Da série “gadgets que amamos”, a nova geração do Google Chromecast começa a ser vendida hoje no Brasil, por um preço sugerido bem acima do valor original.
Chromecast: preço
Explico: o Chromecast, pra quem não foi apresentado, é um dispositivo minúsculo que se conecta ao seu televisor pela porta HDMI e a transforma em uma Smart TV. Pra ver YouTube e Netflix, é perfeito.
Lá fora, custa US$ 35 (numa conversão livre, sem contar impostos, em torno de R$ 123). Aqui, importado, vai custar (argh) R$ 399. Culpe impostos, dólar e seu vilão favorito na indústria de eletrônicos.
O que tem de novo no Chromecast 2? Esse visual de ioiô (adeus, cara de pen drive!) e compatibilidade com redes Wi-Fi padrão 802.11ac, com três antenas internas. De resto, é o mesmo dispositivo que espelha seu navegador Chrome para a TV e permite rodar apps e jogos.
Chromecast Audio
Além do Chromecast novo, o Google traz também – pelo mesmo preço sugerido de R$ 399 – o Chromecast Audio. Ele faz a mesma coisa que o Chromecast, só que para músicas: transforma seu aparelho de som desconectado (com uma entrada auxiliar RCA, óptica ou 3,5 mm) em algo conectado a serviços de música (Spotify, Deezer, Google Music, Tunein Radio etc.) ou aos velhos MP3 no seu computador (Mac, PC) ou smartphone (Android ou iPhone).
Os novos Chromecast estarão à venda no e-commerce brasileiro (Casas Bahia, Ponto Frio, Submarino, Extra, Fnac, Walmart e Americanas.com). Vale notar que, como ocorre com os Dell Alienware, dá para encontrar ofertas de importadores independentes nesses mesmos sites, com preços bem menores que o oficial.
Chromecast: a lógica do preço
OK, R$ 399 é um preço salgado para um pedaço de plástico que se conecta à internet para fazer streaming.
Porém, fazendo umas contas aqui, o valor faz sentido:
Montamos a planilha com o valor FOB (free on board, ou preço de importação) de US$ 35. Em cima desse valor incidem frete (10%) e imposto de importação (100% sobre o valor FOB+frete). Então convertemos esse número para reais com o dólar a R$ 3,60, adicionamos em cascata 8% de distribuição, 30% de varejo e mais 18% de ICMS.
Vale notar que não sabemos a alíquota real do imposto de importação que incide sobre o Chromecast, que pode variar entre 70% e 100%, dependendo do produto importado. Aplicamos a alíquota máxima de 100% por conta disso.
Com o preço FOB de US$ 35 e alíquota de 100%, o valor final em reais seria de R$ 459,24. Entretanto, o Google (e os varejistas) nos EUA têm sua margem de lucro, e não faz sentido importar um produto com preço cheio.
Brincando com a mesma planilha, chegamos ao valor mágico de US$ 30,40 FOB (cerca de US$ 5 de lucro, o que é excelente para um produto de grande volume como o Chromecast).
E, então, faz sentido o valor de R$ 399 para o produto no Brasil. Triste, mas real.
[Chromecast]
Comprei um no mercado paralelo a algumas semanas. Uso basicamente para Youtube. Eu já tinha o primeiro, mas minha irmã tava querendo um, acabei dando pra ela e peguei o novo.
Realmente está engasgando menos, imagino por que por conta da rede ac de 5ghz e do cpu dual-core. O meu antigo travava de vez em qdo tb. Eu tinha que retirar do HDMI e USB para reiniciar (overheat?), coisa que não aconteceu ainda com o novo.
Tenho 2 chromecast 1stGen e nunca tive problema de travamento…
estranho pra quem usa apenas YouTube
Engraçado que os travamentos acontecem justamente quando não estou usado. As vezes eu ia usar e via que ele estava offline. Colocava a tv no hdmi dele e via que já estava travado. Bizarro.
Finalmente, chegou o novo! Pena, esse preço… Mas é brasil, né, gente?
Henrique, usando essa mesma lógica da planilha, mas com o valor do dólar em 31/5/2014 (mês de lançamento do Cast 1 no Brasil), chegaríamos ao valor de R$247,10. Ele foi lançado por R$199,00.
Usando o mesmo deflator, o Cast 2 deveria custar R$321,25. Mas aí arredondam pra R$399 e culpam o dólar porque é mais fácil…
sim, dá isso mesmo. Lembrando que é o típico produto que o Google pode perder dinheiro, né?
e tb vale lembrar que o Chromecast 1 era mais simples para produzir. mais barato no FOB, provavelmente
Porque seria mais simples para produzir o CC1? O CC2 é praticamente o mesmo, upgrade no chipset, antena, mudança no form factor.
Mesmo que consigam “justificar” o preço eu não consigo aceitar essa tamanha discrepância! Precisamos mudar urgentemente a nossa legislação tributária, porém isso é algo que depende de tantos interesses dispersos que não consigo ver nem mesmo a longo prazo uma mudança neste quadro.
Mudar a legislação tributária necessita antes que se mude a política… por isso até paro por aqui :p
Ainda que seja grande a pilha de lixo, não podemos apenas observá-la e dizer: Nossa quanto lixo! E continuar apenas contemplando.
Precisamos começar a limpar.
Eu tinha falado que ia parar por ali pois este assunto é longo.
A gente vê a grande pilha de lixo e se esquece que nós que criamos esta pilha de lixo com nossas atitudes. Detalhe: leia tanto de forma metafórica quanto real, já que muitas vezes todos nós de alguma forma “vacilamos” e deixamos o lixo cair na rua. Ou consideramos lixo algo que não é consenso que é lixo.
Nisso, esperamos que um outro limpe o lixo que deixamos ali ou assuma o trabalho de fazer algo com aquele lixo. O resultado é esse. Quem limpa o lixo, de alguma forma lucra com ele, pois pega o lixo e joga em outro lugar, ou faz este lixo voltar para as ruas pois alguém pagou para deixar o lixo nas ruas.
Como população, esquecemos da nossa parte como cidadão, parte da sociedade. Cobramos a limpeza, mas não fazemos nossa parte. E ao ver o lixo revirado, ficamos revoltados ou até pensamos “deixa o lixo em paz, pois até eu lucro de certa forma com estes lixos nas ruas”.
Todo mundo deveria sentar e conversar sobre o lixo e ver onde realmente merece mandar este lixo: se para a reciclagem, para o incinerador (resto de carne enlatada estragada só tem este destino), reutiliza-lo de outras formas… mas isso tem que ser um trabalho nosso, pois se deixar um outro assumir a responsabilidade, o lixo fica lá e ele continua ganhando com isso, muitas vezes até mais.
Pegar quem mexe com o lixo ou ganha dinheiro deixando o lixo como está e explicar: “melhor higienizar pois uma hora um dos ratos no meio do lixo te pega, aí tu vira lixo também”.
Aí depois que o lixo for separado, compostado e reciclado, podemos falar de legislação tributária. Afinal, não terá mais ratos no lixo para comer o dinheiro público. :p 🙂
Obrigado por argumentar.
Ficou muito interessante a sua observação do nosso (triste) quadro político atual.
Precisamos de cada vez mais de pessoas formadoras de opinião promovendo esses preceitos de mudança, pois talvez assim a opinião pública permaneça deixando os políticos (deputados, senadores e porque não, vereadores) de cabelo em pé e votando os projetos de lei mais favoráveis ao que estamos realmente necessitando.
Comprei o meu CC2 no ML por R$ 165,00 !
apesar de ter 2 Tvs Smart, o Chromecast ganhou em usabilidade: É só pegar o celular e colocar o programa desejado, enquanto a smart TV ainda esta carregando o sistema…
Já usei pra jogar no tablet espelhando na TV, assistir YouTube e Netflix, além de espelhar o Chrome no desktop pra assistir Hbo Go e Telecine Play.
Sobre o preço, nem reclamo, eu não compro mesmo – ML é a solução.
Mas uma importação legal via empresa paga 100% de impostos?
Se Amazon.com ainda vendesse Chromecast, importar diretamente pelo consumidor c/ 100% de imposto embutido daria menos de R$ 350. Simulei com um produto de mesmo valor, com frete e tudo.
Chromecast para mim ainda só como “lista de desejos”. Com a alta do dólar, crise e falta de dinheiro, nem as “versões alternativas” compensam.
O que estranho é não poder fazer a produção no Brasil para tentar baratear. Acho que só fazer o “CKD” bastaria. Seria meio que um “engana-trouxa” para o governo (o Chromecast é só uma placa simples que se conecta em um outro aparelho :p Para um CKD, só seria montar esta placa no chassi plástico :p ), mas talvez sairia mais em conta e daria um tiquinho a mais de lucro para o Google, sem toda esta carga de impostos.
Comprei por R$ 160,00 na Santa Ifigênia.