[MWC 2016] Rick Osterloh, CEO e Presidente da Motorola Mobility, falou hoje por exatos 20 minutos com uma dúzia de jornalistas do mundo. E eu estava lá.
Como a linha de produtos da Motorola costuma sair no segundo semestre, eles não têm muito o que falar no Mobile World Congress de Barcelona.
Mas como agora é uma empresa da Lenovo e ainda existe alguma confusão na cabeça das pessoas sobre o futuro da empresa, a companhia reuniu o povo – não mais que 30 pessoas do mundo todo – pra um bate-papo informal de 20 minutos contados no relógio.
Meus destaques da conversa que meu grupo teve com Rick Osterloh:
- Sobre a marca Motorola: Osterloh reafirmou que a marca Motorola vinha sendo pouco usada desde os tempos de Google e Moto já era a marca principal. A marca Lenovo deve aparecer nos produtos Moto, mas eles acreditam que para o consumidor isso é transparente e não muda a confiança.
- Sobre smartphones modulares: “Lembre que tivemos o Project Ara“, disse Osterloh (que ficou com o Google na venda para a Lenovo). “Vemos que o que a LG fez é bastante limitado e trivial, mas tem potencial a longo prazo. Você viu o que eles fizeram? então, isso explica tudo”, afirmou. “Procuramos resolver problemas necessários do consumidor, como uma tela inquebrável, e não tendemos a perder tempo em coisas incrementais. Fazemos uma ou duas grandes coisas por geração”.
- Sobre relógios inteligentes: “Smartwatches ainda têm tração limitada. Precisam perder algumas barreiras, como duração de bateria e se tornarem cada vez mais itens de moda. E aí serão gigantes. Na nossa visão, smartphones em 2007/2008 começaram a decolar e dispararam a venda. Isso vai acontecer em cinco ou seis anos para relógios”.
- Sobre outros lançamentos no MWC: “Os smartphones lançados esta semana são incrementais, nada além dos últimos dois anos. A Moto tem grandes inovações para mostrar este ano, mas não ainda”.
- Sobre 5G (a tendência em infra-estrutura de telecom no MWC): “Não é a hora” (concordo, Rick). “Mas vai criar mais opções para conectividade”.
- Sobre o futuro da indústria de smartphones e a concorrência: “Dez anos atrás a Nokia era líder. Se foi. A BlackBerry também. Não vejo empresas como HTC e Sony nesse mercado em cinco anos. Alguns chineses estarão por aqui também. Smartphone hoje parece com o mercado de PCs, com uma consolidação de grandes empresas que vão competir em escala. Funcionou para a Lenovo com a IBM nos PCs, funcionou com a Lenovo e a Motorola: escala faz sentido. Mas é um mercado dinâmico e temos que nos reinventar a cada trimestre.”
- Sobre desenvolvimento de novos produtos Moto: Osterloh comentou ainda que Moto e Lenovo já unificaram os laboratórios de desenvolvimento de smartphones, com metade da equipe na China e outra metade nos EUA.