Beats Flex: o que importa
- Beats Flex são os novos fones de ouvido da marca de áudio à venda no Brasil. São práticos de usar, têm boa qualidade de som e duração decente de bateria.
- É um modelo Bluetooth, em quatro cores (azul, preto, amarelo e cinza) da categoria “fones sem fio com fio”: não precisa de cabo para conectar ao smartphone, mas os fones estão em uma única peça (diferente de fones como Galaxy Buds Live e PowerBeats Pro, que são “true wireless” e sempre tem o risco de perder um dos lados e te fazer chorar).
- Com o preço sugerido de R$ 579, é o produto Beats mais barato do Brasil (poderia dizer Apple aqui, mas estaria errado: os Earpods com conector Lightning ou 3,5 mm têm preço menor: R$ 219)
- E ter um fone sem fios “barato” (custa US$ 50 nos EUA) é importante para a Apple e para a Beats: desse modo a marca atrai consumidores Apple que não querem gastar mais nos AirPods (que são vistos como algo que “funciona só com iPhone“) e também conversa com usuários de Android – que contam até com um app exclusivo da Beats (que muda de cor de acordo com… a cor do fone).
Beats Flex: o produto
- O Beats Flex é uma evolução do Beats X. Mantém o cabo Flex-Form (feito em nitinol, uma liga de níquel-titânio) que deixa os fones leves e aparentemente muito resistentes – tanto que nem vem uma bolsinha/estojo para guardar os fones (como nos Powerbeats). Os fones se unem por um ímã – que tem outros truques também.
- Os fones usam um chip Apple W1, o mesmo dos Airpods originais e de modelos mais antigos da Beats, como o Solo3 Wireless e o Studio Wireless. Com isso, alguns recursos dos fones mais novos da marca (como o Solo Pro e PowerBeats Pro), que usam o chip H1, não estão presentes no Beats Flex, como o “E aí Siri” ativado por voz, melhor gerenciamento de energia e pausa automática ao retirar do ouvido (os Flex não desligam sozinhos, por exemplo, depois de um tempo sem uso).
- Mas o W1 permite algo legal mesmo no Android: pareamento por aproximação, compartilhamento de áudio (com outros produtos Beats) e por iCloud (no caso dos Apple: sincronizou em um dispositivo, sincronizou em todos Apple que tiver com a conta do iCloud). E mesmo com os Flex conectados ao Galaxy S21, consegui alternar sem problemas para meu velho e bom MacBook Pro 2015 e voltar. Isso é bem legal.
- Os fones vêm com quatro ponteiras de borracha para trocar, de acordo com seu gosto. Eu acabei testando a pequena, a média e a dupla (que aparece nas fotos deste review) com a ponteira que já veio instalada (uma média), que se encaixa melhor no ouvido e isola bastante o som.
- Não é um fone com cancelamento ativo de ruído, mas isola bastante o som exterior (passou no teste do ventilador barulhento do meu escritório doméstico).
- Gostei da qualidade do som. Entre os Beats, ainda prefiro os Powerbeats Pro (que têm um pouco mais de graves), mas para um fone de uso cotidiano (e pelo preço sugerido), os Beats Flex atendem grande parte das necessidades de não-audiófilos que ouvem Spotify/Tidal/insira aqui seu streaming favorito.
- Os fones usam um driver de duas peças (proprietário da Beats) com “perfil de som balanceado”, redução de distorções harmônicas (viva o processador de sinal digital no W1) e uma “ventilação cortada a laser para redução da pressão”. Em resumo: funciona bem.
- Os Flex também são bons para ligações/videochamadas e, em podcasts, a voz do narrador fica em destaque. O desenho do microfone e seu posicionamento em uma área específica ajudam a melhorar a qualidade.
- A Beats diz que a bateria dura 12 horas, estou usando os Flex quase todos os dias desde o último dia 3 (=1 semana de uso) e recarreguei três vezes (antes do primeiro uso e outras duas durante o período).
- Em média, três horas de reprodução levam entre 25-30% da carga, o que é bem razoável e se encaixa na promessa da fabricante. Tem a recarga “fast fuel” também, que dá 1h30 a mais de som com dez minutos do fone na tomada. Vale notar que o Beats Flex é o primeiro produto da marca a vir com uma entrada USB-C (inclui um cabo na caixa).
- Apesar de não ter pausa automática (pela falta de sensor específico para isso, como têm os Powerbeats Pro), tem um “truque”: se está ouvindo música e precisa pausar, não precisa apertar o botão multifuncional. Basta tirar os fones do ouvido e uni-los com o ímã que a música para, retornando quando você os soltar.
- Mas a chance de usar os fones para brincar com o ímã é grande. Me peguei várias vezes com o Flex no pescoço e instintivamente mexendo no ímã.
- Um detalhe de design: a indicação L/R (para lado esquerdo/direito) não fica nos fones, mas nas caixinhas de comando. No lado esquerdo, temos o microfone, o controle de volume e um botão multiuso (pausa/avança/ativa o assistente de preferência, no meu caso nenhum), além da entrada USB-C.
- Já no lado direito está apenas o botão de liga/desliga com indicador LED de atividade.
Compro um?
- Sim, pelo som, pela qualidade de construção do produto, que parece que vai durar bastante.
- É caro para um fio com fones que toca música, mas colocando em perspectiva, é barato perto de um par de Airpods Max.
- Não tenho dinheiro, o que compro com menos dinheiro, mas com qualidade parecida? Vá de Sony WI-C200, modelo mais barato e com mais bateria (15h). A JBL tem modelos nesse estilo também, mas nunca usei/testei/cheguei perto, então não posso dizer.
- A estratégia da Beats de se posicionar como uma marca da Apple, mas complementar a ela, é excelente: todo mundo tem a percepção de que Airpods só funcionam com Apple, mas fones Beats funcionam com qualquer plataforma com Bluetooth – e é mais inclusiva para o usuário Android.
- Onde comprar: Apple
Para assinar a newsletter INTERFACES clique aqui e receba o melhor da tecnologia por e-mail toda sexta-feira de manhã, com a nossa curadoria e análise.