Pós-MWC 2019 – Telefones celulares que só falam ainda resistem. Seja por razões financeiras do consumidor, gente pós-moderna contra tecnologia ou simples falta de infraestrutura por parte de governos em regiões afastadas, os aparelhos mais simples continuam no mercado. O KaiOS traz esse mundo básico para um mundo conectado, de forma barata e fácil de usar.
Em Barcelona, encontrei com Tim Metz, diretor de marketing do KaiOS, para entender o que é esse sistema e por que ele é necessário nos dias de hoje. Inclusão digital é o que resume tudo.
A origem do KaiOs é conhecida: ele é um parente espiritual do finado Firefox OS para smartphones – algo que foi tendência no MWC entre 2013 e 2015, teve promessas de lançamento no Brasil e nunca deu certo.
Mas como era um sistema open source, o pessoal da TCL/Alcatel Mobile criou uma divisão dentro da empresa para transformá-lo em um produto para featurephones.
No fim das contas, a ideia vingou e o KaiOS virou uma empresa que anda com as próprias pernas, fora da TCL – para poder fornecer o sistema para diversos fabricantes e operadoras, como Nokia/HMD, Alcatel, CAT, Reliance Jio, Micromax, Doro, Bullitt, Maxcon, MTN, Orange, China Mobile, Energizer, AT&T e Sprint, entre outros.
E o que o KaiOS faz? Ele roda apps baseados em HTML5 em dispositivos sem tela sensível ao toque em uma interface otimizada, com o sistema consumindo menos energia e memória – tanto que ele roda em aparelhos com 256 MB de RAM como o WizPhone (abaixo), vendido na Indonésia em máquinas de rua por um preço em torno de US$ 7 (parte dos custos é subsidiada por apps de bancos e lojas locais).
Segundo o pessoal do KaiOS, o sistema já está em 50 milhões de aparelhos vendidos desde 2017 no Canadá, Ásia, EUA e Europa. A previsão é de estar em 150 milhões de featurephones vendidos até a metade deste ano.
Alguns aparelhos mais caros chegam a ter conectividade 4G, Wi-Fi e GPS, como o JioPhone, também da Indonésia, e o Nokia 8110 “banana phone”.
O Google – sim, o Google – é um dos grandes investidores/parceiros do KaiOS, e no MWC 2019 as duas empresas anunciaram uma parceria para maior integração dos serviços do buscador nos aparelhos com KaiOS, como Google Assistente e Google Maps ou até mesmo acessar o YouTube.
Na prática, o importante é poder usar o Assistente de forma dedicada para buscar coisas na web e usar como forma de entrada de texto, em vez de usar o velho-e-bom método T9 de digitação.
O download de apps ocorre na KaiStore. Perguntei pro Tim se tinha WhatsApp – a resposta foi “estamos trabalhando nisso”. O maior número de usuários de KaiOS está na Ásia e na África, mas a empresa entende que a América Latina – e o Brasil – têm necessidade desse tipo de tecnologia.
Curiosamente, existe um escritório do KaiOS em São Paulo. De acordo com a empresa, é voltado mais para desenvolvimento e design da plataforma e menos para negócios.
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