Aqui, meu Chrome no Macbook…
… e até dá para editar fotos de forma remota. Curioso, interessante e útil.
Aí fica a grande questão do nicho de quem vai usar um produto híbrido como esses. Primeiro, é preciso lembrar que esse tablet só está à venda em versão Wi-Fi. Nada de 3G integrado.
Existem bons exemplos por aí, mas eu (eu eu eu) não consigo usar tablets (ou híbridos) para meu ganha-pão diário (escrever neste site). Preciso de editor de foto mais poderoso, preciso de teclado (algo que o X2 até oferece, com limites) e, principalmente, preciso de um sistema que faça as coisas mais rápido do que ir item por item na hora de subir uma foto para o servidor.
No Chrome do PC ou Mac, consigo subir múltiplas imagens ao mesmo tempo. No mesmo Chrome do Android, é uma por uma, com opções um tanto estranhas no caminho:
No fim das contas, é preciso avaliar o custo-benefício do produto. Pelo preço sugerido de R$ 1.899 no pacote completo (tablet + teclado), é uma oferta única e praticamente sozinha no mercado brasileiro: um híbrido rodando Android com processador Tegra 4. Tem seus benefícios – é rápido, bom desempenho gráfico, tela Full HD, boa duração da bateria -, mas é preciso verificar exatamente o que você, consumidor, procura com esse valor no bolso para gastar.
Tablets Android estão ficando mais baratos (os na faixa de R$ 700-R$ 1.100 são os mais indicados) e notebooks touch com Windows 8 – os mais simples – já estão abaixo de R$ 2.000. Pense no Slatebook X2 como algo exclusivo, quase único. É o segundo produto da HP com NVidia: o primeiro foi o HP Slate 21, um tudo-em-um também com Android (afinal, o terceiro produto com Tegra 4 do mercado brasileiro ainda é vapor).
Resumo: HP SlateBook X2
O que é isso? Tablet híbrido com sistema operacional Android 4.3.
O que é legal? Bom desempenho, tela Full HD.
O que é imoral? Pesado, só conexão Wi-Fi, sem 3G, teclado em inglês.
O que mais? Apps de produtividade instalados, boa opção de expansão (16 GB internos + 32 GB no microSD + 32 GB no SD).
Avaliação: 6,5 (de 10). Entenda nosso novo sistema de avaliação.
Preço sugerido: R$ 1.899
Onde encontrar: HP
Se fosse uns 1000 reais eu já estaria comprando… mas esse preço ai, e com certeza nunca vai entrar em promoção, ai fica complicado. 1800 reais vc compra notebook mais leve…
Por esse preço você compra um ultrabook em promoção =/
Ao meu ver o windows parece ser mais adequado pros híbridos (pena o Helix da Lenovo ser tão caro 😛 )
Caro Henrique Martin, tenho um slatebook x2 como faço para configurar o teclado? Vc conseguiu? tentei usar o swiftkey mas sem sucesso. Obrigado
Olá Eduardo Ribeiro! Você conseguiu configurar o teclado? Também não consegui! Abraço