A HMD Global anunciou hoje (8) a chegada de seis novos smartphones da Nokia ao mercado global – sem previsão de lançamento no Brasil ainda. A grande novidade mesmo é que agora a companhia adota um novo modo de classificação baseado em letras e números: família C (super básicos), G (intermediários) e X (intermediários ‘premium’), cada uma com dois novos aparelhos – que vão do Nokia X20 ao Nokia C10.
Até então, a nomenclatura dos Nokia era baseada em números apenas (2.3, 2.4, 5.3 e por aí vai). Mas as mudanças trazem grandes diferenças entre as três linhas, principalmente na questão de atualização de software – a Nokia que atualizava tudo mudou sua estratégia, e a prioridade fica para os aparelhos mais caros.
Caros não: “com durabilidade extra”, segundo a companhia. Pelo menos a Nokia mantém sua política de “Android puro” sem modificações de interface ou apps de terceiros pré-instalados.
Por que importam as atualizações de sistema e de segurança? Porque isso voltou a ser uma questão importante no mercado de smartphones: a durabilidade e a segurança do aparelho.
Motorola, na era Google, e a Nokia, desde sua volta ao mercado nas mãos da HMD Global, eram as referências para o consumidor com atualizações garantidas e constantes. Mas a Motorola atual, nas mãos da Lenovo, atualiza cada vez menos e a Nokia, com os anúncios de hoje, muda toda sua estratégia de atualizações. Tem até um site da Nokia com informações sobre o status dos updates de todos seus aparelhos.
Hoje a referência é a Samsung, com três anos de atualizações de Android garantidas e quatro anos de updates de segurança.
Vendo as especificações técnicas, dá para dividir as famílias pelo fabricante de processador usado, ao menos nos dois aparelhos iniciais de cada série: Nokia C10/C20 usam chipsets Unisoc; G10/G20, da MediaTek e Nokia X10/X20, Qualcomm Snapdragon com 5G.
As especificações técnicas básicas dos 10/20 são praticamente as mesmas: os modelos “20” têm câmeras melhores e opções com mais RAM e armazenamento, os “10” têm câmeras de menor resolução e menos RAM/armazenamento (e preço um pouco menor).
Em resumo, é a tabela abaixo. Na prática, o Nokia X20 é o mais avançado, o C10 é o mais básico.
Nokia X20, Nokia X10
A linha X é definida pela Nokia como “smartphones de qualidade refinada e com experiências que você vai amar, com durabilidade extra”. São os aparelhos mais “topo de linha” na medida do possível que a Nokia oferece nessa nova configuração, com compatibilidade com redes 5G, lentes Zeiss nas câmeras, carregador rápido de 18W e a promessa de um terceiro ano adicional de atualização de sistema operacional – indo até o Android 14 (!). Esses aparelhos virão sem tomada na caixa, mas com uma capa reciclável no lugar.
O Nokia X20 é o destaque, com processador Qualcomm Snapdragon 480 5G, tela Full HD+ de 6,67 polegadas, câmera frontal de 32 megapixels, traseira de 64 megapixels (principal), 5 megapixels (grande angular) e 2 megapixels (macro + sensor de profundidade) e bateria de 4.470 mAH, em opções com 6GB de RAM e 64 GB de armazenamento ou 8 GB/128 GB. Tem ainda NFC, leitor de digitais na lateral, USB-C e entrada para fone de ouvido.
Sobre a escolha do Snapdragon 480, a Nokia diz que poucos chipsets disponíveis no mercado hoje têm suporte dos fabricantes para três anos, e o 480 5G é um deles – com desempenho (segundo a fabricante) comparável às linhas 6xx e 7xx da Qualcomm, mais avançadas. E que a série X é “premium a preços decentes, com um 5G acessível”.
Seu preço sugerido na Europa é de 349 euros, nas cores Midnight Sun (dourado) e Nordic Blue (azul). O Nokia X10 sai por 310 euros nas cores Forest (verde) e Snow (branco), com quase as mesmas especificações, mas com câmera de 48 MP e opção com 64GB de armazenamento).
O Nokia X10 chega ao varejo em junho e o Nokia X20 em maio, ambos em “mercados selecionados”.
Nokia G10, Nokia G20
Me pergunto se não tem outra letra para nomear smartphones intermediários além da “G” (onipresente na Motorola, que agora está com um Moto G10, G30 e G100 na linha 2021 e com passagens tristes pela LG). Enfim, agora temos um Nokia G também, com a mesma proposta de custo/benefício/performance.
O Nokia G20 vem com chipset MediaTek Helio G35, tela de 6,5″ HD+, 4GB de RAM/64 ou 128GB internos e câmera principal de 48 megapixels (+grande angular de 5 MP e 2 MP de macro e profundidade), com 8 megapixels na frontal. Tem leitor de digitais na lateral e traz o onipresente botão do Google Assistente. Sua bateria é de 5.050 mAH. Será vendido pelo preço sugerido de 159 euros, nas cores Night (azul escuro) e Glacier (branco perolado).
Seu irmão Nokia G10 tem o preço sugerido de 139 euros, com câmera principal de 13 MP (mais macro e sensor de profundidade de 2 MP) e frontal de 8 MP de em opções com 3 GB RAM/32GB internos e 4GB/64GB internos, nas cores Night (azul) e Dusk (roxo). O Nokia G20 chega às lojas em maio, e o G10, ainda em abril, ambos em “mercados selecionados”.
Nokia C10, Nokia C20
São os modelos de entrada da família 2021 da Nokia, voltados a mercados emergentes e para consumidores que ainda não têm acesso a smartphones. Vêm com Android 11 Go Edition (aquela bem mais simples).
O Nokia C20 virá com tela de 6,5″ HD+, conectividade 4G, chipset Unisoc SC9863A, câmera de 5 megapixels com HDR (frontal e traseira com a mesma resolução), bateria de 3.000 mAH removível, conector microUSB e opções com 1 GB de RAM/16 ou 32 GB internos e 2GB de RAM/16 ou 32 GB internos. As opções de cores são Dark Blue (azul) e Sand (dourado).
Vai sair por 89 euros “em breve” junto com o Nokia C10 (1 GB/16GB, 1GB/32GB ou 2/16GB, câmera de 5MP sem HDR, cores Light Purple e Grey), que tem preço estimado em 79 euros.
Além do smartphone
No exterior, a Nokia também anuncia hoje uma expansão do seu programa de roaming internacional (HMD Connect), lançando uma operadora virtual no Reino Unido já em abril com 5G chamada HMD Mobile. Os serviços serão vendidos direto do site da Nokia, e a marca diz que pretende expandir o serviço móvel para o resto do mundo.
E também lançou um novo par de fones de ouvido sem fio chamado Nokia Lite Earbuds (BH205) nas cores Polar Sea e Charcoal, com preço sugerido de 39 euros.
Perguntei para Stephen Taylor, CMO da HMD Global, como foi relançar a Nokia no Brasil durante o início pandemia de Covid-19 em 2020. Ele disse que a marca ainda tem muita “afeição do consumidor brasileiro” e que mesmo vendendo online apenas no começo, “as vendas foram muito bem”. Rodolfo Forster, diretor da HMD Global para Américas, complementou dizendo que “durante a pandemia, aparelhos móveis são mais que necessários” e que a recepção da Nokia foi muito positiva.
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