A Apple anunciou hoje quatro novos smartphones: iPhone 12 mini, iPhone 12, iPhone 12 Pro e iPhone 12 Pro Max, além de um alto-falante inteligente pequeno/poderoso, o HomePod mini.
O que me interessa muito? O sistema de câmeras do iPhone 12 Pro. Entre outras coisas.
Primeiro, as outras coisas.
iPhone 12 Pro (e família): o que importa
- Modelos vêm com chip A14 Bionic, primeiro do mundo produzido em processo de fabricação de 5 nanômetros. Menor tamanho, mais transistores (11,8 bilhões deles), que resultam desempenho maior e uma melhoria no desempenho energético do iPhone 12.
- Todos os membros da família têm telas OLED, o que permite maior contraste e ângulos de visualização. Geração anterior tinha OLED apenas nos modelos Pro.
- 5G: tudo também compatível com a nova tecnologia de redes. Que ainda não está disponível no Brasil. Quem sabe em 2021, se o leilão de frequências sair. De qualquer forma, aparelhos são compatíveis com 4G/LTE. Ou, quem sabe, agora que a Apple tem 5G, alguém lá fora se importe com o 5G. Sério.
- O termo MagSafe está de volta. No passado era o encaixe magnético do carregador dos MacBooks (substituído por USB-C nos modelos atuais). Agora é um ímã na traseira dos iPhones para ajudar a encaixar de forma perfeita em carregadores sem fio padrão Qi compatíveis. E funciona com capinhas da própria Apple, claro.
- A treta do carregador: os novos iPhones 12 virão com cabo USB-C para Lightning na caixa (ótimo, amo carregamento via USB-C). Mas por questões eco-necessárias, a Apple deixa de colocar um carregador na caixa. Por um lado, a Apple tem razão: todo mundo tem um carregador e um fone de ouvido sobrando em casa.
- Menos itens na caixa (também não tem fone de ouvido), menos impacto na natureza (reduz a caixa, aumenta a capacidade de transporte na logística da fábrica para o ponto de venda e ganha um extra vendendo carregadores USB-C para Lightning – que só vinham no iPhone 11 Pro/Pro Max ano passado).
- Aí você se pergunta: estão certos e criando tendência de mercado (Samsung nos EUA também vende alguns modelos sem carregador) ou o consumidor está muito mal-acostumado após 12 anos de smartphones com carregador na caixa? Resultados trimestrais da Apple em um futuro próximo podem dizer quem está certo. Eu, particularmente, prefiro que não venha a vir um carregador lento (questão pessoal minha há anos com a marca: se até Moto G tem carregador rápido na caixa, por que não um iPhone 11 de entrada?).
- Mas tudo é uma questão de perspectiva: só imaginar que MagSafe anunciado agora e a falta do carregador podem significar um iPhone sem porta Lightning em um futuro não muito distante, só com carregamento sem fios. Ou viajei?
- Duas coisa que lembrei (e fui lembrado) depois:
1) wearables no geral vêm sem tomada na caixa desde sempre e tudo bem – sejam os fones Apple AirPods, os PowerBeats Pro, o relógio Huawei Watch GT2 ou o Samsung Galaxy Watch Active 2.
2) nos EUA, os Galaxy Note 20 vêm sem fones de ouvido na caixa (mas a Samsung manda se você pedir com educação).
Tá, e a câmera?
Um tempo atrás no antigo podcast da casa tivemos uma discussão sobre o complexo tema “uma foto tirada por um smartphone e processada por sistemas computacionais de forma extrema ainda é uma foto?”. Eu acho que sim, mas todos os alertas para o tema voltaram à minha mente ao ver a Apple falando de fotografia computacional nos novos iPhones, principalmente no iPhone 12 Pro/Pro Max.
Nos modelos Pro/Pro Max, o conjunto da obra – um novo sensor, três câmeras, estabilização óptica de imagem, processador neural e GPU – criam imagens ultra-processadas (em tempo recorde, pela descrição do A14 Bionic) para gerar resultados mais que incríveis. E a câmera tem um LiDAR integrado – é o primeiro smartphone a ter isso, que é um sistema de detecção de luz a laser, ou uma câmera que não gera resultados, mas vê tudo para ajudar as outras. Era algo que apenas o iPad Pro tinha e agora chega ao smartphone.
Nitidez excepcional, ajuste incrível do contraste dinâmico (mesmo em situações difíceis como o da segunda foto abaixo), desempenho acima do imaginável com fotos noturnas/com baixa luz. O recurso Deep Fusion, presente desde o ano passado nos iPhones, parece melhor que nunca. E para fotógrafos profissionais, o novo modo de captura em formato Apple ProRAW promete unir o melhor do velho e bom formato RAW com as capacidades de edição da Apple. Estou curioso.
Olha só os exemplos de imagens:
Bônus para a capacidade monstruosa de lidar com vídeo no iPhone 12 Pro: eu não sou uma pessoa do vídeo, mas reconheço os poderes do novo aparelho quando vejo que a Apple conseguiu fazer um dispositivo que captura e consegue editar vídeos com Dolby Vision.
Em tempo: novos iPhones chegam “em breve” ao Brasil.
[Apple]