Hands-on: smartphone Huawei Nova 3
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Hands-on: smartphone Huawei Nova 3

Durante a viagem para a China com a Huawei, recebi um smartphone Nova 3 para testes. É um modelo intermediário com vontade de ser high-end e com – até onde consegui descobrir – poucas chances de ser lançado no Brasil.

De qualquer modo, decidi escrever este post para mostrar como é um aparelho da Huawei, o que ele tem para ser elogiado (design, bateria, partes da câmera) e também criticado (a tela com notch, partes da câmera).

Observações:

  1. o software do Nova 3 não era final – quando peguei o aparelho na China, a interface indicava que o sistema utilizado era o Android 6.0 (!) Um update posterior o levou para Android 8.1 com interface EMUI 8.2.0.
  2. o aparelho veio com bootloader desbloqueado e alguns apps não rodam (ex: Netflix)

Huawei Nova 3

As configurações do Nova 3 na variante que recebi o colocam como um “intermediário premium”. No lado premium, a grife do processador dos topo de linha da marca (um Kirin 970 octa-core), 6 GB de RAM, 128 GB de armazenamento interno (expansível com microSD de até 256 GB) e quatro câmeras (duas frontais, duas traseiras, mais sobre isso ainda neste post), conector USB-C e porta 3,5mm para fone de ouvido, bateria de 3.750 mAH.

No lado “budget”, uma tela LCD FHD+ 2340 x 1080 de 409 PPI. Na Europa, o Nova 3 é vendido pelo preço médio sugerido de 450 a 500 Euros, dependendo da configuração. Aqui no Brasil, eu o colocaria como concorrente do Asus Zenfone 5, linha A da Samsung ou Moto G6.

O Nova 3 segue uma linha de design simples e muito bonita – bordas levemente curvadas em um aparelho bastante fino (7,3 mm) e com acabamento furtacor violeta-azul, chamado de Iris Purple pela Huawei e muito parecido com a cor “Twilight” do P20, o topo de linha da marca. O aparelho tem versões ainda em preto, vermelho, azul e dourado. 

É um modelo dual-SIM, com o básico em botões: leitor de digitais e câmera dupla traseira, gaveta dos SIM+microSD na lateral esquerda, liga-desliga e volume na direita. Embaixo, conector USB-C e entrada para fone 3,5mm (algo inexistente no irmão maior P20). Essa configuração específica não tem NFC, e nenhum modelo de Nova 3 permite carregamento sem fio. 

 

A câmera do Nova 3

Uma das explicações dos designers da Huawei na China foi que os aparelhos de câmera dupla da marca devem ser vistos na horizontal, pois foram projetados como uma câmera convencional. Faz algum sentido 🙂

As câmeras traseiras tem resolução de 24 megapixels (monocromática) + 16 megapixels (colorida) com abertura f/1.8 e foco automático. Seu desempenho, no geral, é bom, mas algumas questões chamam atenção.

A Huawei usa um modo de inteligência artificial para aprimorar as imagens. Na maioria das vezes, o nível de detalhe é muito bom, mas o nível de nitidez pode assustar um pouco pelo excesso as cores – notadamente o verde – ficam exagerados demais. Eu acredito que o efeito pode ser positivo em algumas fotos (principalmente de arquitetura/paisagem), mas fica forçado em fotos de natureza (nas fotos abaixo do Instagram compare a foto da Matilda – minha gata preta – com e sem AI. A foto sem AI é incrivelmente melhor (mais suave, com mais cara de gato e menos com “olha só meudeus quanto detalhe olha a poeira na cabeça do gato).

O modo retrato é OK, funciona direito, e acredito que a interface da câmera – muito parecida com a da Apple – é um tanto confusa. A ordem dos modos de câmera não é editável e, para chegar em itens relativamente comuns em câmeras de outros fabricantes, como foto PRO com ajustes manuais ou mesmo o HDR, é preciso passar pelo infame modo de lentes AR e seus emojis 3D (que funciona bem, olha só). Poderia mudar de lugar ou ficar somente no modo da câmera frontal.

As câmeras frontais têm resolução de 24 megapixels + 2 megapixels com f/2.0 e foco fixo. Sei lá por que, a câmera frontal tem um modo HDR Pro (confesso que descobri o recurso escrevendo este texto).

Fotos feitas com o Nova 3:

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Fotos com o Huawei Nova 3 – parte 1

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Fotos com o Huawei Nova 3 – parte 2

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A tela de 6,3″ LCD com resolução FHD+ (2340 x 1080) foi o que menos gostei no Nova 3, mais pela meu costume com telas AMOLED/OLED que com LCD. Mesmo com filtro de luz azul ativado, os tons de cores sempre pareceram frios demais. Talvez seja uma questão de calibração apropriada de cores com o software final – já que ainda era um beta rodando nesse aparelho.

E, meio óbvio, o notch/franja/dente no topo da tela segue o padrão iPhone de mercado. No fim das contas, com todo mundo lançando aparelhos com notch (LG, Motorola, Asus, Huawei etc.), a Samsung acaba se diferenciando (por enquanto) por não ter nenhuma franja nos seus aparelhos.

Mas uma coisa do Nova 3 eu achei muito eficiente: o desbloqueio por face. Sim, eu sei que não é a alternativa mais segura no Android (comparado ao FaceID da Apple, o sensor de íris da Samsung ou um leitor de digitais), mas funcionou muito rápido mesmo (tão veloz quanto o FaceID do iPhone X, olha só) e acabei deixando essa opção de desbloqueio de tela ativada, usando menos o leitor de digitais. 

Um detalhe muito simpático da Huawei: o Nova 3 já vem com uma película aplicada na tela direto da fábrica. Na caixa veio uma capinha de plástico transparente também.

A interface EMUI é a grande mudança pra quem está acostumado com as interfaces gráficas da Samsung ou Motorola. Ela é bastante simples (quase um clone do iOS, e isso não é ruim). O Nova 3 veio com muitos apps da Huawei básicos + Google básicos + 1 app de terceiros (o editor de vídeo Quik), e dá para definir que a tela inicial tenha todos os apps, sem uma gaveta de aplicativos.

Os modos de uso são bastante simples e a EMUI conta com diversos modos de personalizar a navegação. 

A bateria de 3.750 mAH não me deixou na mão em nenhum dia – e variou entre em 52% (!) após um dia inteiro de uso até 23%. Impressionante.

O Nova 3 veio com cabo USB-C e um carregador rápido na caixa. Vale notar que hoje a maioria das marcas oficiais no Brasil (falando aqui de Asus, Samsung e Motorola, que já fiz o teste) permite que você carregue seu smartphone de uma marca de forma rápida com o carregador de outra marca. No Nova 3, a carga rápida só funcionou com o carregador oficial – se fosse um carregador da Samsung ou Motorola (que são os que estão mais à mão para mim) não acontecia a carga rápida. 
Os fones de ouvido são do tipo “semi-in-ear” – igualzinho aos EarPods da Apple. Não são meu tipo favorito de fone, mas a qualidade do som é muito boa. A parte de interface de controle de som permite escolher qual tipo de fone (in/over-ear ou modelos da Huawei) para ter o melhor desempenho – mas não traz um equalizador.

O Huawei Nova 3 entra numa categoria muito promissora de aparelhos intermediários: cheio de recursos de gente grande – câmera dupla na frente e atrás, recursos de AI, processador topo de linha – para atrair quem tem interesse pelo irmão maior (no caso, a linha P20/P20 Pro, que deve ser lançada no Brasil em algum momento deste semestre) com um preço mais em conta. Além disso, o Nova 3 é, sem dúvida, um dos smartphones mais bonitos de 2018 – pena que suas chances de vir para cá são muito pequenas. Valeu, pelo menos, a experiência de usar um Huawei pela primeira vez – foi além das expectativas.

[Huawei]

 

 

Escrito por
Henrique Martin
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