MWC 2014: quando o bom não é o mais caro
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MWC 2014: quando o bom não é o mais caro

O Mobile World Congress 2014 terminou ontem em Barcelona com duas grandes promessas para o consumidor neste ano: os aparelhos grandes estão ficando maiores e mais finos (logo, mais portáteis) e com o novo despertar dos fabricantes para o mundo do cliente que vem do telefone básico e dá seus primeiros passos com smartphones.

O primeiro exemplo no MWC disso veio da a Nokia: em crise pós-iPhone/Android em 2011, trocou o velho Symbian pelo Windows Phone. Mas anunciaram agora uma nova linha, chamada Nokia X, que roda um fork de Android (=versão do sistema do Google… sem os recursos do Google). São aparelhos básicos e baratos (entre 80-110 euros, em média) que serão lançados em diversos mercados, incluindo o Brasil.

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Mas… Nokia usa Android? Yap.

Já tinha dito que essa possibilidade era um cavalo de tróia e, apesar de minha previsão não estar 100% correta (por conta do Android capado, sem serviços Google), é um modo dessa nova Nokia (prestes a virar subsidiária da Microsoft) dizer que está pronta para atingir qualquer público/mercado (Lumia com Windows Phone é o carro-chefe, seguida pelas linha X e Asha de smartphones + telefones simples).

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E, com bom preço e distribuição, acredito que o consumidor médio (que quer dados, dois chips e redes sociais) pode chiar mesmo não porque falta Play Store nos Nokia X, mas sim falta busca do Google (em um papo com uma executiva da Nokia, chamei o X de “cavalo de troia ao contrario”. Ela deu risada).

Ainda no tema “queremos incluir mais gente, mas aqui é quem tem dinheiro mesmo”, a Samsung – num evento cheio de problemas – mostrou seu novíssimo Galaxy S5, que praticamente faz o mais do mesmo com novos truques de software, chega em abril ao Brasil, com preços estimados em um rim, um fígado ou um par de córneas (/ironia).

Apesar do sucesso imenso da linha Galaxy mundo afora (+ de 200 milhões de telefones vendidos), falta uma unidade de design entre os produtos (algo que Sony e Nokia fazem muito bem, para dar um exemplo). Mas isso é implicância pessoal minha. Ah sim, o S5 é o primeiro smartphone com processador Qualcomm Snapdragon 801,  pequena evolução do chip que esteve na maioria dos aparelhos topo de linha em 2013. A Qualcomm deve lançar novos chips ainda este ano.

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Tá, para eu ser menos ranzinza em relação ao design da Samsung, veja o Galaxy Note 3 NEO. Tem a cara do Galaxy Note 3, focinho do Galaxy Note 3, mas não é o Galaxy Note 3. É uma versão mais básica (menos RAM, tela menor, resolução menor, entre outros), mas igualzinha ao Note 3. A representante da Samsung na feira disse que “tudo que tiver NEO no nome é uma versão mais básica do aparelho principal”. Aguardemos então o Galaxy S5 mini neo?

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No tema “novo”, a Firefox mostrou um protótipo (quase escondido) de smartphone de 25 dólares. Sim, ele é lento e tudo que se pode esperar de algo com esse preço: um protótipo.

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HTC, a empresa que foi ao Brasil e sumiu, encheu seu estande de HTC One, seu aparelho principal de 2013, e botou os lançamentos da feira deste ano numa redoma. São os Desire 816 e Desire 810 e, como a HTC não é das fabricantes que eu tenho esperanças (junto com a BlackBerry), não espere muito deles.

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Da série “notícias que gostaria de ter dado, mas não deu tempo direito”, dois fabricantes com produtos bacanas: O primeiro é da Asus, que adicionou alguns novos modelos de Fonepad à sua linha: um com processador Intel com LTE/4G e uma atualização de linha para o modelo 3G, incluindo uma com dual-SIM card.

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Tanto Intel – assim como Qualcomm e MediaTek – lançaram processadores compatíveis com sistemas 64 bits – algo que o Android ainda não é (a Intel até tinha demos com Android x86 portado para 64 bits).

Nagano comenta: Segundo o que vimos (e ouvimos) no último IDF 2013, para o pessoal de Santa Clara, o Android de 64 bits  é uma estratégia de médio prazo já que, com esse recurso, ele será capaz de tirar o máximo proveito dos seus novos SoCs baseados em Atom, além de rodar na mesma plataforma de hardware do Windows 8.

Na época a Intel reconheceu que ainda não existia uma demanda por um Android de 64 bits, de modo que sua iniciativa é uma maneira de dizer para o mercado que estamos prontos para o que der e vier.

Fora isso, um engenheiro de software da empresa me disse que as características dos sistemas de 64 bits (processar números maiores, endereçar mais memória RAM) serão particularmente interessantes em diversos segmentos, em especial o de negócios/corporativo.

Outra é a HP, com seus “tablets de voz” de 6″ (Slate 6 Voicetab) e 7″ (Slate 7 Voicetab) os mesmos que foram anunciados na Índia em janeiro, agora chegam ao mercado Europeu). Lindos, coloridos, grandes, 3G com dual-sim, processador Marvell (!).

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Assim como o diminuto (e bem interessante) Huawei MediaPad X1. A Huawei quer ser a próxima Samsung, mas se não se ocidentalizar rápido (e reza a lenda que existem barreiras grandes internas contra isso), vai ficar na Ásia mesmo.

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Fechando o raciocínio – e voltando ao mundo dos básicos – a Sony mostrou também seu “4G acessível” no Xperia M2 (=design igual ao do Z2, com acabamento em plástico).

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E a LG mostrou a terceira geração da linha básica L (ande de metrô em São Paulo e Barcelona: a maioria dos aparelhos que vejo é dessa família). Nada demais, alguns com TV integrada.

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Ah sim, esqueci de uma coisa de propósito: os wearables, trecos vestíveis solenemente ignorados por este ZTOP. Já chegaram a um estado mais funcional e útil (leia-se Samsung Gear Fit – mas já existe um Gear NEO – e Sony Smartwear), mas ainda acredito que falta algo que realmente justifique o uso desse tipo de aparelho.

A sensação que tenho é que alguém um dia soltou o rumor de que a Apple ia fazer seu smartwatch e todo mundo saiu correndo pra fazer antes – nas coxas. Vamos ver como será o da Lenovo, ops, Motorola.

 

Escrito por
Henrique Martin
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