Da série “notícias que a gente sabia que iam acontecer, mas não tinha ideia de quando”, a Nokia anunciou hoje que vai voltar ao mercado de smartphones e tablets – desta vez, rodando Android.
Por que a gente sabia que ia acontecer?
Simples: depois de vender a unidade de mobilidade para a Microsoft (naquela novela toda de “plataforma em chamas”, o golpe cavalo-de-tróia de Stephen Elop e a desistência da Microsoft com os Lumia), o acordo Nokia-Microsoft previa o uso da marca Nokia em smartphones a partir de meados de 2016.
E estamos em meados de 2016.
A Nokia remanescente (Nokia Technologies), fabricante de infra-estrutura de redes, da incrível câmera 360 Ozo e, mais recentemente, dona da Withings (que faz wearables bem legais), anunciou hoje que uma nova empresa, chamada HMD, vai licenciar de forma exclusiva a marca Nokia para smartphones, tablets e feature phones.
“Os novos smartphones e tablets serão baseados em Android, unindo uma das marcas mobile mais icônicas do mundo, a Nokia, com o principal sistema operacional e comunidade de desenvolvimento de apps”, disse a empresa, em um breve comunicado oficial.
Na prática, a HMD licenciou a marca da Nokia e disse que vai investir US$ 500 milhões nos próximos três anos para ajudar a nova Nokia a crescer.
A fabricação será feita pela FIH (leia-se Foxconn), que comprou hoje o que restava da unidade de feature phones da Microsoft por um valor irrisório (US$ 350 milhões, mas OK, é só uma parte do negócio) em comparação ao que a Microsoft pagou pela Nokia toda (US$ 7 ,2 bilhões), em um negócio esperado para ser finalizado ainda este ano.
E, meio óbvio dizer isso, a HMD é liderada por ex-executivos da Nokia original.
A Microsoft comentou, de forma lacônica, “que continua a desenvolver o Windows 10 Mobile e dar suporte aos fones Lumia, como o Lumia 650, Lumia 950 e Lumia 950 XL, além de fones produzidos por parceiros como Acer, Alcate, HP, Trinity e VAIO“.
A nova Nokia chega em um momento de consolidação de mercado interessante – onde Apple continua a reinar no mercado premium e marcas relativamente novas em telefonia – Lenovo, Asus, Xiaomi, VIVO, LeTV – brigam pau a pau para manter sua participação de mercado (e tentar ameaçar a Samsung, claro). Estou bem curioso com o que vem por aí – afinal, é a Nokia, mas não a Nokia que aprendemos a admirar.
Se entendi corretamente, a Foxconn fabrica (e desenha?), a Nokia licencia e a HMD entra com marquetingue e distribuição.
Ah, os Lumia pelo menos terão direito a um enterro ou a Microsoft vai jogar a marca na vala comum?
já foram pra vala, né
Será que até o fim do ano lançam algo?
Lumias no Brasil: não mais (demitiram todo mundo e o diretor da área foi pra Apple)
Calma Henrique, deixa eu melhorar a pergunta:
Será que até o fim do ano lançam algo por parte da Nokia (agora HMD)?
Ninguém vai sentir falta dos Lumias, eu quis um 1020 é claro, mas pelo preço dele, não tinha como eu comprar.
Talvez o @BigNfanboy sinta falta dos Lumias. kkkkkk
ah tá 🙂
“There is still much work for HMD to do, so you’ll need to wait a bit longer to see what the next wave of Nokia phones and tablets look like. One thing we can assure you is that they will exemplify what you have come to expect from all Nokia devices, including quality, design, and innovation.”
Ok, é pra esperar sentado, mas quando chegar vai valer a pena.
qual a fonte do texto, Henrique?
Quem nos deu esse fio de esperança?
tá no site da Nokia e da HMD http://www.hmdglobal.com/
Gostei da notícia. Caramba, que saudade da nokia. A nokia tem uma fama que as outras fabricantes não tem; se os produtos forem bem acirrados à concorrência, pode ter certeza de sucesso novamente.
o Elop só não ganha do Léo Apotheker, como pior CEO da década de 2000.
Leozinho afundou a HP e acabou com o WebOs (mesmo com demanda).
Espero que venha com a mesma qualidade construtiva e inovações da era dourada da Nokia – N95, N8, E61, p.ex.
E que a Lumia seja lembrada como mais uma aposta errada da MS (Windows Vista, Zune, etc).
Uma última dúvida. Aquele Tablet N1 foi feito pela HMD?
o N1 foi Nokia Technologies + Foxconn. HMD é uma empresa nova e que só existe assim que a venda dos ativos da Microsoft for concluída – por isso a demora a lançar produtos