Estava eu almoçando com Mario Nagano hoje quando, de repente, surgiu um Google Nexus 7 na nossa mesa.
Não, o tablet do Google não está sendo lançado por aqui e nem existe previsão para isso acontecer. Se você ligar para alguém da Asus, que fabrica o gadget, é capaz de desligarem o telefone na sua cara antes que você termine de falar “Nexus“. Pelo menos entre o prato, a sobremesa e o café consegui passar algum tempinho brincando com o tablet.
Tentar abrir a caixa do Nexus 7 confirma o status da piada de “pior desembalar do mundo” – é um tanto chata de abrir pela primeira vez sem muita prática. Como o Nexus 7 em questão não era “virgem”, não tive tantos problemas. E ao pegar o tablet pela primeira vez prova que, sim, um tablet de 7 polegadas faz sentido: ele pode ser usado com uma mão apenas de apoio, e isso é bem legal.
(mudando de assunto, mas ainda no tema, reza a lenda que uma certa fabricante coreana, com tablets diversos entre 7″ e 10″, já conseguiu pular dois pontos percentuais à frente da fabricante com marca de maçã no mercado brasileiro de tablets – mas isso é só rumor, claro, sem contar os foblets, considerados smartphones por quem mede o mercado. Em números extra-oficiais, é algo entre 37% de market share coreano versus 35% frutífero.
A mesma fabricante americana vem enfrentando problemas com as taxas de fabricação local no interior de SP cobradas pelo chinês montador. Isso a levou a sobretaxar alguma coisa da importação atual dos produtos não feitos aqui, se dar mal com a Receita Federal e, por isso, manter preços altos com o produto made in Brazil. Por isso, tablets brasileiros da marca da maçã continuam caros, mesmo com incentivo fiscal – puro repasse de encargos. Mas, como disse, é só rumor, papo de bar – ou de mesa de restaurante).
Voltando ao Nexus 7: mexer nele confirmou minhas suspeitas. É um dispositivo voltado ao consumo de mídia fornecida/vendida pelo Google: se você não está nos Estados Unidos, não tem acesso à rede de conteúdo (músicas, filmes, livros) oferecidos.
Se tirar isso, o Nexus 7 se torna um tablet igual a qualquer outro com Android. E, como todo mundo está cansado de saber, o ecossistema dos tablets Android não é dos mais incríveis.
Seu design é básico: botão de volume e liga/desliga na lateral, câmera na frente (e nada atrás, o que torna difícil ou mesmo impossível rodar apps como Path ou Instagram), abaixo um conector microUSB e a entrada para fones de ouvido – e só. O acabamento traseiro em plástico recoberto de furinhos passa a impressão de ter uma capa de couro.
Quer dizer, igual não: ele já roda Android 4.1 ‘Jelly Bean‘ e é muito muito muito rápido e fluido nas transições de tela. O Nexus 7 em questão estava com o Google Now desativado, mas deu para ver que vários recursos próprios do Google – calendário, Gmail, contatos etc. – têm pequenos (e bons) aprimoramentos. Rodei “Shadow Gun” e, mesmo com minha falta de habilidade em qualquer coisa que não seja “Angry Birds”, os gráficos são impressionantes.
Dá para arriscar que, se os desenvolvedores resolverem se apegar ao tablet como já fazem com smartphones Android, o Google Nexus 7 é um recomeço da trajetória do Google nessa plataforma. Preço, nos EUA, não é problema, e pelo valor sugerido (US$ 199 / US$ 249) a configuração compensa bastante (tela IPS de 7″ com resolução 1280 x 800 e protegida por Gorilla Glass, processador nVidia Tegra 3 quad-core, 1 GB de RAM, 8 ou 16 GB de armazenamento, Wi-Fi, NFC, Bluetooth).
Espero que bons ventos soprem no Google e na Asus para trazerem o tablet pequeno para cá – antes que o grande rumor do iPad de 7″ ou 8″ se confirme.
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