Review: Moto Edge 20 Pro

O Moto Edge 20 Pro é uma excelente surpresa – para o bem. A fabricante conseguiu criar um produto cheio de superlativos (tela de 144Hz, 12 GB de RAM, carga rápida de 30W, 5G, câmera com zoom óptico de 5x e macro excelente) que, com poucas concessões (leitor de digitais na lateral, acabamento em plástico) oferece uma grande experiência ao consumidor, com um preço bem atrativo.

Junto ao Galaxy Z Flip3, é o meu aparelho topo de linha favorito de 2021, até o momento.

Moto Edge 20 Pro: Design, especificações

O Moto Edge+, lançado ano passado, tinha esse nome por um motivo claro e visível: a tela com bordas curvadas. Porém o Edge 20 Pro vem com um display plano (um tanto contraditório manter o nome, mas isso é outra história).

E por mais que eu goste de smartphones com telas curvadas na lateral, a escolha de design no novo aparelho é bastante racional, com um perfil muito fino (76 mm de espessura), corpo em plástico, tanto nas laterais como na traseira, com um acabamento fosco em azul que tenta dar um ar mais premium ao produto – o plástico, porém, não parece tão elegante como alumínio ou vidro adotados pelos concorrentes.

É uma parte do produto que foi sacrificada para ter um melhor preço final, porém, e que não passa a sensação de um telefone simples com finalização em plástico.

Já por dentro o Moto Edge 20 Pro vem pronto para um futuro não muito distante: chipset Qualcomm Snapdragon 870 (também uma concessão em comparação a outros topo de linha, já que não é o produto mais sofisticado da Qualcomm hoje – o Snapdragon 888), com 12 GB de RAM (algo raro de encontrar hoje em dia) e 256 GB de armazenamento interno, sem capacidade de expansão. Em resumo, a “falta” de processamento é compensada pelo monte de RAM que a Motorola jogou ali.

A tela de 6,7″ usa um painel OLED de 144 Hz com HDR10+ e é uma delícia de usar, com transições rápidas e uma nitidez incrível – é o meu recurso favorito desse aparelho.

A bateria de 4.500 mAH com carregador rápido de 30W funciona o dia inteiro (carregando pela manhã, cheguei ao fim do dia muitas vezes com 40% ou mais de carga na bateria), o que é um ponto muito positivo. O Moto Edge 20 Pro roda Android 11 e, como os modelos mais recentes da linha Moto G, vem com um botão dedicado para o Google Assistente no lado esquerdo do aparelho.

O leitor de digitais fica no lado direito do telefone e atua como botão liga/desliga. Aqui temos uma concessão de hardware interessante: a Motorola não colocou o leitor de digitais integrado à tela (como no Edge+ de 2020), mas na prática isso acaba sendo mais fácil de usar. Minha experiência com leitores integrados à tela é boa no geral, mas às vezes percebo que com o dedo mais ressecado (obrigado, Covid-19 e a vida com álcool 70) nem sempre a tela responde rápido – algo que não ocorre na lateral.

As câmeras do Moto Edge 20 Pro

O Moto Edge 20 Pro tem um conjunto de três câmeras: uma principal de 108 megapixels de resolução (que acaba tirando fotos a 12 MP no modo automático), uma grande-angular/macro de 16 megapixels e um zoom óptico de 5x (com o truque de chegar a 50x com o periscópio – que já vimos no Huawei P30 Pro em 2019 e no Samsung Galaxy S20 Ultra em 2020, algo que você não vai usar além de impressionar os amigos algum dia). A câmera frontal tem 32 megapixels de resolução.

E eu acabei tendo um problema com a câmera principal do Moto Edge 20 Pro: eu quase não a usei nas quase duas semanas com o aparelho. É boa, mas o macro é excelente, brilhante, nítido, divertido de brincar. As fotos falam por si:

Mas à noite a câmera principal também não faz feio:

O que mais?

O Moto Edge 20 Pro vem pronto para redes 5G, algo que vai ser útil em um futuro próximo quando o leilão ocorrer e as operadoras cuidarem da infra-estrutura nas grandes cidades, e Wi-Fi 6, algo já disponível mas ainda caro demais para ter em casa.

A Motorola mandou no pacote um suporte multimídia para o Edge 20 Pro, com um cabo USB-C/HDMI para ligar o smartphone a um monitor externo/TV no modo Ready For (que já falei sobre no review do Moto G100), que tenta dar uma experiência de PC para o telefone, com central de games/multimídia/trabalho. Não usei o suporte ou o modo Ready For por não ter necessidade disso no meu dia-a-dia, mas é que nem o DeX da Samsung: bom ter, vai que precisa algum dia.

Eu compraria um?

Sim. Tanto que estou com outros aparelhos na fila aqui para avaliar e, bem, acabei de tirar o SIM card agora na hora de terminar de escrever esse texto, no domingo à tarde (tem um Galaxy Z Fold3 me esperando desde sexta aqui). O conjunto da obra do Moto Edge 20 Pro é muito bom: hardware eficiente, tela incrível, câmeras boas, bateria que aguenta um dia – ou 12 horas pelo menos. O design fino agrada, mas poderia ser um pouquinho mais sofisticado. Com esse “conjunto da obra” completo, o Moto Edge Pro não deixa a dever a um Galaxy S21, por exemplo.

E com o preço sugerido de R$ 4.999 (R$ 4.499 à vista na Motorola e já na faixa de R$ 4.300 ou menos no varejo online), é uma ótima escolha. Vai sem medo.