Se tivesse sido lançado em 2007/2008, o Motorola MotoGO poderia ter sido um sucesso de vendas com suas configurações avançadas para a época: 3G, Wi-Fi, Bluetooth, teclado QWERTY e, o principal, integração nativa com serviços do Google.
Em tempos de Android, que funciona em aparelhos básicos a topo de linha, o MotoGO não faz muito sentido hoje em 2012 – talvez em uma futura versão dual-SIM, para concorrer com os ‘xing-lings’ sem registro na Anatel.
Sei que o foco do MotoGo é “o consumidor que procura o primeiro smartphone”, mas dá para encontrar coisa melhor pagando um pouco a mais (o MotoGO tem o preço sugerido de R$ 329 desbloqueado), que vai oferecer uma melhor experiência. Exemplos? LG Optimus L3 ou Motorola Defy Mini. Vale economizar e ampliar os horizontes em mobilidade.
O hardware
Ao ligar o MotoGO, a primeira tela pede que o usuário digite seus dados da conta do Google. É o modo de lembrá-lo que, sim, é um aparelho focado em serviços online. O design lembra o velho e bom MotoQ11 – lançado em 2008.
A parte traseira, com acabamento em plástico branco e metalizado, tem apenas a câmera de 2 megapixels com zoom digital de 4x.
Na lateral direita, o controle de volume…
E acima, o conector USB para recarregar a bateria e trocar dados com o PC, assim como o plug para fones de ouvido padrão 3,5 mm.
O teclado, com teclas saltadas, é razoavelmente confortável, e vale destacar o atalho para buscas na sua parte inferior.
Removendo a tampa traseira e a bateria, vemos o slot para o SIM card e a entrada para cartão microSD adicional. E nada mais (se bem que tem espaço aí para um segundo slot de SIM card, não?)
O software
O MotoGO tem quatro telas iniciais com widgets e atalhos que podem ser customizados/alternados com outros. O sistema operacional proprietário roda apps em Java, o que pode deixar seu uso um pouco lento. O grande propósito desse aparelho básico e simples é usar o Gmail e Gtalk, que servem para seu propósito, mesmo na tela pequena.
Entrando no Gtalk: o símbolo de “aguarde” demora a sumir.
O widget do Gmail em uma das telas iniciais:
Os apps/serviços do Google ficam em uma pastinha no menu principal:
O aplicativo do Google Maps poderia vir já pré-instalado de fábrica (o atalho abriu o navegador Opera e fez o download).
Já o app do Orkut requer o uso de um computador para poder acessar. Se o foco é quem tem seu primeiro “webfone”, ter que acessar um site de terceiros (provavelmente no PC) não é uma boa ideia. Twitter e Facebook, por outro lado, também são apps Java que funcionam direto.
O navegador instalado é o Opera Mobile, que sofre com a tela pequena de 2,2 polegadas (320 x 240). E dá-lhe zoom (quando a página carrega direito)! As buscas no Google com o atalho do teclado vão direto para a página do buscador no Opera Mobile, por sinal.
Ah sim, como um bom aparelho movido a apps Java, você precisa fechar cada um ao sair e partir para outra tarefa.
O argumento de venda mais interessante – ou pelo menos que serve para diferenciar o MotoGo de outros aparelhos simples, básicos e nem sempre legalizados – fica escondido em um dos menus de configuração:
Sim, o MotoGO funciona como roteador Wi-Fi. Mas, por ser básico, seu público-alvo nem deve precisar disso, certo?
A impressão que dá é que baixou o espírito de Curitiba no pessoal da Motorola, que teve a melhor das intenções “ah, vamos lançar um aparelho que faz coisas com Android, mas não é Android, de olho no mercado de baixa renda”. Pelo preço e funções oferecidas, o valor de R$ 329 é caro para o MotoGO.
A intenção é linda, sem dúvida, mas mesmo o consumidor em busca da melhor oferta hoje faz um pouco de pesquisa antes de comprar, não?
Me lembrou o "facebookphone", mas parece que esta proposta da Motorola está mais "completa" por conta desta "suíte" do Google
O foco da empresa ficou um pouco desperso, atirando pra todos os lados. Ou então ela está querendo competir com os feature phone da Nokia.
Já o preço (-dá licença né motorola), com um preço assim ninguém compra, só alguns bestas que não procuram outros aparelhos.
Se o Dual Sim custar R$259 (quase impossível) com certeza vai ter gente que vai comprar, acima disso, nem f***ndo.
O LG Optimus Me tá no mercado por 350, roda o Android relativamente bem, tem oferta maior de aplicativos, camera melhor, interface melhor e outra cacetada de recursos. E pelo mesmo preço. Não compraria esse telefone nem a pau.
ele não roda android bem, ele roda mal, e muito muito mal, eu arrependo de ter comprado um, esse ai é melhor que o Optimus Me
Paguei em dezembro 400 num LG-P500 p/ minha esposa, q está adorando o aparelho. Tela maior, câmera melhor, muuuuuuuuuuuuuuuuuito + aplicativos… Só tem pouca memória interna. Tirando isso, é ótimo.
Na boa, esse MotoGO é um mico da Googorola, n conheço ninguém q seja um potencial comprador p/ esse tipo de traquitana.
Realmente, já disseram tudo, fail mesmo.
Repetindo o que eu já disse no post anterior sobre o MotoGo: não adianta comparar o MotoGo com os Android low-end, porque não é o mesmo público. É gente que se importa mais com QWERTY do que touchscreen ou aplicações.
Alguém que vá pensar em MotoGo certamente vai é pensar se vai pegar um MotoGo, um Samsung Ch@t 335/527 ou um Nokia Asha 302/303.
E, comparando com esse pessoal, tirando o roteador Wifi, de aplicabilidade duvidosa para o tipo de público-alvo, o MotoGo não ganha de ninguém.
Síntese do produto: FIASCO
O tal Mozilla Mobile(esqueci o nome correto) seria concorrente desse tipo de aparelho né?
Boot to Gecko – acho que até mais avançado, já que terá mais apps em HTML5