Ainda em 2014, a Samsung precisava manter relevância no mundo dos smartphones topo de linha. No final do ano, em outubro, lançou uma nova versão do Galaxy Note (4) e o Galaxy Note Edge, primeiro aparelho com bordas curvadas na tela – neste caso – só um dos lados. Era um prenúncio do que ia mudar nos Galaxy S.
[Leia a Parte 1 desta história]Galaxy S6
Anúncio: 01/03/2015
Local: Mobile World Congress Barcelona
A Samsung apresentou hoje em Barcelona a nova geração do carro-chefe da sua linha de smartphones, composta pelos modelos Galaxy S6 e Galaxy S6 Edge, com borda de tela curvada. Mais do que o simples anúncio de um novo telefone topo de linha, a chegada do Galaxy S6 representa um novo (e sutil) direcionamento da companhia coreana.
(vale ler esse texto em inglês do Business Insider sobre a crise interna da Samsung).
Nos últimos anos – notadamente no Galaxy S4 e no Galaxy S5 – as apresentações da Samsung costumam ser longas, cheias de detalhes técnicos, quase um show para nerds. Em 2015, a coisa mudou. Tanto que JK Shin, CEO da divisão de mobilidade, deu apenas boas-vindas… E deixou a deixa para Hyun Yeul Lee, vice-presidente do time de experiência do usuário. Conhecendo por cima a cultura corporativa coreana, a VP é merecedora de muita honra (e poder) dentro dos quadros da empresa. Lee alternou a apresentação com seus pares norte-americanos.
Apesar de entusiasmada demais, Lee deu a dica do que estava por vir: menos detalhes técnicos, mais imersão do consumidor resultante de mudanças feitas pela Samsung.
E como simplicidade se resume nessa “nova Samsung”? Menos interrupções, mais produtividade.
É um movimento ousado da Samsung, que disse ter ouvido o consumidor para criar esse novo Galaxy. Vendo as mudanças da linha (que deixa, para mim, o S5 anos-luz atrás), parece (e não é a primeira vez que falo isso) que tem uma nova Samsung vindo aí. Espero que o consumidor esteja certo, no final, já que o mercado de smartphones, historicamente, faz crescer e derruba competidores em um curtíssimo espaço de tempo (a velha Nokia que o diga). Ser líder hoje não significa ser amanhã. E talvez, com essas mudanças radicais, porém importantes, a Samsung consiga se reinventar.
A linha S6 foi a primeira que simplificou mesmo a interface e eles começaram a brincar para valer com a tecnologia de telas: o S6 vinha na versão “normal” e na versão Edge, com as bordas curvas dos dois lados.
Hands-on: Galaxy S6 / Galaxy S6 Edge
Do review:
Em resumo: o Samsung Galaxy S6 Edge é, para mim, o smartphone mais bonito e inovador do mercado na atualidade. Tem um design que foge do padrão-barra-de-sabonete do mercado, uma tela com tecnologia nova (que ainda precisa de mais recursos além de ser um rostinho bonito pro smartphone) e representa um novo modo de pensar produto na Samsung. Para completar, tira boas fotos – sejam elas uma simples selfie ou um panorama na montanha.
No Brasil, preços de lançamento: R$ 3.299 (S6 de 32GB) / R$ 3.799 (S6 Edge de 32 GB) / R$ 4.299 (S6 Edge 64 GB).
Galaxy S6 Edge Plus
Anúncio: 14/08/2015
Local: Nova York
2015 não se resumiu apenas ao S6/S6 Edge. Meses depois, em Nova York, junto ao Galaxy Note 5, a Samsung lançou o S6 Edge Plus, uma versão maior do S6 Edge com tela de 5,7″. Foi, dos lançamentos da Samsung para um modelo da linha Note, um evento pequeno. Tinha pouca gente na platéia, pela minha lembrança, zero hype em torno dos produtos, todo mundo meio que… entediado? Parecia uma prévia lenta do auge (e da turbulência) que os coreanos passariam no ano seguinte – meio que a calma antes da tempestade.
Saiu no Brasil por R$ 3.999.
Com o anúncio dos novos Note 5 e S6 Edge Plus, a Samsung deu a entender que tem uma única plataforma de hardware com pequenas mudanças estéticas/funcionais para seus smartphone topo de linha: o S6 e o S6 Edge compartilham as mesmas especificações básicas, que agora se refletem (e são melhoradas) no Note 6 e S6 Edge Plus.
Galaxy S7 e S7 Edge
Anúncio: 22/02/2016
Local: Mobile World Congress, Barcelona
A Samsung voltou a Barcelona para lançar o que eu vejo como a retomada da marca no mundo dos smartphones premium. Gosto muito do S9, mas o S7 é o meu favorito dos modelos recentes da Samsung – é um aparelho icônico para mim.
[MWC 2016] A Samsung em 2016 segue um caminho interessante para sua nova linha de smartphones anunciados em Barcelona, o Galaxy S7 e o Galaxy S7 Edge. À primeira vista, são pequenas atualizações em relação à versão 2016, mas tem algo a mais ali.
(Curiosamente, essa coisa de “igual, mas diferente” me lembra o que a Apple fez com a transição do iPhone 6 para o 6S: mesmo design, novos features. Mas isso é outra história).
Os dois aparelhos seguem o mesmo conceito do ano anterior, com hardware igual por dentro e exterior diferente: o S7 é o modelo mais sóbrio e elegante (e seu design melhorou um tanto, pro meu gosto); o S7 Edge é mais ousado, com suas bordas na tela que escorrem pelas laterais.
O Samsung Galaxy S7 edge é uma grande evolução na linha de smartphones da fabricante coreana. Conseguiram pegar o aparelho de 2015, que já era bom, e melhorar os pequenos detalhes para a edição nova. Como todo smartphone topo de linha, tem um alto preço, mas que – conhecendo a Samsung – deve baixar em poucos meses (se o dólar deixar).
Velha máxima (de novo): se seu S6 está bom, mantenha, se seu S5 (ou outro Android) já dá sinais de idade, venha para o S7.
O mais interessante do S7 edge, no fim das contas, é o sistema integrado que a Samsung vem criando em torno dos seus aparelhos como as câmeras e óculos de realidade virtual, a plataforma de segurança Samsung Knox e o vindouro sistema de pagamentos Samsung Pay (previsto para “breve”).
Se a concorrência não se mexe muito nesse sentido – principalmente o de pagamentos -, é uma grande oportunidade para os coreanos no Brasil (mesmo com o país pegando fogo).
No Brasil, o S7 foi lançado pelo valor de R$ 3.799 e o S7 Edge, por R$ 4.299. Alguns meses depois, foi lançada uma edição especial para os Jogos Olímpicos por R$ 4.499.
2016 foi o ano da retomada para os Galaxy S, sem dúvida, mas foi o ano que um problema quase derrubou a marca: o Galaxy Note 7 (anunciado no parque olímpico no Rio de Janeiro) tinha um problema de design de bateria que o tornava explosivo e o fez ser recolhido em todo o mundo – no Brasil, antes do seu lançamento oficial.
Do meu review-relâmpago:
Como o produto está sendo recolhido no exterior (e minha unidade de testes está pronta pra ir embora), resolvi escrever um review-relâmpago sobre os recursos de software que mais gostei. Sim, o Note7 é o grande aparelho da Samsung neste ano (não fale isso perto do S7 edge, que ele fica com ciúmes).
E ficou a pergunta no ar: o que será do Galaxy S8?
Galaxy S8 / S8+
Anúncio: 29/03/2017
Local: Nova York
Depois de um ano de sucessos (Galaxy S7 e S7 Edge) e tentando deixar para trás o fiasco explosivo do Galaxy Note 7, a Samsung anunciou hoje em Nova York a nova versão do seu smartphone topo de linha Galaxy S8.
Apesar de não ter pedido desculpas (novamente) pelo explosivo Galaxy Note 7, o chefão dos smartphones DJ Koh enfatizou que os últimos tempos foram “desafiadores” para a Samsung. Do Note 7, além das bordas curvadas, o S8 herdou o leitor de íris para desbloqueio do telefone.
O leitor de digitais, agora na parte traseira, também serve para aplicações de segurança (como guardar senhas de sites, liberando seu uso com a confirmação da digital e transformando o corpo do usuário na própria senha – cabeça isso, não?). E finalmente os Galaxy S ganham conectores USB-C, como a maioria dos smartphones gente grande do mercado atualmente.
Vale notar que, pela primeira vez em anos, a Samsung citou o Google em sua apresentação. O S8 roda Android 7.0, com a interface TouchWiz adaptada pela fabricante – que, nessa versão 2017, me lembra a interface de usuário do velho e bom Nokia N9.
De resto, o S8 – como eu já disse antes – é uma evolução. A câmera frontal tem mais resolução (8 megapixels), a traseira é (aparentemente) a mesma do S7, com 12 megapixels. Agora, com a assistente digital Bixby integrada à câmera, para buscas de objetos e itens (algo a vermos mais a fundo em um futuro próximo). E, apesar de a versão norte-americana do S8 vir com o novo processador Snapdragon 835, provavelmente a versão brasileira virá com o novo Exynos da Samsung, produzido em processo de 10 nanômetros.
O Samsung Galaxy S8+, irmão maior da família 2017 de smartphones topo de linha da fabricante coreana, se encaixa na categoria de “produtos que parecem, mas não são“.
Explico: ao vê-lo pela primeira vez mês passado durante o anúncio mundial, tive a impressão de que uma tela de 6,2″ era muito grande. Na prática, não é – ainda mais se comparado com smartphones de dimensões similares.
E, na hora de voltar para uma tela menor (5,5″, o padrão aqui de casa), deu uma sensação de “nossa, meu telefone tem tela grande demais, aquele outro era quase do mesmo tamanho com mais área de trabalho”. Minha impressão inicial ficou pra trás.
A tela mais “alta” cria a percepção de um aparelho maior, com mais conteúdo a ser mostrado, sem comprometer a largura, deixando o smartphone fácil de segurar.
Sem dúvida é o smartphone mais bonito que a Samsung fez até hoje, mostrando que o design importa e faz diferença – desde a família S6 (com o primeiro aparelho de borda curvada), o desenho industrial da Samsung evoluiu e se aprimorou, deixando de ser um mero clone de iPhone (caso do S2, no distante ano de 2011 e suas disputas judiciais com a Apple).
Nem tudo é perfeito no mundo do Galaxy S8+. O assistente virtual Bixby é um trabalho em andamento – de médio a longo prazo.
Seu conceito é interessante: aprender seus hábitos de uso do smartphone, sugerir apps e coisas a fazer, responder a comandos de voz, fazer buscas visuais na web baseadas em imagens e retornar resultados com sugestões de compras.
A família S8 dispensou o conceito de “um modelo com tela normal e um com borda curva” e só mudou o tamanho das telas, criando um novo modelo “Plus”. A bateria, ainda por conta do trauma Note7, não cresceu junto com os aparelhos. E foi o primeiro smartphone da marca com Bixby, a assistente virtual que eu continuo a não usar.
No Brasil, o S8 custou R$ 3.999 no lançamento e o S8+: R$ 4.399.
Galaxy S9 / S9+
Anúncio: 29/03/2017
Local: Nova York
[MWC 2018] Galaxy S9 e o Galaxy S9+ são os dois novos smartphones topo de linha anunciados hoje pela Samsung em Barcelona. Este ZTOP+ZUMO teve acesso antecipado (e super exclusivo!) aos aparelhos que terão lançamento global em 16 de março e dá os detalhes a seguir.
Para o mercado brasileiro, a grande novidade é que nesta geração os S9 virão com processadorQualcomm Snapdragon 845 octa-core, e não o tradicional Samsung Exynos (no caso do S9, é o modelo 9810). Preços para o Brasil não foram divulgados ainda.
O design é o mesmo do S8, com uma pequena redução nas bordas (1,4 mm menor, segundo a Samsung). Continua a ser um dos smartphones mais bonitos do mercado.
A câmera principal do S9/S9+ tem 12 megapixels de resolução e estabilização óptica de imagem (dupla estabilização no S9+) e é o recurso mais interessante do smartphone em 2018 por uma simples questão de engenharia: ela tem uma abertura de lente variável. É o primeiro modelo global com essa tecnologia, que já tinha sido testada em um modelo exclusivo para a China). O esforço pra colocar uma peça móvel dentro da câmera é impressionante.
Preview: a câmera do Galaxy S9+
Review: 28 dias com o Galaxy S9+
O Samsung Galaxy S9+ é o caso clássico de evolução em uma geração de smartphones. Pense nele como um “Galaxy S8s” – e isso não é ruim.
Repetindo um mantra que já foi dito aqui neste blog, mais uma vez temos acesso antecipado ao aparelho, anunciado no MWC de Barcelona. Peguei o S9+ num quarto de hotel em Barcelona em 28 de fevereiro e tenho usado o smartphone como aparelho principal (afinal, cadê concorrentes geração 2018?) desde então.
A principal vantagem de usar um S9+ preto sem capa em uma cidade como São Paulo (e seus constantes furtos no metrô) é que ele… é igual (ou quase) ao S8+. Tem ali suas diferenças quase imperceptíveis. Se olhar muito de perto, dá para perceber a borda superior um pouquinho menor, assim como a ordem de câmeras/sensores. E, claro, o formato da câmera atrás, com as duas lentes e o leitor de impressões digitais abaixo delas, num estilo “lacre de latinha de alumínio”.
A câmera é excelente, talvez a com imagens mais nítidas que a Samsung já fez (mais fotos no Instagram com a hashtag #ztopgalaxys9)
O Samsung Galaxy S9+ é uma evolução do S8+: é mais rápido, a câmera é mais avançada, o aparelho é um pouco menor, mas a experiência geral acaba sendo muito parecida. Vejo o S9+ como um novo smartphone para quem está no Galaxy S7 ainda – o S8 ainda dá caldo por um tempo. É um aparelho super premium e tem seu preço alto – ainda que não tão absurdo como o iPhone X no Brasil.
No Brasil, o S9 custou R$ 4.299 no lançamento e o S9+: R$ 4.999.
S8, Note 8 e S9 enterraram a crise do Note 7. Galaxy S/Note se mostraram confiáveis de novo. O S9 seguiu o modo “evolução” do S8 e adicionou uma câmera dupla (e com lente móvel!) no modelo Plus. São aparelhos impecáveis, muito bons. Amanhã (20) tem a apresentação do S10 – grande parte detalhes já vazaram, a surpresa não será tão grande. Aguardo, então, o Galaxy dobrável para a inovação de 2019.
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