Kinect: o fim do joystick (ou ‘o que achamos disso tudo’)
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Kinect: o fim do joystick (ou ‘o que achamos disso tudo’)

Será que os jogadores estão prontos para interagir com seus jogos sem nenhum tipo de interface física? A Microsoft acha que sim.

Um sistema de detecção de movimento que dispensa controles físicos, simplifica a interação e ainda adiciona uma camada de interação completamente nova aos jogos. A promessa é monstruosa, mas é o que a Microsoft quer alcançar com o Kinect, o novo sistema de detecção de movimento lançado para o Xbox 360. Mas até onde os jogadores estão dispostos a ir para descobrir se essa é apenas uma mania passageira ou realmente um salto evolucionário na forma de jogar?

Quando começou no mundo dos consoles, a Microsoft foi recebida com muita desconfiança. Afinal, ela não tinha a mínima tradição em um cenário dominado por Nintendo e Sega. O Xbox original não fez tanto sucesso, mas foi um marco: além de usar um processador X86 (baseado no Pentium III), ele tinha um chip gráfico derivado das placas de vídeo dos PCs e vinha até com um HD interno, coisa impensável em 2001. Sem contar que a Microsoft conseguiu emplacar um jogo de tiro em primeira pessoa, Halo, que desde GoldenEye do Nintendo 64 nenhum console realmente havia conseguido.

Apesar da surra sentida que tomou do PlayStation 2, o Xbox original pavimentou o caminho para o Xbox 360. E há 5 anos, a Microsoft jogava suas fichas em um novo console.

Em 5 anos, muita coisa aconteceu. Além do surgimento dos concorrentes Wii e PS3, o Xbox 360 precisou enfrentar a desconfiança dos jogadores. Quem acreditou no primeiro Xbox estava receoso de investir em um console com pouca duração no mercado. E quem era fã da Nintendo e da Sony tinha resistência em jogar com um videogame feito pelo fabricante do Windows.

O que aconteceu foi um notável exemplo de evolução constante. Nesse período, a Microsoft fez inúmeras revisões no design interno do Xbox 360 (as primeiras levas deram muito defeito, coisa que não acontece mais hoje) e reinventou a interface do console algumas vezes, renovando a experiência de uso e adicionando funcionalidades e recursos.

Agora, com seu console firmemente arraigado no segundo lugar do mercado internacional (atrás do Wii e com alguma vantagem sobre o PS3), a Microsoft tomou impulso para tentar alcançar o topo do mercado.

A receita é simples: colocar em primeiro plano a diversão e a interatividade, deixando o mais transparente possível a tecnologia que faz essa interação acontecer.

O Kinect, que será lançado no brasil na segunda quinzena de novembro, é muito mais que uma câmera conectada ao console. É um sistema completo de interação, com detecção de gestos, comandos vocais (por enquanto apenas em inglês e espanhol) e até videofone.

Em vez de confiar em giroscópios, como faz o Wii, o Kinect analisa com suas câmeras o movimento do jogador, transferindo essa informação para dentro do jogo. Sem nenhum tipo de interface física, o jogador consegue literalmente entrar nos jogos, com um grau de resposta nunca experimentado.

O conceito de utilizar uma câmera para interagir com ambientes virtuais e jogos não é um negócio exatamente novo. A IBM mostra isso desde o começo de 1990. O próprio PlayStation 2 foi o pioneiro em colocar isso nos games, com o EyeToy. Essa geração de consoles também teve suas câmeras, uma praticamente inútil para o Xbox 360 e outra para o PS3. Mas nunca a resposta foi exatamente impressionante.

O Kinect é um salto para frente em relação ao o que a concorrência oferece. Ele é o resultado de toda a máquina de pesquisa da Microsoft focalizada em um esforço único. Toda a pesquisa e desenvolvimento em usabilidade que a empresa de Bill Gates acabou culminando nesse produto. E a mente criativa por trás do Kinect é o brasileiro Alex Kipman.

Apesar do nome aparentemente gringo, Kipman é daqui mesmo, da terrinha. E um belo dia, quando estava na casa da mãe, em Curitiba, ele teve um estalo: se em vez de controlar os games com um controle comum as pessoas pudessem usar o corpo todo? A ideia de Kipman era transcender o que o Wii fazia. E aí nasceu o projeto Natal, batizado em homenagem às praias nordestinas que encantam Kipman.

No Natal, depois rebatizado Kinect, a Microsoft fez a aposta mais audaciosa desde que lançou o Xbox 360. E ela trouxe Kipman em pessoa para o Brasil para demonstrar seu invento.

Falar com Kipman é um barato. Apesar de ter aquele verniz evangelizador característico da Microsoft (que nem é forçado, o povo que trabalha lá acredita de verdade, por isso carrega com tanto entusiasmo quando fala de um produto), dá para ver que ele realmente vê algo além do apertar de botões.

Em um bate papo informal, logo após essa demonstração, ele explicou que o grande objetivo é fazer com que a tecnologia fique invisível, intangível, que as coisas aconteçam naturalmente, como se fosse mágica. E com o Kinect, parece mágica mesmo.

E vale a pena investir os R$ 600 no acessório, que só funciona com o Xbox 360? Bem, isso vamos responder depois de testar os principais jogos. O que dá para falar com certeza é que é um negócio muito diferente do que os outros fabricantes oferecem. O Kinect não parece um brinquedo, muito pelo contrário.

Ele é uma câmera composta, que enxerga profundidade, vem equipado com microfones poderosos e ainda emite sua própria luz, infravermelha, para “sentir” o ambiente. Ah, ele ainda reconhece rostos, faz zoom automático e é motorizado, para manter as pessoas sempre enquadradas.

Impressiona muito ver o robozinho, com um quê de Hal 9000 seguindo você com os olhos. Vamos ver se os consumidores irão se impressionar também. Confira aqui no Zumo, depois do dia 18 de novembro, a análise do Kinect e dos primeiros jogos lançados para o sistema, além de vídeos comprometedores de nós testando os jogos. Até lá!

22 comentários
  • desde de janeiro estou guardando dinheiro para comprar o meu kinect..
    Juntei 2000 mil reias
    kkkkkkkkkk

  • O posicionamento da Microsoft parece meio contraditório no Kinect.
    "O Kinect não parece um brinquedo"
    Não parece, mas os jogos sim.

    tem ainda alguns problemas de atraso na reação dos jogos (que pode ser o resultado da falta de experiência dos programadores, ou o uso de SDKs preliminares, ou ainda o uso de jogos beta nas demonstrações [salão do automóvel, no caso]).

    E conheço poucas pessoas com ambientes espaçosos o bastante para garantir uma jogatina confortável, ou mesmo paciência para redecorar o ambiente, remanejando os móveis para fora do alcance de acidentes.

    • O lance é justamente esse: em vez de fazer um hardware descartável – perdi a conta de quanta tralha inútil da Nintendo já comprei e só usei para um ou dois jogos – o lance é fazer um hardware robusto e durável e mudar a funcionalidade com o software. O software pode fazer o Kinect agir como brinquedo ou como ferramenta auxiliar em um jogo de tiro hardcore.

      Quanto ao atraso, realmente ele tem uns milissegundos de diferença, mas o bacana, pelo menos em nossas primeiras observações, é que o software tem um sistema de compensação muito eficiente. Nosso cérebro acaba sacando isso sem esforço e a forma de controle fica tão transparente depois de alguns minutos que nem se nota o atraso. Mas assim que recebermos nossa unidade de testes vamos tirar a prova.

      Pô, o Kinect, segundo a Microsoft, precisa de 80 centímetros para funcionar. É pouco, um pouco mais do que o Wii precisa para ninguém destruir a TV ou espancar involuntariamente os espectadores. Mas vamso testar isso também.

      • Mas nem sobre o meu cadáver a sobrinhada vai brincar com isso perto da minha 50 pol e do meu HT.

        🙂

        80 centímetros parece uma conta conservadora – um engenheiro jogando, ciente das capacidades do sistema.
        Nos próprios vídeos de divulgação a galera deita e rola.
        E eles não viram meu pai jogando Tetris no GameBoy como se tivesse um acelerômetro com multiplicador de torque.

        /no aguardo! 😉

  • Jô, é claro que a micro$oft teria q tentar lançar algo melhor do q o Wii quatro anos depois…
    Afinal de contas, 4 anos de evolução no mundo da tecnologia é muita coisa, rsrs.
    Sobre sua afirmação – "O Kinect é um salto para frente em relação ao o que a concorrência oferece." só o tempo poderá responder, pois nem sempre isso se traduz em diversão, nao é mesmo?
    Pois mesmo o Wii tendo a máquina menos potente dos 3 consoles, temos acompanhado o lançamentos de grandes jogos para o console da Nintendo como por exemplo: GoldenEye 007, Epic Mickey e Donkey Kong Country Returns, etc…

    • estranho a prpria nintendo naõ ter tido esta ideia vc não acha? looser!

    • O Wii realmente é uma tremenda máquina, mas tem sido muito mal usado. Tirando os jogos da própria Nintendo, é apenas um ou outro que realmente vale. A esmagadora maioria é um amontoado de lixo digital, caça-níqueis que atraem criancinhas que deixam de lado o jogo em duas semanas.
      O que me deixa ferrado com a Nintendo: eles se levantaram, colocaram o ovo em pé com o Wii, mas relaxaram. Não houve praticamente nenhuma inovação significativa no console desde o lançamento. Teve em acessórios, mas de uso limitado. Me enganei com o Balance Board, fui trouxa com o Wii Motion Plus (que usei super pouco) e para mim chega. Experiência não é só hardware, como a própria Nintendo me provou com os fantásticos Super Mario Galaxy 1 e 2.

  • sem duvida, as outras empresas vao ter q correr atras.. parabens a microsoft. isso é o resultado de o imenso investimento em pesquisa q ela faz todos os anos.

  • agora é esperar as grandes desenvolvedoras de jogos explorarem os recursos do kinect.
    parece promissor. e que a Microsoft lance um Xbox com blu-ray. O PS3 é minha opção de comprar justamente pelo bluray no mesmo aparelho.

    • Eu comprei meu PS3 pelo mesmo motivo, mas tenho usado muito pouco a mídia física. Tudo o que baixo roda no Xbox 360, mesmo em HD, o que me afastou dos filmes em mídia física.
      Com um mídia PC e um Xbox 360, eu pouco uso o Blu-ray…

      • interessante saber sobre rodar arquivos baixados sem problemas.
        o fato de ter um ps3 é não precisar ter mais um aparelho apenas para ver filmes.
        eu tenho midias em dvd, bluray de seriados e trilogias que valem a pena ter o original.

        • Realmente, essa versatilidade do PS3 é boa para conteúdos que queremos colecionar. Eu mesmo tenho um monte de filmes do coração que venho comprando em Blu-ray.

  • apesar de ter um ps3, achei muito legal a ideia do kinectic.

    mas fico preocupado com 3 coisas, principalmente no brasil:
    – preço elevado pra um acessorio
    – jogos casuais (o jo mencionou o assunto, pois são jogos que não prendem e podem levar ao rápido desinteresso aí voltam a jogar halo)
    – espaço requerido pra funcionar (são poucas as casas que possuem 2m de sala pra funcionar, sem tirar o sofá)

    Tenho um ps3, mas não pretendo comprar o move. Apesar da proposta diferente além dos jogos casuais (Resident Evil 5, Shoot, Killzone 3, Little Big Planet, etc)

    E para quem acha o kinectic algo inovador não lembra do Sega Activator!

    • Eu fui um dos idiot… ops, entusiastas do Activator. Gastei uma fortuna naquela losna e só usei algumas vezes. Ele falhava horrores, se o teto fosse irregular ele funcionava mal e ficava mau se um ventilador de teto fosse ligado no caminho dele.

      Suas preocupações são legítimas, mas como mencionei, teoricamente 80 cm resolvem. Vou testar isso com muita atenção, pois além de você muita gente, quase todo mundo na verdade, tem dúvida disso.

      Estou com você quanto ao Move. Eu realmente não preciso nem quero um Wii HD, que no fundo é o que o Move mais ou menos é. Não desgosto do PS3, mas ultimamente ele tem sido minha terceira escolha ao jogar, com Xbox 360 em primeiro e PC em segundo.

      • CARACAS…

        tivestes um activator??? És meu heroi (que o nagano não me ouça)… eheheeh

        Era apenas VASP na época em que ganhei meu mega-drive.

  • olá pessoal…eu vi esse post,e estou usando-o para fazer um trabalho da escola.Eu não tenho Xbox,e queria saber como adquíro esse aplicativo…éssa informação é muito importante para a minha pesquisa!

    muito obrigado,aguardo respostas. *–*