O smartphone Realme 7 5G é o terceiro aparelho da Realme a ser lançado no Brasil, ainda importado. É um bom, mas não um ótimo, telefone celular e supre bem as necessidades de quem quer tela grande com alta taxa de atualização, as câmeras são OK (nada impressionante) e desempenho é rápido/fluido, com Android 10 ainda. O preço sugerido também é excelente (R$ 2.599).
Mas não entendo a obsessão dos fabricantes em lançar smartphones com 5G meses antes do leilão de frequências e implementação de redes Brasil afora, o que deve demorar mais um pouco fora das grandes capitais. Enfim, é um “5G de entrada”, digamos assim.
Design, specs, desempenho
O Realme 7 5G é o primeiro no mercado brasileiro a vir com um chipset MediaTek Dimension 800U – que também é o primeiro MediaTek com 5G e fabricado no processo de 7 nanômetros. Para quem torce o nariz para MediaTek, o desempenho é bom.
Por dentro, as especificações clássicas dos aparelhos intermediários de 2021: 8 GB de RAM, 128 GB de armazenamento interno (expansível a 256 GB com cartões MicroSD), rodando Android 10 com interface Realme UI, com atualização prevista para Android 11 “em breve” A gaveta para SIM card é compatível com 2 “chips” 5G de operadoras ao mesmo tempo – o que não existe ainda no Brasil.
A tela é um ótimo destaque: tem 6,5 polegadas com 120Hz de taxa de atualização, algo que se torna mais popular nesse tipo de aparelho intermediário (vide o Moto G60, sem 5G, mas na mesma faixa de preço, e o Galaxy A52 5G, ainda um pouco mais caro).
Completam o pacote um leitor de impressões digitais na lateral direita do smartphone, conector 3,5 mm para fones de ouvido, alto-falantes estéreo com som Dolby Atmos e uma porta USB-C para recarga/troca de dados com o computador. Em resumo, a Realme cumpre com o necessário nas especificações.
O design tem algo diferente – a versão em prata radiante traz a marca escrita de forma enorme na traseira. É meio que o jacaré superestimado da Lacoste ou o cavalo da Polo Ralph Lauren, para mostrar que é da Realme mesmo. O resto do aparelho segue o padrão de mercado: câmera “dominó” na traseira, leitor de digitais/liga-desliga na lateral direita, controle de volume no lado esquerdo e conector USB-C e saída 3,5mm para fones de ouvido embaixo.
Felizmente não temos um botão dedicado ao Google Assistente, que pode ser ativado por voz ou com dois cliques no liga-desliga.
Gostei do desempenho em geral do Realme 7 5G – não travou com redes sociais, games ou vídeo online. O processador MediaTek Dimension 800U e bastante RAM ajudam a segurar a bronca.
A bateria de 5.000 mAH no uso diário aguentou cerca de 12h, mas rodando o PC Mark para Android, da UL, o resultado foi mediano (o Moto G100, mais caro, tem bateria de 5.000 mAH também e chegou a 17h29 min):
De qualquer forma, o carregador de 30W do Realme 7 5G – que usa uma tecnologia chamada Dart- é muito rápido e tem a clássica animação na tela de espera (como já vimos em Huawei no passado) com a porcentagem do carregamento – a promessa é encher a bateria do 0 ao 100% em 65 minutos.
O Realme 7 5G roda Android 10 e vem cheio de apps pré-instalados em sua interface modificada (que, de novo, lembra muito o EMUI da Huawei) e que precisa de pequenos ajustes de tradução, incluindo na loja de apps própria pré-instalada (ainda cheia de itens em idiomas não-traduzidos).
A câmera
A câmera principal do Realme 7 5G tem 48 megapixels de resolução e o aparelho traz ainda uma grande angular de 8 megapixels, uma lente macro de 2 megapixels e um sensor preto e branco para profundidade (também de 2 megapixels). A câmera frontal tem 16 megapixels de resolução. E elas são OK – a lente principal é boa e é um aparelho que vale a pena ativar as imagens em alta definição (tem a opção 48 MP no menu da câmera). A grande angular tende a distorcer as bordas das imagens e a macro (principalmente no modo Ultramacro) é ruim, gerando imagens cheias de artefatos). O modo noturno é passável também, mas nada excepcional. Veja os exemplos:
Eu compraria um Realme 7 5G?
O Realme 7 5G entra naquela faixa do “vale tudo” no mercado brasileiro de smartphones, que agora evoluiu de preço, seguindo o dólar – entre R$ 2.000 e R$ 3.000. Aparelhos como o Nokia 5.4, Moto G60 e Galaxy A52 se encaixam nessa categoria.
Tem como pontos positivos o grande espaço de armazenamento (128GB), um processador rápido, uma tela grande com excelente taxa de atualização e uma câmera que não vai operar milagres, mas com a luz certa cria bons resultados. Temos a promessa de atualização para o Android 11 – ao menos as atualizações de segurança parecem estar rápidas (o modelo que estou testando está com o patch de abril de 2021 já). E o carregador rápido é incrível.
Tem a questão do 5G. Por enquanto, além do 5G DSS fake das operadoras brasileiras (usando o 4G existente), não temos previsão de redes funcionando. Ainda acredito ser muito cedo para falar que é um aparelho pronto para o futuro – quando o futuro chegar, a Realme e seus concorrentes terão modelos melhores disponíveis.
Os pontos negativos seguem o clássico modo “fabricante novo chegando ao Brasil” – falta um pente fino na checagem de idiomas, na seleção de apps pré-instalados, na própria loja. Asus, Huawei, Xiaomi passaram por situações parecidas ao chegar por aqui. E o que eu falo desde a chegada da Realme: aumentar a capilaridade de distribuição no varejo – o que eles dizem que vai acontecer em 2021 ainda (afinal, tem um buraco da LG a ser preenchido no mercado local).
Compraria? Sim. É rápido, a câmera principal (e só ela) serve bem ao seu propósito, a bateria tem grande capacidade e o carregador rápido ajuda muito se ela acabar.
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