Nova versão da “câmera da geração Facebook” agora tem tela LCD rebatível 180 graus que permite (finalmente) fazer selfies.
Durante nossa visita à sede da Canon em 2013, um dos assuntos mais relevantes que rolou durante as apresentações foi o impacto (na época) dos smartphones sobre o mercado de câmeras e qual seria a estratégia da empresa para superar esse desafio.
Para encurtar essa história, no geral, a Canon reconhece é que não é possível bater de frente com os smartphones no que se refere a preço, comodidade e disponibilidade, de modo que sua resposta será na forma da diferenciação. Na prática, significa valorizar nos seus produtos aqueles recursos que nas câmeras de celulares ainda são precárias (para não dizer ruins) como melhor desempenho em baixa luz, zoom mais potente e fácil conexão com os mais diversos dispositivos, de preferência com o uso das tecnologias de rede sem fio:
Fora isso, a empresa também investiu numa estratégia que ela chamou de coexistência ou seja, implementar recursos que facilitem a interação da câmera com outros dispositivos móveis como smartphones e tablets, agilizando assim o processo de captura, tratamento e envio de imagens para os diversos serviços na nuvem. E se tivermos que resumir todos esses esforços em um único produto, a melhor resposta para mim foi uma camerazinha singela de aparência bastante exótica chamada PowerShot N:
Apresentada na CES 2013, ela foi uma grande surpresa para um mercado acostumado com a mesmice de um produto que, como uma metáfora visual, não mudou muito nas últimas décadas.
Eu particularmente fiquei tão intrigado com a filosofia do seu design, seu modo de uso (que até lembra uma Rolleiflex) e até das suas idiossincrasias que até adotei uma como câmera oficial para uso casual deste ZTOP (com algumas modificações de minha parte, é claro!)
No geral, a PowerShot N atendia bem a sua proposta de ser uma câmera casual, divertida, “social” e “conectada” — em especial quando usada com o serviço Canon Image Gateway, agora também disponível no Brasil (yaaay!)
Mas como todo produto na versão 1.0 a N tem algumas limitações no seu projeto, como a dificuldade de segurá-la e operá-la com apenas uma mão (o que até parece fácil no papel), sua confiança exagerada nos modos automáticos que são selecionados à revelia do usuário pelo seu sistema de IA (em detrimento dos ajustes pessoais), a limitação do seu iluminador a LED e a característica mais polêmica de todas — a incapacidade da sua tela girar 180° para cima, impedindo assim fazer os incrivelmente populares “selfies” — uma tremenda bobeada para uma câmera dita para redes sociais.
De fato, até achei que a Canon tinha desistido da PowerShot N já que na CES 2014 ela apresentou a PowerShot N100 “Story Camera”…
… que na época era considerada a sucessora do modelo N e que, como podemos ver, até parece um passo atrás com o seu design mais de acordo com os conformes, mas que, mesmo assim, ainda não dava para tirar selfies!
Mas pelo visto, o pessoal da Canon não desistiu da sua camerazinha social e anunciou no fim do ano passado a Canon PowerShot N2 que tivemos a oportunidade de dar uma olhada nesta CES 2015:
Se comparada com sua antecessora, a N2 mantém o mesmo visual simétrico e minimalista, ou seja, uma caixinha de apenas 6,2 x 8,1 x 3,2 cm (LxAxP) e 174 gramas de peso e acabamento em metal esmaltado, equipada com uma lente zoom de 8x e o notório iluminador de LED na frente…
… e uma telinha touchscreen de 2,8″ atrás que se comporta como uma tela de smartphone com seus notórios efeitos de rolagem, pinch-zoom, foco por toque na tela e coisas do tipo.
Os únicos controles “físicos” encontram-se nas laterais na forma da chave seletora do modo de uso normal/criativo, sendo que este último cria automaticamente cinco imagens criativas automaticamente no melhor estilo Instagram. Se comparado com a N original, foram-se os suportes de correia da câmera na forma de tarrachas de metal que foram substituídas por slots de desenho mais convencional. O sistema de ajuste de zoom/disparo também foi simplificado para apenas um anel montado ao redor da lente.
Já do outro lado podemos ver o botão de liga/desliga e o botão que ativa o modo de reprodução de imagens capturadas que são armazenadas num cartão micro-SDXC de até 64 GB. E como muitas compactas da sua categoria, a bateria da N2 pode ser recarregada via cabo USB como nos smartphones.
E como é comum nesse mercado, a Canon aproveita a renovação de modelo para também dar um upgrade ma sua plataforma tecnológica, o que neste caso fez com que a N2 ganhasse um novo sensor de 16 megapixels (contra 12 megapixels da N), um novo processador de imagem DIGIC 6 e um sensor NFC o que facilita a sua conexão com um smartphone via Wi-Fi.
A N2 agora também filma em Full HD a 30 fps, contra 24 da sua antecessora. Curiosamente, a objetiva continua a mesma da N original — uma zoom de 28~224 mm/f 3.0~5.9 (equiv.) — equipada com tecnologia IS (estabilizador de imagem).
Porém, a grande novidade que pode atrair usuários novos e até antigos a trocarem de máquina e o fato da tela da N2 finalmente rebater totalmente para cima o que permite fazer selfies.
Legal né? A PowerShot N2 já está disponível no varejo americano pelo preço sugerido de US$ 299. Mais informações aqui.
Prezado Henrique,
qual o motivo de tanto nojo, ojeriza, repulsa com flash xenon?
Muito desses selfies são tirados em baladas sem um mínimo de luz e esse LED não vai ajudar muito.
Deve ser alguma economia pra tirar um flash, igual ao zenfone Zoom.
Acredito que a opção pelo flash de LED seja por três motivos: A primeira é o seu desenho simples e compacto se comparado com o de Xenônio. A segunda é que o sistema de LED também pode ser usado como um iluminador para gravar vídeos e a terceira é a economia de energia já que sua minúscula bateria NB-9L tem apenas 890 mAh. Já a N100 vem com flash de Xenônio.
Lista dos 5 produtos mais inovadores da CES 2015 segundo o Canal Pela Lente de Um iPhone. Espero que gostem!
https://www.youtube.com/watch?v=RBufn0ssQh0&feature=youtu.be