A Sony é o clássico caso de fênix. A empresa praticamente saiu do mapa com várias decisões equivocadas, comprometeu sua marca matadora (Playstation) e ainda perdeu a liderança do mercado para a Nintendo, que depois do fiasco do GameCube ficou atrás da Sony.
Depois de anunciar o preço do PlayStation 3, em 2006 – US$ 600, que foram impossíveis de engolir – a empresa vem tentado acertar a mão de novo. Ela baixou o preço do PS3, abandonou o design mastodôntico da primeira versão do aparelho, cortou custos, investiu em bons jogos e veio para a E3 de 2010 com uma missão: sair da terceira colocação do mercado de videogames.
O primeiro grande anúncio da Sony foi a data de lançamento do Move, seu controle com detecção de movimento. Imagine o controle do Wii muito mais invocado e com uma bola brilhante na ponta. Esse é o Move.
O controle da Sony ganha na precisão porque usa um sistema de ultrassom para rastrear a posição tridimensional exata. A bola colorida em cima é mais uma alegoria que muda de cor de acordo com o jogo, mas também serve como ponto focal da atenção do jogador. O Move funciona em conjunto com o Playstation Eye, a câmera de alta definição do PS3.
É claro que haverá uma avalanche de jogos casuais para o Move. E alguns que não foram muito bem usando apenas a câmera, como no caso de EyePet, vão ganhar uma versão para Move.
O Move era esperado, foi mostrado de supetão logo após a Microsoft mostrar o Kinect (que na época chamava Projeto Natal) ano passado.
A grande surpresa da Sony foi o suporte maçico a televisores 3D. A empresa não só liberou, de uma vez só, um monte de jogos adaptados para visão estereoscópica na rede online do PS3 como também anunciou que seus principais lançamentos, como Killzone 3, serão compatíveis com a tecnologia.
O PS3 também ganhou um update durante a E3 que o transformou em um player Blu-ray 3D. isso tem impacto direto não só no mercado de games, mas coloca a Sony como o principal provedor de conteúdo 3D do mercado. E isso mostra uma grande força sinérgica da empresa, que por muitos anos acabou deixando suas diferentes divisões correndo sem união. Agora parece que a Sony encarou que se não fizer todas as suas peças andarem para o mesmo lado, está fadada a apanhar dos concorrentes japoneses, coreanos e americanos.
A Sony também correu atrás do atraso e promoveu vários jogos para o PSP. O pobre portátil, lançado em 2004, nunca teve a atenção merecida, em parte pela forçada de barra da Sony em promover um novo tipo de mídia óptica, o UMD.
Com o novo portátil da Nintendo aí, a única esperança da Sony é oferecer bons jogos para o PSP, e vários jogos de realidade aumentada.
A Sony mostrou uma estratégia bastante consistente, mas parece que ainda não foi dessa vez que ela conseguiu recuperar sua liderança perdida. Quem sabe ano que vem…
Gente, o Gran Turismo de PSP saiu em outubro de 2009…
Uepa!
Demorou tanto tempo para o GT5 sair que acabei comendo bola! Agradeço a todos pela voadora no baço! Corrigido.
Ai ai ai… o Nagano vai me dar um especial triplo. Desculpa, Senpai!
Jô.
GT já saiu para PSP (ano passado), o que tá pra sair é o GT5 (desde a era do joystick lascado, parece).
Quanto a voltar a forma, é meio discutível… Vários blogs (Joystiq, Kotaku) mostraram uma certa indiferença com a Sony na E3, dando muito mais toques pro 3DS (óbvio) e pro Kinect. Enquanto o Gizmodo foi BEM incisivo: http://gizmodo.com/5567221/how-sony-lost-the-vide…
E no final das contas, todo portátil tem uma mídia nova. Não chega a ser um problema tão grande.
(e eu devo admitir que odeio os formatos próprios da Sony, e o MD é uma das razões principais :p)
A Sony, frente a tantos desastres de E3 passadas, mostrou uma sinergia que há muito não se via. Nem no tempo do Ken Kutaragi, no auge do PS2, a coisa andou tão azeitada.
A Sony está usando mais uma vez o PlayStation como aríete para popularizar uma nova tecnologia. Deu certo com o DVD (PS2), começa a dar certo com o Blu-ray (PS3) e ela realmente acredita que vai ajudar na venda de televisores 3D.
Essa é a velha forma da Sony. Me refiro ao período de Akio Morita, quando a Sony mandava no mercado mundial. Grande parte do legado tecnológico da empresa data dessa época, em que tudo andava azeitado. É claro que o Betamax foi um flop, mas frente ao monte de inovações (televisores Trinitron, Walkman, tecnologia de fones de ouvido, tecnologia de broadcast) a Sony acabou por cima.
A empresa estava apanhando quieta dos coreanos, perdendo dinheiro com operações paralelas e produtos conceitualmente falhos. Eles estão se mexendo, revitalizando o PS3, o PSP, reacendendo a guerra dos televisores, melhorando suas câmeras, ouvindo o que os consumidores querem…
A postura da Sony de rainha da carne seca mudou. Ela estava fora de sintonia, ainda posando de líder quando perdia mercado. Agora, ela quer o mercado que perdeu, e se puder morder os concorrentes, vai fazê-lo sem dó.
A Sony fez um buzz monstruoso com o UMD, mas não deu em nada. A era das mídias proprietárias está no fim. Ou os fabricantes se unem em consórcios para promover formatos (como no caso do Blu-ray) ou não tem jeito. O consumidor cansou de elefantes brancos incompatíveis. A prova é que a Sony começou a usar cartões SD em suas câmeras. O Memory Stick é perfeitamente bom, mas usá-lo só nos aparelhos da marca é horrível.
[…] This post was mentioned on Twitter by henrique e nagano, Herbert Scheunemann. Herbert Scheunemann said: Resumão da E3: a Sony volta à velha forma http://goo.gl/PZSU […]
eu gostei da sony por 2 aspectos:
– o move nao vai ficar resrito a jogos casuais, tanto que Socom, kilzone e little big planet vao ter suporte ao move, e sao jogoa maravilhosos. hardcore mesmo…
– o 3d, que a sony tem dominio de todo o processo (desde filmes e jogos, passando pelos players ate as tvs). Ja vi o teste de uma nvidia 3D e achei incrivel, isso num monitor de 22”, imagine numa tela de 40”…