Ano passado, no lançamento do Galaxy S4, a Samsung encheu o aparelho de novos recursos, sensores, numa apresentação longa e cheia de rococós. Na prática, um monte de frescura. Software importa sim, mas não invasivo/inútil.
Este ano, nada de lançamento fora da feira: foi no final do primeiro dia do Mobile World Congress que a companhia coreana mostrou o Galaxy S5, que chega em 11 de abril às lojas (incluindo Brasil; update: atualizado em 25/2 às 9h com informação de data confirmada pela Samsung. Nada de preço ainda “por razões estratégicas”).
E com software que importa – bem mais que no ano passado.
Nota curiosa: a Samsung, maior vendedora de Androids do mundo (200 milhões de aparelhos Galaxy), lança sua quinta versão de supersmartphone no mesmo dia que a Nokia, que já foi a maior vendedora de smartphones do planetq (mesmo quando eles não eram tão espertos assim) anuncia seus três… aparelhos Android superbásicos.
De qualquer modo, foi um evento que poderia ter dado problema.
Cerca de 4,5 mil convidados entre imprensa, parceiros, operadoras, varejo, clientes em geral em um pavilhão de convenções. Na entrada, empura-empurra, porque as portas estavam na entrada do palco (entramos pelo LADO, não por trás ou pela frente) e o povo saiu correndo.
Ao sentar, poucos minutos antes de começar, o embargo dos veículos internacionais caiu (não vou dar links aqui, mas foi ridículo). ANTES da apresentação ser iniciada, todo mundo já sabia o que viria. Com detalhes, opiniões e cópias do press-release. Fuen fuen fuen.
Fator surpresa zero, num erro de planejamento na frente de todo mundo que foi até lá pra ver o produto.
(Pra quem não sabe, embargo é um acordo de cavalheiros entre mídia e empresas para ter acesso a informações importantes antes de todo mundo, mas só publicar em determinado horário combinado).
Nada contra o uso de embargo, mas poderiam ter feito em um horário após o fim da apresentação. Seria elegante e educado com quem atravessou meia cidade pra chegar ao evento.
Ao acabar a apresentação (que foi até rápida), eu estava bem na frente do palco, perto da porta de acesso para a área de demonstração, atrás de um telão.
Fui para lá e o povo (=jornalistas do mundo todo que acham que vão ganhar pageviews porque deram a mesma notícia mais rápido ou copiando um press-release para ganhar SEO) começou a empurrar.
Subiu uma porta grande, como uma daquelas de garagem, e o povo empurrando e se abaixando (!) para entrar.
Fui com o fluxo e… na frente, uma parede de seis holofotes que ainda precisavam ser erguidos. Era preciso passar pelos lados. Ou ser empurrado em direção à luz (que metáfora bonita, Henrique. Não).
Se não fosse a boa vontade dos bombeiros de plantão segurando a manada, poderia ter fritado alguém. Ainda bem que o bom-senso prevaleceu. E todo mundo seguiu em segurança.
Voltando à vaca fria, o mantra da noite foi “de volta ao básico”, repetido várias vezes.
Ou enxugar a gordura do S4 para algo mais simples e itens mais interessantes/úteis para o consumidor.
O Galaxy S5 traz alguns recursos bem interessantes (uns mais úteis, outros nem tanto) e eu consegui passar algum tempo útil com um nas mãos. Algumas gorduras inúteis (como Samsung Hub, um agregador de coisas de mídia) foram embora. Outras ficaram e foram melhoradas, como o S Health.
Vale mencionar: Processador Qualcomm 4G (pelo menos na variante que mexi, nas especificações originais é um “chip quad-core de 2,5 GHz” – deve ser um Snapdragon 801, câmera de 16 megapixels, vídeos em 4K, 2 GB de RAM, 16/32 GB de armazenamento interno, bateria de 2.800 mAH, USB 3.0, Wi-Fi 802.11ac, proteção IP67 (água e poeira, como os Sony Xperia), tela de 5,1″ Full HD com tecnologia Super AMOLED.
Comparação útil da noite: o Galaxy S5 tem 5,1″ de tela Full HD. O Galaxy Note original tinha 5,3″ com resolução HD. Seu smartphone virou foblet e você nem percebeu em menos de quatro anos.
O design parece um S4 aprimorado, com as mesmas curvas na lateral, uma borda BEM fina. A interface TouchWiz não foi embora.
Mudanças de interface mesmo estão nas configurações do aparelho, com ícones redondos. O S5 roda Android 4.4 Kit Kat.
E mudanças mesmo estão no acabamento traseiro, com esses furinhos estilo band-aid. Por conta da proteção IP67, a porta USB tem uma parte móvel (=portinha).
Mas é no software que a coisa fica divertida. O app S Health se integra ao leitor de batimentos cardíacos…
…que fica ao lado do flash LED do S5.
Aí você encosta seu dedo no sensor e o app mede seus batimentos. É rápido. Note que eu estava bem calminho ao tirar a foto.
Ainda no software, tem a câmera. 16 megapixels na resolução máxima.
E os vídeos em 4K, bem mais limitados que o do Xperia Z2. Primeiro que ativar o 4K desativa algumas funções de foto, como modo dual, fotos enquanto filma, efeitos, entre outros.
Outra que os vídeos de 4K são limitados a 5 minutos de gravação. Ouch!
Motivo óbvio para isso: não entupir o armazenamento. Aqui, 15 segundos, quase 100 MB de dados. Ouch! (2)
O Download Booster: yay! usa conexões 4G + Wi-Fi (padrão AC, superveloz) combinados para acelerar downloads. Quero ver Netflix nesse bicho.
Quando ativado, é o ícone ao lado do Bluetooth (que combina 4G e Wi-Fi).
Outras frescuras: leitor de impressões digitais. Não testei, acho dispensável. Fica junto ao botão central do aparelho.
Mas o S5 tem um interessante modo privado (use sua imaginação).
Mas meu favorito mesmo – e que é uma ideia que nunca vi em outros fabricantes de Android, iOS ou Windows Phone – é o ULTRA POWER SAVING MODE. Ou economizador de bateria superpoderoso.
Quando a carga estiver muito baixa, ele limita o uso do smartphone a até seis apps básicos (telefone, SMS, internet e outros configuráveis) com tela em preto e branco. Parece ser a coisa mais legal do Galaxy S5. E quer dizer pro mundo que a tecnologia de gerenciamento de baterias (software!) evolui muito mais que a própria tecnologia utilizada pelas baterias (é o hardware!)
Outros lançamentos da Samsung no evento do MWC hoje incluiram mais relógios espertos (ainda aguardo O produto que vai causar disruptura nesse mercado; ainda acho que falta um padrão/modelo pra isso, e não é nada que está no mercado hoje. Ou talvez o Pebble, que é irrelevante/limitado aos Estados Unidos ainda).
Finalmente, o Kids Mode.
Até brinquei no Twitter que o Windows Phone tem um “Espaço da Criança” com apps reservadas/separadas pelos pais, mas aqui a coisa é diferente e curiosa. Essa é a interface principal:
E que muda o comportamento e a cara dos apps (!). Achei lúdico.
E só dá pra sair dele com senha. E configurar outros apps e saber tudo que seu pirralho anda fazendo.
Bônus track: o Galaxy S5 terá capas com carregamento sem fios.
Ótimo.
Sério, a parte das fotos, é muita opção uma caralhama de opções. Que coisa complicada. Por isso que gosto do iOS, sempre foi para o lado mais básico da coisa, não tem milhões de firulas, é direto ao ponto e faz tremendo sucesso.
Impressionante como é tudo complicado e cheio de opções, você acaba se perdendo nisso.
Mas a “culpa” não é do Android. A versão stock tem o app de câmera irritantemente clean, mas fico com o do Moto X mesmo!
é só colocar no modo automático e tirar quantas fotos quiser, independente do sistema – só mexe mais detalhadamente quem quer (Camera+ no iOs Camera Zoom FX no Android são excelentes para isso)
Aqui em casa não somos fan-boy de nada. Temos Android (S4 Active), iOs (4s), PalmOS (Clie TG50), Windows Mobile (Moto Q), Symbian (N8) e Maemo (N900) – todos são assim: acessar a câmera, apontar e tirar a foto.
Prezado Henrique, esse modelo é o S5 active ou todos os modelos já são IP67? Pergunto isso pois acabei de comprar o S4 Active que possui a certificação, coisa que o S4 “civil” não possui. E já sonho com um port do XDA desses modos “ultra power battery saver” e “kids mode” para outros Galaxies.
E pensar que tudo começou com telas 160×160 dos Palms e já temos 1920×180!!!
Nada de Active por enquanto. Todos os S5 (=várias cores) são IP67. Lembra que os Sony Xperia Z1/Z2 tb são…
IP67 pode molhar, mas não mergulhar né? Entrar na piscina, apenas molhar, certo?
Acho q n… Li por ai que ele suporta ate 30 min a uma profundidade de 1m embaixo d’agua
Saulo,
Segundo as especificações, pode deixar mergulhado 1m por 30min.
Fui à piscina com os filhos e tirei algumas fotos debaixo d’água (e morrendo de medo).
Mas foi tudo tranquilo. O S4 está funcionando (até agora).
Como o touchscreen não funciona com a tela molhada, o sistema já define o botão de volume para tirar a foto no modo “Água”