AWS re:Invent 22 | Twitter x Apple | Freudenfreude
Dr. Werner Vogels Keynote, AWS re:Invent 2022, The Venetian, Las Vegas, Thursday, December 1, 2022
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AWS re:Invent 22 | Twitter x Apple | Freudenfreude

RESUMO

Edição enviada em 02 de dezembro de 2022 aos assinantes da INTERFACES NEWSLETTER. Assine e receba toda sexta de manhã.

Bom dia,

Edição especial direto de Las Vegas – o Henrique foi cobrir o AWS re:Invent, evento anual agora mais sobre negócios do que computação em nuvem e traz um resumão do que importa a seguir.

O resto da edição? Elon Musk, claro. Agora ele arrumou briga com a Apple. Boa leitura e até semana que vem.

AWS Re:Invent 2022

DADOS, ANÁLISE, RESULTADO

Tem uma velha máxima – que Werner Vogels, CTO da Amazon, fez questão de reafirmar neste AWS re:Invent: tecnologia é meio para um fim, parem de colocá-la em um pedestal. Participar do evento este ano mostrou que muita coisa mudou na própria AWS nesses quase três anos de pandemia.

A principal – e muito perceptível – é que acabou a sopa de letrinhas de trocentos mil anúncios feitos durante os keynotes principais da semana. Não que entre um assunto ou outro não surja um nome técnico, mas os nomes técnicos não são o que importa para a audiência do re:Invent.

Mas agora temos temas entremeando as apresentações e os lançamentos – e o deste ano foram dados.

Adam Selipsky, novo CEO da AWS, falou o tempo todo de dados e por que eles são importantes dentro de qualquer empresa. Como os serviços da AWS ajudam os clientes a captar, gerenciar e, principalmente, unir dados de fontes distintas e gerar inteligência de negócios. E inteligência é o que falta em muita empresa por aí, cliente da AWS ou não.

Uma a uma, as apresentações de Selipsky, de Swami Sivasubramanian, VP de bancos de dados, analytics e machine learning e do próprio Vogels se entrelaçaram para chegar nessa conclusão sobre como dados são importantes, mas precisam de ordem.

Vogels soltou dia 01 de dezembro seu relatório de previsões para 2023 e além, que diz a conclusão mais que óbvia de todo o evento: a gente coleta dados de tudo, para tudo.

Seja de dispositivos vestíveis, aparelhos médicos, vídeos, sensores de ambiente, muito mais do que em qualquer ponto do passado. Combine isso ao poder da computação em nuvem (primeira vez que eu cito isso no texto, veja só) e aí teremos um resultado “que a mistura poderosa de informação e aplicações” pode nos levar”.

É isso aí, Vogels: mais mistura, menos tecnologia. E por isso que o re:Invent virou, nesse mundo pós (?) pandemia um eventão mais de negócios que de qualquer outra coisa que já foi no passado – os desenvolvedores seguem lá, na programação das sessões paralelas, porém.

Werner Vogels, CTO da Amazon
Werner Vogels, CTO da Amazon, pessoa incrível da tecnologia. (Henrique Martin/Interfaces)

TRÊS NÚMEROS ENORMES DA AWS…

Para dar um exemplo de quantos dados estamos falando no mundo hoje em apenas três companhias grandes.

  • O Expedia Group processa 600 bilhões de previsões de dados por ano usando uma base de 70 petabytes de dados na nuvem da AWS.
  • O Pinterest, aquela rede social que ninguém se importa muito, armazena 1 exabyte (sim, um milhão de terabytes) no AWS S3, serviço de armazenamento da empresa.
  • O banco PrivatBank, da Ucrânia, migrou 330 sistemas de TI e 4 petabytes de informação dos clientes em 45 dias para a nuvem – tudo para proteger esses dados no meio da guerra. O re:Invent teve até a presença de Mykhailo Fedorov, vice primeiro ministro da Ucrânia e ministro de transformação digital, que contou um pouco da operação quase secreta para levar “nuvens portáteis” (hardware Snowball) e fazer backup do governo – e também levar para a nuvem os dados dos cidadãos, sujeitos a um Putin pelo caminho.

…E UM DADO SOBRE O BRASIL

A AWS forneceu a infraestrutura de distribuição de conteúdo para a Embratel e para o TSE durante as últimas eleições no país – ou seja, ajudou os aplicativos do governo a não cair e manter a informação sincronizada o tempo todo durante a apuração dos votos.

Paulo Cunha, diretor da divisão de setor público da AWS, disse que a expectativa eram 500 mil requisições por segundo no horário de pico da apuração – e que receberam 1,5 milhão de requisições (leia-se “gente acessando o app de resultados ao mesmo tempo”).

UM DOWNLOAD PARA IOS

No re:Invent, a Epic Games lançou o RealityScan, um app para transformar fotos em modelos 3D.

Todo o processamento de dados das imagens é feito pela nuvem da AWS e tem a ver com outras duas coisas que Werner Vogels falou: “3D em breve vai ser tão universal quanto vídeo” (ele não comentou sobre metaverso, vale notar) e que precisamos ter (ou desenvolver, no caso) inteligência espacial – que é a capacidade de entender o mundo real e físico por uma lente. Na prática, algo como saber encaixar malas de formatos distintos em um porta-malas. Precisamos de um curso disso – será que tem no treinamento da AWS?

ME DIGA QUE VOCÊ É UMA FINTECH SEM DIZER QUE É UMA FINTECH

Dá para dizer que foi o ano do Brasil no AWS re:Invent.

Teve gente do banco Inter no palco de um dos keynotes, teve a Pismo elogiando o Pix (e dizendo que depende mais de regulamentação do que de processos técnicos para outros países terem algo parecido) e teve o Itaú. Mas pela primeira vez, não ouvimos falar do nome Nubank em Las Vegas. Tempos modernos.

O Itaú veio para ocupar o espaço. Montou estande grande na área de exposição – algo inédito para uma empresa brasileira –, deu sacolinhas e meias customizadas de brinde e falou do que está fazendo para a audiência do re:Invent.

Em resumo, a migração para a nuvem está de vento em popa e faz sentido contar o que vem sendo feito para um público maior.

Fábio Napoli, CTO do banco, explicou para a Interfaces que a tal da transformação digital atingiu toda a companhia, estão orgulhosos do que fizeram e, bem, “criamos produtos com a mentalidade de que se é bom para o Itaú, talvez um dia possa funcionar para o mercado. Não temos a intenção de vender nada agora, mas entenda que, quando você começa a criar produtos de tecnologia usando AWS e internalizando no banco com a segurança correta, eles podem um dia acelerar outras empresas”.

Essa venda de produtos tecnológicos pode ser feita, caso venha a acontecer, por meio da Zup – empresa de serviços de TI comprada pelo Itaú em 2019. Mas só caso venha a acontecer, claro.

O estande do Itaú na feirinha do re:Invent (Henrique Martin/Interfaces)

ELETRÔNICOS DE CONSUMO

OINC OINC

Em Rebouças, no Paraná, Romário e Girl são robôs que ajudam na alimentação dos porcos – e tocam música clássica.

REVIEWS DA SEMANA

Do Apple Watch Ultra, no Techcrunch, em um teste de mergulho.

E, no Verge, o novo Kindle Scribe, aquele com canetinha. (Pra variar a Amazon faz tudo perfeito, menos UX).

MADE IN BRAZIL

A TCL vai fabricar seus smartphones em Manaus – investiu R$ 90 milhões no processo e pretende produzir de 800 mil a 1 milhão de telefones por ano, com a meta ambiciosa de ocupar o lugar da LG no mercado brasileiro. (paywall).

MADEIRA

Fones de ouvido de madeira – simples e básicos – deixam concorrentes caros no prego.

USBOLA

A bola da Copa precisa de… recarga (?)

MORTO-VIVO

Conforme a bola cantada nesta newsletter há muitos meses, o Stadia se foi. E agora as pessoas que compraram o sonho do console na nuvem da Google podem pedir reembolso.

ACHADOS AMAZON DA SEMANA

CULTURA DIGITAL

AH TÁ

Semana passada falamos da polícia de San Francisco querendo que robôs usassem armas. A polícia se corrigiu: não são armas, são explosivos. Ufa, vamos dormir tranquilos esta noite sabendo que o Robocop do mal existe de verdade.

ZAP DUPLO

Finalmente dá para usar o WhatsApp em dois aparelhos Android. Mas é complicado.

GIRO DOS INFLUENCERS

Casimiro segue como o grande sucesso da Copa do Qatar. E Nath Finanças vai lançar um streaming de educação financeira.

O KOO CRESCE (E DORME POUCO)

O Koo tem noção do seu tamanho (e da sua infâmia) e contratou equipe de comunicação no Brasil – e quer crescer mais por aqui. O Brasil recebeu o Koo de braços abertos, pelo visto. O CEO reclamou que dorme pouco por causa dos brasileiros.

EQUILÍBRIO

Ano passado, a Lush – loja inglesa de cosméticos – disse que ia sair do Instagram e do Facebook. A estratégia deu certo.

FACE APP DE 2022

Todo mundo embarcando (pelo menos no Instagram) na onda do app Lensa, que cria selfies usando inteligência artificial – os resultados são de gosto duvidoso (alguns deixam os feios bonitos e, outros, o contrário).

O TWITTER DE ELON MUSK

FACTÓIDE DA SEMANA

Uma das pragas do jornalismo moderno é aceitar – sem questionar – tudo que alguém supostamente importante (político, celebridade, pseudo-famoso) diz em público. Esta semana, o jornalismo de negócios e tecnologia caiu na isca de Elon Musk.

Ele disse – sem dizer como, quando, por qual razão – que a Apple estava sugerindo que iria remover o Twitter da App Store.

A Apple, ao menos em público, não disse nada. Musk acusou a empresa de Tim Cook de censura e que não estava mais anunciando na rede.

Musk aproveitou para soltar ainda o vapor de que poderia fazer seu próprio smartphone (boa sorte com isso, tem uma lista de empresas que tentaram e não conseguiram).

Fato é que, no mundinho de Elon Musk, tudo é estratégia. Seja cutucando a Apple por não anunciar ou, indiretamente, por cobrar 30% nas transações dentro de aplicativos.

Talvez lá na frente a ideia seja política mesmo – levar o Partido Republicano a ver a Apple como inimiga, em uma guerrinha cultural.

E para provar que nem tudo que se diz é real, Musk tuitou na quarta que estava… visitando Tim Cook. E que ser removido da loja nunca foi uma possibilidade (aham).

De qualquer forma, a União Européia está de olho.

+ALIADOS

Só que atacar a Apple por causa do seu poder econômico atrai aliados – e Musk chamou a atenção do Spotify (que voltou a atacar a Apple), da Epic Games e até mesmo de Mark Zuckerberg.

AINDA OS ANUNCIANTES

Eles seguem pulando fora. E olha que a Apple gastava dinheiro lá, viu.

AGENDA

Tem a velha história de que a gente, todo dia, reza para não ser o personagem principal do Twitter – aquela pessoa que fala algo bom/polêmico/horrível e viraliza. Elon Musk é o personagem principal do Twitter todos os dias desde que assumiu a empresa. Credo.

Ainda há quem diga que ele, sim, quer minar a democracia e, bem, pode invadir nossos sonhos.

LEITURAS LONGAS

O OPOSTO DA SCHAUDENFREUDE

O NYT explicou um pouco o fenômeno de ter prazer com o sucesso dos outros.

GRANDE REPORTAGEM

A New Yorker conta a história longa – e muito boa – de Ronan Farrow sobre como uma redação foi espionada com uso de software.

TIKTOK, BERÇO DE TRETA

Se antes o Twitter era o lugar de origem de grandes polêmicas e tretas, temos agora uma das primeiras iniciadas no TikTok, segundo o Buzzfeed.

TURCOS QUE JOGAM

Nem só de balões e regimes ditatoriais vive a Turquia, é o que mostra a Rest Of World, que foi atrás do boom de desenvolvimento de mobile games no país.

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