A realme anuncia hoje o lançamento do smartphone GT Master Edition no mercado brasileiro. É o primeiro modelo que tenta entrar no espaço dos super-intermediários, como o Samsung Galaxy A72 e o Moto G100. O aparelho começa a ser vendido hoje pelo preço sugerido de R$ 3.699.
Não, não é um modelo topo de linha (o “Master” dá a impressão de algo mais chique do que realmente é) – o título fica para o realme GT 5G, sem previsão de lançamento local e com hardware mais avançado.
Passei uns dias com o realme GT Master como smartphone principal. Atinge o objetivo de ser um super-intermediário? Sim. Mas a realme ainda precisa ajustar bastante o que vem dentro do aparelho para oferecer uma experiência mais completa (e com menos apps inúteis) ao consumidor.
realme GT Master Edition: especificações, design, bateria
Por dentro, o realme GT Master Edition traz um processador Qualcomm Snapdragon 778G 5G, 8GB de RAM, 256 GB de armazenamento interno (sem expansão), com uma tela de 6,4″ Super AMOLED (Full HD+) de 120Hz, câmera principal de 64 megapixels e bateria de 4.300 mAH. Roda Android 11 com Realme UI 2.0.
A tela é excelente, a duração da bateria também (aguenta 12h fácil longe da tomada) – e o carregador de 65W é ridículo de tão rápido que enche a bateria (em 12 minutos, foi de 36% para 79%, para dar um exemplo simples). Na conectividade, já está pronto para 5G (quando ele vier, o que é um ponto muito positivo) e Wi-Fi 6, caso você tenha um roteador compatível com o padrão.
O design segue o padrão dos modelos com três câmeras empilhadas na traseira, com uma cor “Aurora” e acabamento em plástico com as bordas em alumínio (lembra bastante o Samsung Galaxy S10+). É um visual mais discreto que o realme 7 5G, com certeza.
O leitor de impressões digitais foi integrado à tela e funciona muito rápido, o aparelho vem com um conector USB-C e com entrada para fone de ouvido padrão 3,5mm (embora não venha um fone na caixa, só o carregador).
No geral, a experiência do realme GT Master Edition como um smartphone para o dia-a-dia é boa – a interface é fluida, rápida, não encontrei gargalos de desempenho (exceção para a câmera, que engasga no processamento à noite e fica “pensando” mais tempo do que um aparelho desses deveria ficar) e a realme não fica forçando o Google Assistente como outras marcas (Nokia, Motorola), que trazem botões dedicados.
Tem um “Modo GT” escondido no menu de configurações que promete “melhorar significativamente o desempenho do telefone. O consumo de energia aumentará” – de novo, faltou uma explicação mais completa (na prática, não percebi nenhuma mudança).
Mas ainda falta, no geral, uma revisão completa do sistema operacional em português. A versão que recebi não é a do varejo, mas imagino que a experiência de um consumidor final não seja diferente.
Tem termos sem tradução, sem contexto (estou até agora tentando entender o que é “efeito visual OSIE” na tela (parece ser um tipo de efeito de animação, mas faltou a explicação) e, por ser um aparelho importado, veio cheio de apps inúteis, como ORoaming, Lazada e 92 (?).
A caixa (gigante) vem com uma capinha de borracha (que não é transparente, olha só, mas difícil de colocar e tirar) e o carregador SuperDART de 65W, além de um cabo USB-A para USB-C compatível com o super-carregador.
As câmeras
As câmeras traseiras do realme GT Edition seguem o padrão de smartphones intermediários dos últimos dois anos – uma principal com alta resolução (64 megapixels aqui), uma grande angular de 8 MP e uma macro de 2 MP, sem zoom óptico (tem opções de foto a 2x e 5x, mas é um corte da imagem maior). A realme fala muito do modo Urbano integrado à câmera, mas nada mais é do que filtros integrados para a hora do disparo.
Alguns exemplos de imagem, nada de grande destaque (os últimos dias chuvosos não ajudaram muito também):
Eu compraria um?
Sim pelo carregador e pela tela, não pelas câmeras (que é algo que importa muito para mim). O preço sugerido de R$ 3.699 é interessante mas ainda falta muito para a realme ampliar sua rede de distribuição, principalmente no varejo offline – a capilaridade online já é grande (Americanas, Amazon, Mercado Livre).
Pelo menos a realme vem, aos poucos, ampliando seu portfólio de produtos no Brasil – prestes a completar um ano de operação local, já tem smartphones básicos (linha Y), aparelhos 5G (linhas 7 e 8 com novos recursos) e os super-intermediários da linha GT, além de fones de ouvido TWS e smartwatches.
O realme GT Master Edition entra em pré-venda de 19 a 21 de outubro na Americanas (com cashback e brindes) e depois segue para as outras lojas virtuais (e offline também na loja-que-não-se-fala-o-nome-nem-se-indica-comprar-nada famosa de Santa Catarina).
[realme]Aviso de ética
Samir Salim Jr., co-fundador da Interfaces, trabalha para a agência de comunicação que atende a realme no Brasil e está afastado do dia-a-dia do site e newsletter. Não existe nenhuma interferência ou sugestão editorial envolvida neste texto, e o produto será devolvido para a fabricante.
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