O Samsung Galaxy Note 7 é o super smartphone que não foi. Com seu breve histórico mundial de explosões, o aparelho vai sair de linha – uma pena.
O Note 7 – pelo menos pra mim – foi a prova da evolução de design e tecnologia da Samsung.
Esse processo começou ano passado com o Galaxy S6 edge / S6 edge plus e se consolidou com o Galaxy S7 edge neste ano (não à toa, é um dos aparelhos favoritos deste ZTOP em 2016).
O Note 7 unia a tela curva da família Edge ao modo foblet (smartphone+tablet) com canetinha dos Note anteriores. Câmera boa, segurança protegida por íris do usuário, mais o desenho industrial incrível.
E agora já era. As explosões da primeira leva fizeram a Samsung fazer um recall mundial do produto – o Brasil não estava na primeira leva de lançamentos, logo não foi afetado (só a mídia especializada estava testando o aparelho, e teve que devolver rapidinho).
Desta vez, a Samsung pediu (ontem, 10/10) para seus parceiros (varejo, operadoras) suspender as vendas dos Note 7 com a falha explosiva corrigida – ao menos cinco aparelhos “novos” explodiram na última semana.
“Os consumidores que possuem um Galaxy Note 7 original ou um Galaxy Note 7 substituído devem desligar e parar de usar o dispositivo. A companhia destaca que o produto ainda não foi comercializado no Brasil“, diz a Samsung, em comunicado oficial.
Agora pela manhã, a mídia internacional (Bloomberg, Verge, WSJ) informa que a Samsung interrompeu a fabricação do Galaxy Note 7. A notícia se confirma no site de relações para investidores:
“Samsung Electronics Inc. anunciou hoje que está temporariamente ajustando a escala de produção do Galaxy Note 7 para tomar passos mais eficientes para garantir segurança e qualidade.
A companhia irá fornecer um anúncio sobre o tema quando tiver novas informações ou daqui a um mês”
É a morte prematura – e veloz – de um smartphone global. Nesses anos todos nesta indústria vital, já vi problemas afetarem novos produtos, mas não me lembro de produtos descontinuados em tempo tão rápido.
Me lembro agora o terrível Motorola ROKR (feito em parceria com a Apple, mas só tinha capacidade para 100 músicas e sua configuração era um horror), o esquecível Microsoft Kin, a venda da Nokia para a Microsoft (brincadeira, essa pegadinha durou mais tempo) ou do Skype para a Microsoft (um produto que existe no limbo, mas que infelizmente as pessoas se acostumaram a usar). Teve um recall da Nokia de 46 milhões de aparelhos em 2007. Motivo? Baterias explosivas.
O fim prematuro do Note 7 é uma dor de cabeça enorme para a Samsung. Afirmar que vai “suspender temporariamente” a produção é dourar a pílula. O Note 7 não tem mais volta, infelizmente.
Fora o custo do recall mundial e o que fazer com o estoque de produtos parado nas fábricas. E o valor da imagem arranhada da marca para as próximas gerações de produtos: se o S7 era incrível, mas o Note 7 explodia, como será o S8 no ano que vem? Tempo, verba de marketing e muito investimento em pesquisa e desenvolvimento darão as respostas.
Números explosivos.
Um dos smartphones mais bonitos que já vi acabar dessa maneira precocemente. É Samsung, tu vai ter que ralar muito pra limpar essa imagem, por isso não era pra ter pulado o número do celular, se fosse Galaxy Note 6 nada disso teria acontecido!
O Samsung Note 7 é meio que o Ford Pinto dos celulares. Com o perdão do comparativo, viram pessoal de RP da Samsung e da Ford? 🙂