Moto Z é o nome da nova linha de smartphones modulares da Lenovo/Motorola, anunciados hoje em San Francisco.
São dois aparelhos (razoavelmente iguais) com a curiosa capacidade de ter acessórios – bateria extra, projetor, alto-falantes – acoplados à sua traseira, com design e engenharia executados de forma mais inteligente em comparação ao que já existe hoje no mercado.
Moto Z
Visto de frente, o Moto Z parece muito com o novo Moto G, por conta da sua tela de 5,5″ e leitor de impressões digitais na base da tela.
Porém, o Moto Z é o novo topo de linha da Moto (ex-Motorola): processador Qualcomm Snapdragon 820, 4 GB de RAM, tela Quad-HD (1440 x 2560), 64 GB internos (expansíveis com cartão microSD de até 2 TB), câmera de 13 megapixels, bateria de 2.600 mAh, rodando Android 6.0 Marshmallow e com recarga rápida de bateria (a melhor invenção para os smartphones nos últimos 2 anos, com certeza).
Esse é o modelo que chega ao Brasil no segundo semestre – sem preço definido ainda-, provavelmente alinhado com o lançamento mundial em setembro, e é estupidamente fino (5,2 mm de espessura).
O Moto Z tem um irmãozinho um pouco maior, o Moto Z Force, com o mesmo hardware, porém com alguns upgrades: proteção ShatterShield (a mesma do Moto X Force) contra quedas, tombos e acidentes em geral, mais bateria (3.500 mAH) e uma câmera de 21 megapixels com estabilizador óptico de imagem, um pouquinho mais espesso (7 mm). Esse modelo, porém, não tem previsão de ser lançado no mercado brasileiro.
E eu já falei que o Moto Z é muito fino?
O aparelho será vendido em duas cores: preto com acabamento em cinza escuro…
E branco com acabamento dourado:
Outro detalhe interessante – e polêmico – do Moto Z é a adoção do conector padrão USB-C como única porta disponível no smartphone: não existe um conector P2 para fones de ouvido no aparelho (!). Diz a Moto que um adaptador USB-C para P2 virá na caixa do produto final, para que o consumidor use seu fone favorito.
A lateral com botões está mais refinada em comparação a modelos anteriores da Moto (eu achei, pelo menos). Vale notar que a traseira do Moto Z é feita em alumínio, com a frente em vidro (ambos ímãs de marcas de dedos, como dá para ver logo adiante).
De frente, o Moto Z é seu smartphone tradicional, com sensores, alto-falantes, câmera frontal…
Mas atrás do Moto Z a coisa é um pouco diferente: ainda é um smartphone convencional, com uma câmera-calombo traseira bem grande (tem seu motivo)…
E na base traseira, dezesseis pontinhos que servem para se conectar a alguma coisa: os módulos do Moto Z, que no Brasil serão chamados de Moto Snaps (Moto Mods no resto do mundo).
Aqui, o Moto Z Force (mais gordinho) em comparação com o Moto Z:
Os módulos Moto Snaps se encaixam na traseira, sem ter que envolver o manuseio de partes móveis (como no LG G5, que tem uma parte inferior que sai do aparelho). Os 16 conectores dourados e quatro ímãs (escondidos nos quatro cantos direito/esquerdo/inferior/superior) fazem o “clique” com a peça adicional (ou… “snap” em marquetês da Moto).
E por que a câmera traseira é saliente? Para ajudar no encaixe do módulo externo. Para remover um módulo, basta puxar na parte inferior do aparelho e pronto, pode ser trocado.
Os módulos iniciais do Moto Z incluem capas traseiras coloridas (que poderão ser personalizadas via ferramenta Moto Maker)…
…baterias adicionais (incluindo parcerias com marcas como Incipio, Tumi e Kate Spade)….
…um projetor (480p de resolução, argh!) de até 70″ (com bateria adicional), chamado de Moto Insta-Share Projector…
E o JBL SoundBoost, alto-falantes bem barulhentos, por sinal.
Além dos “snaps” adicionais, a Moto está incentivando desenvolvedores de hardware a criar novas possibilidades para módulos do Moto Z (prêmio: US$ 1 milhão) e mostrou suas próprias iniciativas de futurismo-modular, incluindo uma bateria extra sem fios que recarrega 85% do Moto Z em 15 minutos/100% em 30 minutos.
Um hub com portas USB/HDMI/Carregador externo + Android para transformar o Moto Z em um computador que se liga a qualquer monitor (lembram do Motorola Atrix com lapdock? É a versão muito melhorada disso).
E outra com projetor de superfície – que teoricamente pode mostrar um teclado sobre a mesa e reconhecer digitação….
Particularmente, acredito que smartphones modulares ainda estão na sua infância. Não são um smartphone construído-do-seu-jeito (como o Project Ara, do Google), mas já dão seus primeiros passos. No MWC 2016, a LG mostrou o G5, que tem módulos “amigos” que se encaixam no smartphone por baixo. A solução encontrada pela Moto é mais elegante e envolve menos peças móveis ou que podem se quebrar – mas mantém o risco de perder um extra do seu smartphone pelo caminho.
Mexendo em alguns módulos no Moto Z, tive a sensação de que a peça está firme, mas não 100% presa ao aparelho: tem um micro-mínimo-movimento ali, bem suave, mas que não solta o módulo na sua mão. Diz a Moto que isso é esperado e é um recurso de segurança – os conectores têm molas (e partes em ouro!) que ajudam nessa estabilidade. E, se cair no chão, os ímãs soltam as partes, como ocorria nos telefones jurássicos que soltavam a bateria ao cair no chão.
Outra questão importante – e que a Moto afirmou que não será um problema – é a garantia de futuro dos acessórios com as próximas gerações de Moto Z. Não adianta nada eu comprar hoje um Z com capas, baterias, alto-falantes (e o que mais vier: note que não falaram em câmeras adicionais) e isso não funcionar numa próxima geração ano que vem.
Em tempo: linhas Moto E e Moto X continuam a existir. Moto Z é uma nova alternativa topo de linha.
Disclaimer: ZTOP viajou a convite da Moto/Lenovo. Fotos e opiniões são nossas.
Muitas vezes estou no carro escutando podcast pelo fone de ouvido e carregando o celular com a bateria externa. Tirar o P2 é um erro gigante.
Pelo que notei, a finura do celular deixaria o Moto Z com um calombo onde ficaria o P2, matando o design do aparelho. Talvez a solução de adaptador P2USB-C é a mais prática no momento.
A se pensar também que parece que a moda dos fones Bluetooths finalmente estão pegando…
É uma “desculpa”.
Acho que seria mais negócio, deixar o aparelho do tamanho do fone P2, e aproveitar o espaço extra pra aumentar a bateria. Perceba que é um aparelho com bateria pequena.
O problema dos phones bluetooth é que tem que carregar a bateria.. Vai escutar, ta sem bateria, não escuta.
É um preço caro demais para ter um celular que, apesar de BEM inovador, não trás nada que seja impossível deixar de comprar.
Mas a finura, pelo que noto, é para ter o espaço dos “mods/snaps”.
A se pensar.
O Ara do Google lembra um “lego” e tem cara mais de coisa “nerd” do que coisa “para usuários comuns”.
O Moto Z tem a cara de ser algo mais para usuários comuns ou “high-end”. Lembra também um pouco das primeiras gerações de celulares, que bastava trocar a bateria por uma maior para ter mais autonomia, por exemplo.
O que vale é a praticidade da coisa, no que sua descrição (Henrique) está certa. É bem mais elegante e até intuitivo algo com o exposto pelo Moto Z do que a complexidade do Ara ou o “ocultismo” do G5
Talvez veremos tecnologias assim para “telas de entretenimento para automóveis” por exemplo. Pode ser isso que a Fiat está buscando com o futuro módulo dele para o Mobi. 🙂
Pena que a versão com mais bateria não chegará por aqui tão cedo!!!
Começando do final: o Moto E nunca conseguiu encontrar seu lugar na linha Motorola, e me pergunto como a Lenovo vai colocar o Moto X entre o G e o Z (só consigo vislumbrar o X usando Snapdragon 65x).
As duas linhas lançadas hoje (PHAB2 e Moto Z) tem algo que a linha Moto G4 não tem: parecem realmente uma família de produtos.
Quanto à modularidade, alguém na Coreia do Sul chegou pra trabalhar e descobriu um post-it em cima da mesa com a ordem “refazer o LG Friends”.
O E tem lugar sim – é o “pé-de-boi”. Salvo engano, a lógica é:
Moto E – pé de boi, basicão, com grife Moto. Anda bem se não mexer muito com ele.
Moto G – o “mainstream”, atende muitos com um preço razoável e agressivo à concorrência (pelo menos por um tempo). Foi ele que forço muitas fabricantes a redefinirem os patamares de “celular bom”. Hoje tem mais versões, o que complica um pouco, mas o princípio é o mesmo: atender quem tem condições de arcar com um celular razoável, e não quer (ou não tem condições de) ter um celular mais “top”
Moto X – o “Top de linha”, atendendo quem pede um pouco mais de potencia e espaço, além de alguma qualidade.
Moto Z – o “Outbreak”, atende quem é early adopter ou esperava um celular modular e prático.
Se fosse fazer uma analogia com uma fabricante de veículos, tipo a Ford, seria assim:
Moto E – Ford Ka (basico, te leva para lá e para cá com conforto)
Moto G – Ford Fiesta (mais espaçoso e com um pouco mais de potência para cair na estrada)
Moto X – Ford Focus (Porte grande, tem alto conforto e potência, além de um estilo bonito)
Moto Z – Ford Fusion (Grande, porém tem seus truques debaixo do capô, como a possibilidade de ser híbrido por exemplo. É belo e tem estilo executivo, mas até garotões curtem 🙂 ).
Moto E perdeu espaço com a saída da MP do Bem. Aparentemente ficou comercialmente inviável.
Gostei bastante desses lançamentos. Vão causar muito burburinho, mas não consigo evitar de pensar que a Lenovo/Moto tão samsungzando demais em lançar muitos aparelhos.
Enfim, espero que tenha alguém lá mto mais esperto que eu tomando as decisões…
btw, curti tua analogia. Vou kibar
Sobre a sua analogia, Vagner: entendo, está correta e faz sentido.
O problema do E envolve a tal da execução.
Na época da Lei do Bem e da Motorola by Google, a prestação do E custava, sei lá, 10, 15 reais a menos que a prestação do G; então não havia o que discutir, levava o G e pronto. Na segunda geração, em que lançaram um modelo 4G usando o mesmo S410 do G3, isso ficou ainda mais claro. Então nunca fez sentido o E, por causa do preço.
Partindo do princípio que a Lenovo vai continuar usando Qualcomm nos Moto e o E é o primeiro nível da escadinha, uma nova geração vai ter que sair com 210 ou 212. Mas aí lembro do Alcatel Pixi4 de 6″, que no exterior tem S210 (e LTE) e no Brasil tem Mediatek (e 3G) em troca de câmeras melhores/com mais pegapixels. Não sei qual jogo que a Lenovo vai querer jogar (e não sei se a Alcatel Brasil vai fazer a mesma coisa no Pop 4, que também tem S210 e 4G no exterior).
Além disso, tem que ter o espaço pros telefones de marca própria da Lenovo…
excelente analogia.
relembrei no meu comentário a câmera Kodak Palm Pix para o Palm III ou Palm Vx.
Além do apêndice que a siemens criou pros seus telefones à epoca, como o C65.
>>> Gostei 😀
+ Lente f/1.8
+ Tela 5.5″
+ Estabilização ótica e detecção de fase
+ processador 820 (viu LG?!)
+ módulos de projeção e câmera
+ RAM e storage abundantes
>>> NÃO Gostei :/
– espessura
– bateria mediocre (30horas com 2.6Ah?!)
– sem conexão P2, apenas USB-C (como usar fone BT no avião durante uma viagem longa? Compra adaptadorcom carregador e adaptador P2?)
– nada do módulo de foto da Hasselblad e Flash (de verdade)… 😐
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Eu tive o modulo Kodak Palm Pix p/ o Palm Vx (lá pelos idos de 2004), com fotos VGA de 600Kb
http://i.imgur.com/1PJdcaR.jpg
E a esposa tinha um Siemens C65 que tinha uma camera dedicada com flash, sem carregador externo, mas puxava a energia pela conexão com o celular.
http://i.imgur.com/ztd6YoB.jpg
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Gostei mais da proposta da Moto/Lenovo que o sistema da Lg que ainda precisa desligar.
E o projetor deve ser igual ao Galaxy Beam, pra quebrar o galho na roda de amigos no bar…
Mas essa caixa JBL, se fizer juz ao nome, deve ser de boa qualidade – tenho uma caixa Bluetooth Nokia JBL de 2W e é excelente na sua função.