A Motorola anunciou hoje (7) o lançamento da família Moto G7 no Brasil. São quatro aparelhos com Android 9 “Pie” – G7, G7 Plus, G7 Play e G7 Power – e, durante o lançamento, a Motorola comentou sobre sua retomada de crescimento no mercado global de smartphones.
Sérgio Buniac, Presidente da Motorola, afirmou que a empresa – subsidiária da Lenovo desde 2014 – vende 26 Moto G por minuto, no mundo, independente do modelo.
E graças ao bom desempenho da família G, a Motorola deu lucro nos quatro trimestres e que teve em 2018 seu melhor desempenho financeiro dos últimos 2 anos e meio. Em parte do mundo, os números da Motorola são otimistas, citando dados do IDC na apresentação:
Na América Latina, a Motorola ocupa segundo lugar de mercado no Brasil (perdendo pra Samsung) e vem crescendo na Argentina (57% de crescimento, sem citar números), México (29%) e Colômbia (25%).
No geral, o panorama latino também é positivo: destaque para (ainda segundo o IDC) uma redução de 6,3% em 2018 e o crescimento da marca na região, apesar da crise (4%), ocupando o segundo lugar total na América Latina com 17% de market share.
Nos EUA, a Motorola diz que também cresceu em aparelhos enviados para operadoras/varejo (nota: aparelhos “shipped” estão na mão de um intermediário, não na do consumidor final) e que tem crescido na base de 60% ano a ano, já com 8% market share nos Estados Unidos (agradeça aos aparelhos desbloqueados vendidos na Amazon).
Finalmente, na Europa, a Motorola está em um “momento contínuo na região” e que tem 10% de mercado em smartphones intermediários em alguns mercados (não disseram quais). Ásia, onde a Lenovo é uma marca mais predominante, não foi citada.
Tá, mas e os preços?
Indo na contramão do mercado e da previsão pessimista de smartphones mais caros, a Motorola tem um modelo mais barato que o seu irmão mais velho: o Moto G7 Play chega às lojas por R$ 999 – ano passado, o Moto G6 Play foi lançado por R$ 1.099.
O G7 Play é a única exceção: o G7 “padrão” está mais caro (R$ 1.599 contra R$ 1.299 em 2018) e o G7 Plus pulou de R$ 1.599 em 2018 para R$ 1.899 neste ano. Não entra na lista comparativa o novo G7 Power, que é a primeira vez que ele vem ao mundo (e custa R$ 1.399).
Buniac comentou, em uma entrevista após a apresentação, que o preço de lançamento “está menor ou igual ao anterior”, mas que a Motorola traz “muitas novas funcionalidades com referência ao preço”, como telas maiores e a estabilização óptica de imagem na câmera do G7 Plus, por exemplo.
O chefão da Motorola também comentou – complementando as informações do lançamento – que a empresa atingiu sua meta de 2018 (voltar para a rentabilidade) ao cortar 30% da linha de produtos (discordo), melhorar processos internos e focar nos “bons mercados para a Motorola”: Brasil, América Latina e Estados Unidos (e alguns específicos de Europa), desacelerando mercados emergentes (fazem bem, a Samsung sabe o quanto está suando na Índia concorrendo com os chineses ou, viagem minha, a Asus sabe quanto sua estratégia global de smartphones não deu certo no subcontinente).
E o MWC, tem algo?
Sérgio Buniac disse que a estratégia da Motorola agora envolve não pautar lançamentos com grandes eventos, como o Mobile World Congress em Barcelona, no final deste mês. A Motorola estará lá, mas não deve mostrar nada (nem o seu smartphone dobrável).
Mas disse algo que serviu como uma reserva de data: “vamos ter um lançamento grande em junho” (chuto uma nova geração de Moto Z, o único smartphone modular do mercado que vingou).
O “cano furado” do Moto G7
O Moto G7 foi o lançamento da Motorola mais vazado de todos os tempos – de varejista vendendo antes a YouTuber encontrando em loja de operadora até a própria Motorola colocando os produtos no site semanas antes do anúncio.
Buniac foi muito honesto (e isso é incrível em executivos que assumem que algo errado aconteceu):
“Se vazou, deu erro na estratégia. O sigilo é muito importante. Foram quatro produtos em uma operação de guerra para estarem no varejo no dia do lançamento, com grande volume. Vamos trabalhar para reduzir esses vazamentos nos próximos lançamentos”, disse o executivo.
Invasão chinesa
Finalmente, perguntei para a Motorola sobre a invasão chinesa no mercado brasileiro. A Huawei disse que vinha, não veio, e agora parece que vem para valer este ano e importações da China (notadamente da Xiaomi) competem com a linha Moto G em preço – apesar de não virem legalmente e com certificação da Anatel.
“Sobre concorrência, ela é sempre bem-vinda, dá mais opção de escolha ao consumidor. Somos obcecados com o consumidor e damos a ele o que quer. Sobre os outros, você já disse tudo, são ilegais”, concluiu.
Moto G7, os produtos
Os Moto G, no geral, se encaixam – ao menos o modelo padrão – numa definição minha pessoal de “produtos que a gente sempre indica”. Não faltam motivos: boa configuração, boa tela, câmera OK, bateria que dura o dia inteiro.
A própria Motorola diz que a linha G7 foi feita pensando em quatro itens mais desejados pelo consumidor, segundo pesquisa feita com os compradores: bateria, desempenho, tela e câmera.
Numa escala de custo/benefício, dá para perceber que a Motorola dividiu bem o público do Moto G 2019 – com suas pequenas diferenças. Os modelos Play e Power podem ser definidos como “de entrada” – configurações muito parecidas, muda o tamanho da tela (menor no Play) e da bateria (enorme, 5.000 mAH no Power). Ambos têm o entalhe/franja/notch no topo da tela. Com esses dois modelos, vai acabar atingindo o público que quer um Moto G, mas priorizam o preço em troca de (poucos) recursos.
Já o G7 “normal” e o G7 Plus têm configurações mais interessantes – câmeras duplas (com estabilização óptica no Plus), mais RAM, design da tela com entalhe em forma de “gota” no centro do topo. E, óbvio, um pouco mais caros. Estou bem curioso para ver o Plus na prática, na verdade (foi o modelo que pedi para review). Todos os modelos já estão à venda no site da Motorola e no varejo brasileiro.
E se você levou os seis minutos previstos pelo meu publicador para ler este texto, a Motorola vendeu cerca de 156 Moto G em algum lugar do mundo durante esse curto espaço de tempo.
Moto G7: Galerias de fotos
Moto G7 Play
Moto G7 Power
Moto G7
Moto G7 Plus
Motorola G7: especificações técnicas
Moto G7 | Moto G7 Plus | Moto G7 Play | Moto G7 Power | |
Tela | 6,24” | 6,24” | 5,7” | 6,2” |
Resolução | 2.270 x 1.080 403 ppp | 2.270 x 1.080403 ppp | 1.512 x 720 294 ppp | 1.520 x 720 271 ppp |
Chipset | Snapdragon 632 de 1,8 GHz | Snapdragon 636 de 1,8 GHz | Snapdragon 632 de 1,8 GHz | Snapdragon 632 de 1,8 GHz |
Armazena-mento | 64 GB | 64 GB | 32 GB | 32 GB |
Câmera principal | 12 + 5 MP | 16 + 5 MP | 13 MP | 12 MP |
Câmera frontal | 8 MP | 12 MP | 8 MP | 8 MP |
RAM | 4 GB | 4 GB | 2 GB | 3 GB |
Bateria | 3.000 mAh | 3.000 mAh | 3.000 mAh | 5.000 mAh |
Medidas | 157 x 75,3 x 7,92 mm | 157 x7 5,3 x 8,27 mm | 147,3 x 71,5 x 7,99 mm | 159,4 x 76 x 9,3 mm |
Peso | 174 g | 172 g | 149 g | 193 g |
Preço sugerido | R$ 1.599 | R$ 1.899 | R$ 999 | R$ 1.399 |
Cores | Polar e Ônix | Indigo e Rubi | Indigo e Ouro | Azul Navy |
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