Quando o Google mostrou o Android Wear, sua plataforma para acessórios/relógios inteligentes no já distante mês de março de 2014, falei que era uma retomada de 2007, quando o Android dava seus primeiros passos.
Hoje, durante o evento de desenvolvedores Google I/O, o Android Wear já existe e está à venda (tem até aparelho prometido pra chegar ao Brasil mês que vem).
E fica uma dúvida no ar: quando esses relógios espertos vão deixar de ser simples gadgets para virar objeto de desejo?
Fato é que relógios são acessórios de moda (e não de tecnologia no geral). Eu, particularmente, não uso relógio desde que tive meu primeiro celular, e o argumento de que a indústria da moda precisa entrar com tudo no Android Wear está aqui, nesse modelo da Samsung (Gear Live), anunciado hoje.
Já é o terceiro smartwatch da Samsung (o primeiro com Android Wear, vale notar) e, bem, o design ainda não está lá uma beleza. E, bem, roxo?
O Samsung Gear Live tem uma versão com pulseira em preto também:
No caso da LG e seu G Watch, a situação não muda. Pulseira de plástico sobre caixa de alumínio (ou plástico imitando alumínio). E graaande (aqui, lado a lado com um relógio “normal”)
É um dispositivo que exala “não tenho vida social, mas tenho um relógio que me manda notificações”. Esse discurso pode até vender meia dúzia de relógios, mas não atinge o resto de “pessoas que até pensam em voltar a usar relógio, mas querem algo bonitão ou até mesmo ostentar”.
Por sinal, o LG G Watch chega em julho ao Brasil, sem preço definido ainda.
Smartwatches precisam ser úteis – notificar, buscar informação, auxiliar – e divertidos.
Eles têm a missão de ser para um consumidor tudo aquilo que um Google Glass tem, só que para ser usado em um local que causa menos estranheza para quem está em volta. Já vi gente usando o Glass em público (em um jantar num restaurante de hotel durante a CES em janeiro, em Las Vegas) e me deu aquela coisa de “pqp, esse cara tá fotografando todo mundo em volta”.
Um relógio – mesmo que com câmera (abominação que pertence ao smartphone, não ao smartwatch) – está no pulso, não na cara.
A única empresa que por enquanto parece ter entendido que relógios são sinônimo de moda e não tecnologia é a Motorola. Por sinal, a única a adotar um painel circular (e a única a não colocar seu aparelho à venda nos EUA hoje, como fizeram LG e Samsung).
Olha a diferença. Tem uso de materiais, detalhes de design. Parece feito por um relojoeiro, não por um fabricante genérico que correu pra lançar logo – e talvez por isso o Moto 360 não está nas lojas ainda.
Esse é o Moto 360 com pulseira de couro:
Curiosamente, a única empresa ligada ao mundo da moda associada ao Android Wear é a Fossil (ainda aguardo os produtos da Asus e HTC e espero que se esforcem um pouquinho mais no design):
Torço para que existam mais modelos de Android Wear num futuro próximo. Só que em vez de Samsung, LG, Motorola, que venham Prada, Gucci, Cartier, Benetton, Lacoste (sem contar os fabricantes… de relógio!) e tantas outras marcas de moda/luxo que têm relógios e toda a capacidade de criar (ainda que em parceria) produtos muito mais interessantes e que despertem o desejo do consumidor.
Em tempo: ainda sobre Google I/O (o manual do usuário tem um ótimo resumo), vale uma menção sobre o Android One – versão “simples” para smartphones de entrada sem frescuras de fabricantes – me deixou com a clara sensação de que o Google começa a se arrepender de ter passado a Motorola para a Lenovo. Com o Moto G e o Moto E, a turma de Chicago conseguiu o impensável: simplificar o sistema operacional Android sem comprometer a experiência do usuário. Android One é isso, só que para mercados emergentes.
E a Android TV? Depois de Google TV, Chromecast (que ganha mais e mais recursos), é mais uma tentativa do Google de interagir com o mercado de televisores. Com parceiros como Sony, LG e Philips prometendo modelos com a plataforma, o mês de setembro promete ser divertido – já que os grandes lançamentos de TVs são feitos nesse mês durante a IFA em Berlim.
Veja se esse te agrada: https://kairoswatches.com/
Oi Henrique. Quais recursos a mais o Chromecast está ganhando? Abs
o mais importante (além de apps) é poder enviar um cast (YouTube, por exemplo) pra um Chromecast sem estar na mesma rede sem fio (fone no 3G —> nuvem —>chromecast)
Vamos por partes, pois esse dia está interessante.
Tenho um chromecast, comprado por 35 dólares (que viram 199 reais, va3i entender?!) e vc só podia usa-lo via programas de streaming (youtube, netflix, hulu, etc), mas se quisesse passar um video do seu celular, não podia. Isso mudou com o “All Cast” e outros aplicativos recentemente liberados, a conferir em: chromecast.com/apps
Sobre Smartwatchs e moda, como não lembrar de um sonho de consumo:
Fossil Abacus AU5005 Wrist PDA with Palm OS 4.1
http://ecx.images-amazon.com/images/I/416CHKGAGRL._SY450_.jpg
E para concluir, prezados editores do site, o que acham do Pebble Steel?
Bonito e elegante, mas sem perder a funcionalidade, e com uma uma base de desenvolvedores que não para de crescer.
Eu tenho um, mas a versão original de plástico ainda do financiamento do kickstarter, cujo cabo de carregamento quebrou e estou criando coragem pra comprar e esperar 60 dias pra chegar…
http://i59.tinypic.com/24ooqph.jpg