Feliz ano novo!
A CES só abre as portas mesmo no dia 5, mas as atividades para imprensa já começaram ontem (3). Durante a semana, Interfaces – que está em Las Vegas, a convite da CTA, organizadora do evento – terá edições diárias com o que vimos de mais legal. Boa leitura e até amanhã!
OS TEMAS QUENTES
Ir para Las Vegas é passar pela eterna sensação de sair de casa e, 24h depois, entrar na recepção do hotel.
Deu para tomar banho, comer algo rápido e sair correndo para ver Gary Shapiro, CEO da Consumer Technology Association (organizadora da CES) dizer a frase “a CES está de volta” e tentar entender o que vem por aí nos próximos dias.
O que os donos da festa querem dizer é que algumas coisas mudaram este ano (números mesmo, só quando o evento acabar) – como seus participantes preocupados com a recessão que chega aos poucos (e um tanto da comitiva chinesa e suas 500 e poucas empresas provavelmente nem aparecendo no dia 5, quando começa o evento para valer).
Mas outras seguem as mesmas:
- carros/mobilidade – agora falamos de barcos elétricos, para variar um pouco;
- saúde digital (e, por consequência, privacidade do paciente);
- web 3 e metaverso – com a promessa de menos marketing, mais realidade (a conferir com dois pés atrás);
- sustentabilidade (em um mundo em que obsolescência programada é padrão)
- e um papo bem interessante sobre “segurança humanitária”.
MAS… COMO ASSIM, RECESSÃO?
Dados da própria CTA, divulgados ontem, mostram dados – dos EUA – que a receita toda da indústria de eletrônicos deve cair, voltando a níveis pré-pandemia.
Notebooks, TVs LCD, tablets, smartphones e consoles tiveram suas previsões de vendas reduzidas para o ano – mas TVs OLED e games portáteis vão segurar (e ajudar) a crescer um pouco em 2023.
Diz a CTA que “antecipa uma recessão e inflação vindouras e que vão pesar contra os gastos do consumidor neste ano”. Na prática: todos aqueles cortes nas big tech eram só um sinal do que está por vir. Argh.
Mas nem todas as coisas são ruins – gastos em serviços de tecnologia (apps, streaming, música, games) vão crescer pelo quinto ano seguido.
Detalhe para o comentário da CTA: “O mercado de streaming de vídeo é especialmente competitivo com grandes marcas em busca da atenção do consumidor). Tecnologia para carros – incluindo melhorias em tecnologias para baterias – e voltadas para saúde e fitness também vão crescer. A liberação de venda em farmácias, aqui nos EUA, de aparelhos de surdez, também vai ajudar a impulsionar este mercado.
UMA OLHADINHA NA SAMSUNG
Samsung na CES significa TVs: a marca mostrou ontem sua linha nova de NeoQLEDs, Micro LED e OLED. O que importa para a gente aqui: OLED, que deve chegar ao mercado brasileiro ainda este ano.
O que tem de diferente? Diz a Samsung que usa tecnologia de pontos quânticos usadas nas outras telas para melhorar a qualidade do OLED, que é bom de contraste, mas não tão excepcional (nas palavras deles) em brilho.
O uso dos pontos quânticos (Quantum Dot) resolve o problema na construção do painel e deixa as imagens brilhantes e com áreas em preto aprimoradas.
PORTÁTIL, MAS FUNCIONA MELHOR SE COMPRAR DOIS
Quem apareceu também foi a nova geração do projetor portátil The Freestyle. Segue igual por fora e quase igual por dentro – mantém a projeção de até 100″ em resolução 1080p e o design fácil de transportar. O projetorzinho terá uma função meio incrível, meio inútil: ao juntar dois Freestyles, eles conseguem gerar imagens em proporção 21:9 (leia-se “cinema”) sem faixas pretas em volta. É legal pela proporção (e pelo sumiço da letterbox), inútil porque força a comprar dois produtos – parece que vai funcionar tendo um antigo e um da nova geração também.
FOGO FALSO
A Samsung também anunciou um monte de coisas da linha de produtos de linha marrom BeSpoke, mas ficamos embasbacados com o fogo falso do fogão de indução. Por que ninguém pensou nisso antes?
ACESSIBILIDADE PARA VALER
Ano passado a L’Oreal mostrou um misturador de batons.
Agora, a marca de cosméticos trouxe para a CES um protótipo muito legal – chamado Hapta – de algo que podemos definir como “gimbal para batom”. O produto leva a marca Lancôme.
Gimbal é um estabilizador de movimento, muito usado por youtubers e chatos em geral que querem andar, filmar e manter seu vídeo equilibrado.
O que a L’Oreal fez? Pegou o conceito e adaptou para um gadget que ajuda pessoas problemas de mobilidade no braço ou na mão e não conseguem passar batom sozinhas. O Hapta adapta isso e mantém o batom estável, independente dos movimentos da mão do usuário.
GAME NO CARRO, GÊMEO DIGITAL NA FÁBRICA
A NVidia mostrou algumas coisas interessantes: a primeira é a chegada do serviço de streaming de games GeForce Now em… veículos (!) e que a Mercedes começou a usar recursos de “gêmeos digitais” fornecidos pela NVidia para otimizar a fabricação de veículos. Gêmeos digitais? Sim: a Mercedes tem uma fábrica de carros replicada em um ambiente digital (aqui até faz sentido usar metaverso, afinal). Faça testes no digital, se der certo, execute no real. Resumo de todos os anúncios da NVidia.
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