A CES Asia, irmã mais nova da feira gigante de eletrônicos de consumo de Las Vegas, abre as portas amanhã (10) em Shanghai. E já dá para ver que as diferenças são bem grandes entre os dois eventos, mesmo sem pisar no centro de convenções.
Cheguei à cidade no domingo, depois de um longuíssimo voo de 14 horas vindo de Newark, nos EUA (rezei, mas N.Sra. do Upgrade não foi capaz de atender às minhas preces num voo com UM único assento livre). Me perdi vindo de metrô para o hotel (claro), mas pelo menos andei de maglev.
Mas se a feira começa na quarta, por que chegar tão cedo? Reduzir o jet lag, em resumo, ou ao menos tentar. Chegar na terça, como era a proposta original, seria desembarcar, não se adaptar a nada, cobrir a feira correndo e ir embora na sexta mais cansado ainda.
E, poxa vida, é legal rever a cidade que visitei num distante 2007, quase 10 anos atrás. A paisagem que abre esse post mudou bastante, mas os vendedores em todo lugar que te abordam para tentar empurrar relógio e bolsa (de origem duvidosa) nem tanto. Aliás, queria entender a obsessão por “bags, watches”. Não tem outra tralha pra vender não?
Pausa para um momento ZTOP de reflexão (como diria o Nagano)
Em 2007, era muito mais difícil para um ocidental se virar na China. Smartphones não eram (ainda) a extensão da vida.
Hoje, com Google Translate, app com direções de metrô, app de mapa local e um guia eletrônico, dá pra andar pela cidade toda sem medo de comer comida errada ou se perder (a não ser, claro, quando você voou por 14 horas seguidas, ainda está sem o SIM card local e descobre que a indicação que o Google Maps te deu quando você ainda estava em casa está incorreta – eu precisava ir reto, o mapa me mandou virar. E foi aí que me perdi).
Mas… e o Grande Firewall da China? E como você comprou um SIM card chinês?
O SIM card foi fácil (e caro): entrei no site da 3G Solutions (que na verdade vende serviços… 4G), comprei um chip, escolhi a franquia de dados e mandei entregar no hotel. Cheguei aqui e estava me esperando. Foi caro: US$ 75, com o SIM card + VPN + 2 GB de dados na China Unicom. Seria impossível ir a uma loja de operadora pra fazer isso sem falar chinês.
Junto com o SIM Card vêm instruções da própria 3G Solutions para rodar uma VPN no celular – funcionou melhor no Android (o iOS não gostou muito, mas se conecta). E tudo segue normal, sem nenhuma proibição.
No computador, estou usando o TunnelBear na versão paga, sempre com conexões a túneis VPN da região – Hong Kong, Índia ou Singapura. De vez em quando demora para se conectar, mas não é nada “ooh vou morrer se não entrar no Twitter”.
Se estivesse em Las Vegas, na primeira semana de janeiro, porém, teria passado o dia de hoje (10/5) correndo de uma coletiva para outra, ou ao menos tentando entrar em alguma fila. O dia anterior ao evento principal costuma ser o dia de imprensa, onde as grandes empresas anunciam suas novidades.
Em Shanghai, porém, o ritmo é outro. Feira de tecnologia por aqui tem outro foco e, por que não dizer, outra dimensão.
A Ceatec, em Tóquio, ou mesmo a Computex de Taiwan, são eventos menores, com meia dúzia de fabricantes fazendo barulho (notadamente Sony e Panasonic em Tóquio e a Asus reinando quase sozinha em Taipei) e o resto formado por pequenos estandes de revendedores e fabricantes de partes, peças e acessórios para a indústria de tecnologia.
A CES Asia tem cerca de 300 expositores; a CES Las Vegas, mais de 3.000 (o que torna a vida de jornalista um inferno na terra). Logo, cobrir a CES Asia me parece uma tarefa mais fácil – algo a ser descoberto amanhã. Com o fuso horário ao meu favor, se bobear nem levo notebook: deixo no hotel e só carrego a câmera. Escrevo o que precisar depois.
Então, o dia de imprensa teve… uma coletiva apenas, a da Mercedes-Benz, realizada no Museu de Ciência e Tecnologia.
O foco aqui era o mercado chinês, mas os alemães aproveitaram para mostrar de novo seu lindo Concept IAA e dizer que o processo de pesquisa e desenvolvimento para botar um novo carro na rua caiu da média de 2 anos a 1,5 ano para 1 ano já, graças ao uso de tecnologias como impressão 3D, CAD e por aí vai.
O Concept IAA é um veículo 2-em-1: segundo a Mercedes-Benz, essa forma que vemos aqui é seu modo “design”. Ao atingir a velocidade de 80 km/h (ou ao toque de um botão), o carro se transforma, com flaps e extensões que melhoram a aerodinâmica do carro.
Além disso, a Mercedes-Benz também anunciou a chegada do novo modelo E-Class L, um sedã de luxo exclusivo para a China. Com demonstrações posteriores… em chinês, para a mídia chinesa. OK, entendi o recado 🙂 Amanhã tem mais, direto do centro de convenções.
Disclaimer: ZTOP viajou a convite da Consumer Technology Association, que organiza a CES. Fotos bonitas e opiniões próprias, ok?
Show. No aguardo Henrique!
Esperando as novidades.