Bradesco (banco) e Visa (cartões) anunciaram hoje um meio de pagamento inusitado: a Pulseira Bradesco Visa. Sim, é uma pulseira NFC que serve para, bem, pagar coisas.
Pulseira Bradesco Visa
O projeto – por enquanto – é restrito a convidados, já que é uma avaliação a ser feita pelas duas empresas antes e durante os Jogos Olímpicos Rio 2016.
São 3.000 pulseiras habilitadas que podem ser recarregadas por app ou internet, como um cartão pré-pago convencional válido por 1 ano para uso. Essas pulseiras serão distribuídas a clientes do Bradesco, influenciadores e jornalistas (caso da coletiva de imprensa de hoje) e poderão ser utilizadas nos pontos de venda oficiais das olimpíadas no Rio.
Só que em vez de inserir o cartão na máquina da loja (que precisa ser habilitada com tecnologia NFC, diz a Visa que são mais de 1,5 milhão em todo o Brasil), basta aproximar e dar OK na máquina.
É uma espécie de “porta-moedas digital” (na definição do Nagano) e, ao meu ver, um bom teste enquanto os bancos não lançam carteiras digitais para smartphones no Brasil (ainda aguardo o Samsung Pay, prometido para este ano ainda).
Esta é a pulseira, produzida em borracha e à prova d’água:
…que se encaixa com um fecho dourado atrás:
E por trás: note que a pulseira tem uma pequena ranhura para remover o cartão NFC.
Aqui, com o cartão NFC removido (com o número de série apagado):
E para dar comparação com um cartão (de crédito/débito), ao lado de um “bilhete único” de Taiwan.
O cartão é pré-pago e pode ser recarregado via web ou aplicativo (para Android e iOS). Curiosamente, a recarga de créditos pode ser feita por cartão de débito ou boleto bancário.
Como é um serviço pré-pago, pode ser uma solução interessante para usar em locais movimentados (shows, por exemplo) ou controlar a mesada do pirralho (se ele não perder a pulseira, claro). Eu devo deixar o cartão NFC – que veio com R$ 50 de crédito – dentro da carteira e tentar pagar algo por aproximação.
Essa é a tela do site, e a interface dos apps é muito similar, com controle de gastos, extrato, opção de perfil e de recarga.
Tá, mas e se roubarem a pulseira? Basta ligar pro call center ou bloquear via web/app. Nessa fase de testes, compras com valores de até R$ 50 não precisam de senha e são aprovadas (se tiver saldo, claro) automaticamente. Valores acima requerem a digitação de senha numérica, como no cartão convencional.
Nagano comenta: Acho essa idéia de ter um meio simples e rápido de fazer compras de pequeno valor por meio eleltrônico — algo como um porta-moedas digital — muito interessante, e mais ainda para as operadoras desse serviço que inventaram mais uma maneira das pessoas gastarem dinheiro.
Porém essa idéia de que compras de até R$ 50 sem o uso de senhas me intriga. Se de um lado isso realmente facilita a vida das pessoas (pegue, pague, tchau!) do outro lado (segundo o que o Henrique já me explicou) se o usuário tiver — digamos — R$ 200 de créditos na pulseira sendo que compras acima de R$ 50 estão tecnicamente bloqueadas por senha, nada impede que um gatuno roube o dito cujo e gaste todo o saldo restante por meio de pequenas compras (R$ 20 + R$ 30 + R$ 50 e assim por diante).
Tudo bem que neste meio tempo a pulseira pode ser desativada (isto é, se o gatuno também não roubar o smartphone) mas até lá explicar para o cliente que seu dinheiro está seguro, pero no mucho…
Minha sugestão neste caso, seria uma alteração no sistema que permitisse o usuário determinar quanto estaria liberado para gastar com e sem senha — digamos R$ 150 e R$ 50.
Outro detalhe é que depois dessa divulgação, essas pulseirinhas azuis podem se tornar um verdadeiro imã de trombadinhas. Se fosse usuário desse sistema eu faria o mesmo que o Hemrique, ou seja, retiraria o chip do acessório, colocaria-o em um objeto mais discreto — como numa carteirinha de bilhete único, crachá ou coisa do tipo — e encostaria o mesmo no sensor para fazer as compras. 🙂
Uma alternativa seria a operadora oferecer outras opções de cores/estampas para a pulseira.
Aqui, uma demo (tks Emily!) comprando um café depois da coletiva. A moça do caixa ficou meio cética, mas gostou da ideia depois de ver o comprovante saindo da máquina.
Disclaimer: Henrique foi o mediador/apresentador da coletiva da Visa. Fotos e opiniões são nossas.
https://www.youtube.com/watch?v=tXkmONGMhNc
Ainda cético, no Brasil.
se ladrão já pede a senha do iPhone, essa pulseira entrará no mercado negro de alguma forma.
Eu posso configurar a senha pra qualquer transação?