O novo Moto G5 Plus, da Lenovo, é o smartphone intermediário que voltou a ter cara de gente grande. Gostei do design, do software e… da ausência de botões físicos.
A linha Moto G completou 5 anos agora. Para mim, a primeira e a segunda foram muito boas, a terceira e a quarta foram… OK: bons telefones, nada que chame muita atenção.
A quinta geração, anunciada em Barcelona no final de fevereiro durante o Mobile World Congress, dá um fôlego maior à linha (bem popular, por sinal) de smartphones da Motorola/Lenovo. Tem cara de que, finalmente, a integração entre as duas empresas terminou, e a Moto voltou a ser Motorola mesmo.
Suas especificações técnicas são interessantes: processador Qualcomm 625 (2 GHz, octacore), tela de 5,2″Full HD, sintonizador de TV digital (algo que eu não via faz tempo em um telefone), bateria de 3.000 mAH com carga rápida (yay!), 2 GB de RAM/32 GB de armazenamento interno (expansível a 128 GB) e câmeras de 5 megapixels na frente/12 megapixels atrás.
Seu design em alumínio foi uma das coisas que eu mais gostei no aparelho (apesar da saliência da câmera, para lembrar os irmãos da linha Moto Z, talvez). Recebi a versão na cor Platinum (frente em preto/traseira em cinza-chumbo), com bordas prateadas. E é muito leve (155 gramas).
Note que a parte frontal tem apenas um botão: o leitor de impressões digitais, que também atua como ajudante de navegação pelo aparelho. Atrás, somente a câmera/flash duplo.
Na lateral direita, temos o botão de liga/desliga e o controle de volume…
Abaixo, um conector USB mini para recarga da bateria/troca de dados com o PC (nada de USB-C ainda) e o conector para fone de ouvido.
E acima, a gaveta para SIM Card (dois)/cartão microSD.
O leitor de impressões digitais do Moto G5 Plus é excelente. Rápido, responsivo e o modo que os engenheiros desenharam – para dentro do corpo, não exposto (como num Galaxy S7) – deixa a área mais protegida e sujeita a menos riscos.
Ah sim, o Moto G5 Plus roda Android 7.0 “Nougat”:
A interface do sistema é a velha conhecida dos donos de aparelhos Motorola: sem frescuras, sem apps adicionais (exceção ao App Box), com todas as “coisas-Google” pré-instaladas. Ajustes de layout somente por conta do Android novo: não existe mais um botão de “Todos os Apps” – basta arrastar a barra inferior da tela para cima.
Das funções adicionais do leitor de impressões digitais, basta deslizar o dedo para a direita e ele abre o modo de dividir a tela/ver apps abertos. Ao deslizar para a esquerda, o botão tem a função de voltar para a tela anterior. É preciso um pouco de treino para se acostumar, mas não é um problema.
Vale notar que as notificações na barra de ferramentas estão mais elegantes também (obrigado, Android 7).
O principal diferencial do Moto G Plus – além do tamanho da tela (5,2″ x 5″) – para o Moto G “oficial” é a presença do sintonizador de TV digital no aparelho.
Como um bom sintonizador de TV digital em smartphone, requer o uso de uma antena, ops, cabo adaptador plugado na base do Moto G Plus.
Mas diferente da maioria dos sintonizadores em smartphones, o da Motorola é capaz de sintonizar canais 1-Seg (otimizado para dispositivos portáteis) e em HD.
O sinal geral de TV (analógica ou digital) aqui na ZTOP-caverna é horrível, mas consegui sintonizar canais depois de um tempo perto da janela. A experiência é boa – se você gosta de canais abertos, pode ser uma mão na roda pra ver novela ou futebol no ônibus (mas use fones de ouvido, por favor).
Câmera
A câmera traseira de 12 megapixels (lente f/1.7, bem luminosa) com “dual autofocus pixel” é, digamos, uma parte mais convencional do Moto G5 Plus.
Tem bons resultados à luz do dia, foco rápido (e muito de perto), mas me deixou um pouco desapontado no modo noturno (tanto que nem publiquei fotos abaixo). Pela cor final, o resultado me lembrou muito da câmera do velho e bom Motorola RAZR i, com um leve tom arroxeado/azulado nas fotos (gosto pessoal aqui) – veja a foto da flor lilás abaixo, que foi capturada com perfeição pelo Moto G5 Plus.
Desempenho, bateria, conclusões
Como já fizemos no review do Galaxy S8+, aos poucos vou deixar de publicar resultados de benchmarks de smartphones (Nagano continua com os dele, quando necessário). O desempenho do G5 Plus é similar aos de aparelhos intermediários com Snapdragon 625 (como Zenfone 3 ou Moto Z Play), e o Android 7 é bem fluido/responsivo (e sem interferências na interface, diga-se de passagem).
Sobre a bateria, o Moto G5 aguenta um dia inteiro fora da tomada (nos testes, tivemos algo entre 25% e 30% de bateria restante após 10 horas). O fato de ter quick charge ajuda bastante – e te vicia (não canso de repetir isso).
Vale a pena? Pelo preço sugerido de R$ 1.499, sim. O Moto G entra na lista de “sempre recomendamos” – é bom, eficiente, com preço justo.
Resumo: Motorola Moto G5 Plus
O que é isso? Smartphone intermediário com Android 7.0.
O que é legal? Design, desempenho, tela grande.
O que é imoral?Câmera em modo noturno poderia ser melhor.
O que mais? Nas especificações técnicas, é um pouco mais avançado que o modelo menor (G5).
Avaliação: 8 (de 10). Entenda nosso novo sistema de avaliação.
Preço sugerido: R$ 1.499
Onde encontrar: motorola.com.brBônus track: o que tem em um nome?
A família Moto G, da Motorola, está no mercado desde 2013, oferecendo um produto intermediário/adequado ao bolso do comprador que quer desempenho com preço adequado. Só que sua evolução de nomes começou com anos (Moto G 2014, 2015…) e desde ano passado virou G4 e agora G5.
A família LG “G” começou em 2012, o Optimus G, seguida pelos G2, G3, G4, G5 e agora G6, voltados ao mercado premium/topo de linha. Tudo bem, entendo que o G remete a “Galaxy”, nome usado pela arqui-rival Samsung, mas isso é muito subjetivo.
Na teoria, os LG vieram primeiro, mas os Moto têm nomes “iguais. Entendo que o Moto G (insira aqui o número) é mais popular no mercado brasileiro, mas os LG “vieram antes”. Pra mim, é confuso ver um G5 da LG e da Motorola (ainda mais porque o LG G5 era uma encrenca enorme, parece que acertaram no G6 – que não vi ainda pessoalmente).
Essa confusão de nomes/siglas na cabeça do consumidor faz sentido ou é viagem da minha cabeça?