Motorola fala sobre o futuro, a Lenovo e seu smartwatch
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Motorola fala sobre o futuro, a Lenovo e seu smartwatch

A compra da Motorola pela Lenovo em 29 de janeiro levantou um monte de dúvidas: como ficam os produtos? o que acontece com a marca? a Motorola vai sumir?

Em um encontro no centro de Barcelona ontem à noite, a Motorola tentou responder ao menos algumas dessas perguntas – e ainda deu dicas do que vem por aí. Os executivos disseram estar comprometidos com a plataforma Android e que querem se manter simples e básicos sob a nova direção.

Estavam presentes os executivos Steve Horowitz, vice-presidente sênior de engenharia de software, Mark Randall, vice-presidente sênior da Cadeia de Suprimentos e Operações e Rick Osterloh, vice presidente sênior de Gestão de Produtos (e um dos “pais” do Moto X). O encontro seria com o CEO Dennis Wodside, mas ele deixou a Motorola dias após a aquisição pela Lenovo. A conversa foi mediada pela analista Carolina Milanese, da Kantar Worldwide.

Separei os melhores momentos:

Sobre a Lenovo:

“A Lenovo é boa em grandes volumes, em escala, e isso vai nos ajudar. Também tem tecnologias excelentes”, disse Randall. “O Google queria que a Motorola fosse bem-sucedida, mas não precisava disso”, comentou Osterloh.

“A Lenovo viu valor na nossa marca, por isso a comprou. A Motorola é muito forte em certos mercados, como as Américas, e, mais importante, estamos com um excelente momento em nosso portfólio. E estamos batendo recordes de vendas”, disse Osterloh.

“É uma combinação de design, experiências e um momentocerto. As lições que aprendemos? O Moto G mostrou aos competidores que não adianta oferecer escolhas ruins para aparelhos mais básicos ao consumidor”, afirmou Horowitz.

“Em faixas de preço mais baixas, ou ele compra gerações antigas de aparelhos da Apple ou Androids velhos com telas ruins. Um smartphone faz com que o consumidor seja orgulhoso do que está usando, e a gente criou um que não compromete a experiência. O Moto G é nosso smartphone com maior vendas em todos os tempos. Veja no MWC, tem gente anunciando um smartphone de US$ 25. A gente nunca vai entregar um produto com um “mas” integrado – é barato, mas…”.

Sobre o Google:

“A experiência pura de Android que conseguimos com os produtos não foi fácil. Valeu a pena? Temos engenheiros incríveis. Não quisemos mudar por pura diferenciação, mas para melhorar o hardware. Conseguimos realizar updates de sistema mais rápido, o KitKat (Android 4.4) chegou 90 dias após seu anúncio ao Moto X”, disse Osterloh. “E vamos continuar com Android”.

“E eu adoraria ter uma relação especial com o Google e o time Android. O Google sempre foi muito cuidadoso com a gente e sempre tivemos o mesmo tratamento que outros fabricantes, sempre esperamos no sofá para ser atendidos. Com a Lenovo,  não vai mudar nada nosso relacionamento com o Google”, completa o executivo.

“O Google teve um impacto muito positivo na Motorola. Eles têm uma visão de longo prazo da indústria da mobilidade, e acreditamos que a Lenovo vai continuar esse legado. Ainda temos que ver o que acontecerá após a aquisição completa pela Lenovo, mas vemos como algo promissor”, disse Randall.

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Da esquerda para a direita: Carolina Milanese, Steve Horowitz, Mark Randall e Rick Osterloh

Sobre o futuro dos produtos:

Perguntei para os executivos sobre como ficam os produtos Motorola pós-aquisição, já que os primeiros smartphones com influência de design do Google demoraram a sair após a primeira aquisição. No domingo, quando cheguei a Barcelona, encontrei Sérgio Buniac, vice-presidente da Motorola Mobility para América Latina, no aeroporto, e conversamos rápido sobre o futuro – Buniac comentou que o lineup atual seria mantido por pelo menos mais um ano, o que Osterloh confirmou durante a conversa.

“Estamos pensando além dos sensores (o Moto X veio cheio deles), coisas relacionadas a Bluetooth Low Energy, baixo consumo, e estamos também trabalhando em um dispositivo vestível (wearable)”, afirmou Osterloh.

“São dois aparelhos, um relógio e um outro. Queremos resolver os problemas do consumidor, um deles é que não existem wearables que você queira usar hoje porque são feios. Estamos pensando em algo mais parecido com uma jóia ou um acessório de moda. Vocês verão isso em alguns meses. Mas não vai rodar Tizen”.

“Vamos continuar com a linha de produtos pelo menos até o final do ano. Afinal, os produtos foram um dos motivos para a compra. E a Lenovo vai nos ajudar a manter esse legado”, concluiu Randall.

Escrito por
Henrique Martin
2 comentários
  • “mas não vai rodar tizen”…alfinetou a samsumg com essa declaração.
    e faço minhas as palavras se Leandro Pires…